• Marriage

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Se jogou na cama sentindo todos os seus músculos latejando profundamente, mesmo depois de algumas horas, Matthew ainda sentia seu peito queimar por falta de fôlego  depois de ter corrido tanto mais cedo quando o veículo em que estava fugindo acabou derrapando na pista escorregadia pós-chuva e o carro colidindo contra um poste e ter que fugir andando dos outros policiais que tinha atraído, não só pelo acidente agora causado mas também pelo fato que já deveriam ter achado o carro que o levaria até o presídio de maior segurança com os homens amarrados lá dentro.

Jay ia falar algo, mas antes de se pronunciar sentiu seu celular vibrando no bolso de seu casaco e foi atender sua chamada.

BM Notou a expressão do outro, que era no mínimo de desconforto, mas ignorou isso e se sentou na cama erguendo as mangas de sua camisa e passando a limpar um machucado em seu braço com um algodão que retirou de uma caixa de primeiros socorros que estava em cima do criado-mudo.

Mordia seu lábio inferior ao tocar com certa violência as áreas machucadas, não tinha delicadeza o suficiente para desempenhar aquela tarefa sozinho, preferia que alguém o ajudasse, mas não era novidade que ele não tinha alguém que fizesse aquilo por ele.

Enquanto espalhava a pomada em cima dos hematomas amaldiçoada mentalmente a existência daqueles policias fodidos que o machucavam quando não estavam sendo supervisionados.

Jay retornou ao quarto e pegou algo em seu armário, logo se virando para Matthew e suspirando cansado antes de dizer:

– Eu vou ter que sair, se quiser continuar aqui, fique a vontade. 

A verdade é que Jay queria que ele fosse embora, mas não podia simplesmente só expulsar seu amigo dali.

Matthew assentiu e viu ele se retirar, sabia que o mais prudente era ficar ali até que tivesse certeza que não estava mais sendo procurado – o que muito provavelmente demoraria para acontecer. – mas sua vontade era de voltar para casa e ter sua rotina outra vez.

...

Jiwoo sempre achou cerimonias algo chato,eram sempre todas iguais, fossem em casamentos, festas de aniversários ou ate para comemorar o nascimento de alguém novo da família. Por mais que estivesse feliz por sua mãe, admirada com a decoração do ambiente em que a festa era realizada e satisfeita com os doces que lhe eram servidos, não era como se ela de fato estivesse ali, já que sua mente estava em outro lugar.

Ja tinha dito a seu pai que voltaria para casa apos a celebração do casamento, esse disse a ela que não estava muito de acordo, ainda desconfiava da atmosfera das coisas e não sabia se tudo realmente ja estava seguro, mas mesmo assim, ela voltaria para casa, ali não era seu lugar. Por mais que não soubesse o que faria depois, ja sabia que Matthew tinha fugido, mas não sabia se o prenderiam de novo ou se ele simplesmente iria desaparecer.

De certa forma estava ansiosa para saber o que ia acontecer.

Sentiu seu braço ser cutucado e então se virou de relance vendo seu primo que insistiam em achar um modo de conseguir sua atenção. 

- Vai começar. - O rapaz a avisou depois de receber um olhar de tédio.

Antes de dizer qualquer coisa o som da sinfonia tipica preencheu o ambiente aberto junto com a mãe de Jiwoo que adentrava ali ao lado de seu novo esposo.

O resto da festa foi ainda mais lento do que todo o resto, a garota não via a hora de sair dali e ir se livrar da roupa que sua mãe insistiu que vestisse e em seguida ir embora.

Assim que o evento foi encerrado, foi a primeira a voltar para casa de sua mãe, não via a hora de tirar aquela roupa desconfortável que a mulher tinha a feito usar. 

Saiu do banho e vestiu alguma roupa confortável que sua mãe tinha lhe dado por achar que sua bagagem havia sido furtada.

Mesmo sem saber de nada que aconteceu com Jiwoo nos últimos dias, sua mãe continuava a alertando para que tomasse cuidado, e não se metesse em confusão tão menos em perigo, talvez isso fosse seu extinto materno falando mais alto e alertando-a que algo estava ou estaria errado.

Por mais que fosse estranho para Jiwoo dividir um carro com os recém casados, esses depois de muito insistirem, a deixaram no terminal rodoviário.

A garota comprou sua passagem, não havia filas e o lugar parecia deserto, mas ela relevava isso.  Sentou-se em um banco qualquer ali cruzando os braços enquanto aguardava o horário de seu embarque.

Algum tempo depois o ônibus chegou,  Jiwoo embarcou e se sentou no fundo do veículo que estava quase que vazio, puxou as mangas da blusa e então apoiou sua cabeça na janela e passou a ver a paisagem, até que suas pálpebras foram se tornando pesadas e ela acabou caindo no sono.

Acordou um bom tempo depois ao perceber que o ônibus já estava parado na outra rodoviária. Olhou em volta e viu que esse já estava vazio, então suspirou e se levantou saindo do ônibus escuro, segurando apenas e pequena bolsa com dinheiro e algo para comer que sua mãe tinha lhe entregue.

Tinha que admitir que aquela rodoviária se tornava um tanto assustadora, não só pela falta de pessoas mas como pela falta de iluminação. Revirou os olhos enquanto apertava o casaco contra o corpo: odiava aquilo.

Esteve naquele local muitas vezes, mas fazia tempo o suficiente para ter esquecido da onde ficava o ponto de táxi, já tinha dado varias voltas durante o terminal e nada de encontrar algum carro que pudesse a levar para casa. 

Suspirou fundo, o jeito seria ligar para seu pai ir busca-lá, não queria atrapalha-lo, mas não via a hora de estar em casa.

Pelo menos o telefone foi encontrado com facilidade, pegou o aparelho dentre a mão e suspirou antes de começar a discar o número.

Sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto sem nenhum motivo aparente.  Mesmo sem saber o porque daquilo limpou a lágrima com a manga da blusa enquanto sentia algo estranho em seu coração.

Um pressentimento ruim.

Como se algo ruim fosse acontecer, não consigo, mas com... Alguém.

Quem? 

Respirou fundo, talvez aquilo fosse apenas um ataque de ansiedade, coisa que ela já tinha passado antes. Apertou o telefone dentre as mãos trêmulas e então passou a discar o telefone fixo de sua residência.

Sentiu uma presença atrás de si e então soltou o telefone que ficou pendurado pelo fio e balançou algumas vezes, porém não teve tempo de se virar para trás e poder ver quem estava ali, já que um tecido banhado a alguma droga de efeito rápido tapar sua boca e nariz, junto com uma mão forte apertando seu corpo.

Tentou gritar, debater-se e chutar quem quer fosse, mas antes que pudesse, sua visão se tornava cada vez mais escura, e mesmo se forçando muito a manter-se acordada, suas tentativas não passaram de alguns momentos antes de ficar desacordada.

ILLEGAL DESIRE ~ bwoo (✅CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora