Um amor inacabável

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Depois de passar 2 semanas trancada no quarto olhando o álbum de fotografias e chorando o tempo todo eu percebi que havia me rendido a tristeza, eu somente ficava no escuro do meu quarto, às vezes minha mãe e meu pai iam lá, outras vezes eram meus amigos, foi quando minha mãe cansou do meu estado deprimente e disse que eu ia morar em outra cidade que ficar aqui me fazia mal, porquê era cheio de lembranças, eu ia volta morar com a Kaylane, na cidade onde ela estava, ia antes do ano letivo começar, e ia me recuperar de tudo o que eu tava passando, sabia que ela queria meu bem, mas não sabia se aquilo realmente ia me fazer bem.

Faltava dois dia para o começo das aulas, eu estava com as malas prontas para viajar no dia seguinte, até que o inusitado aparece na porta da minha casa. Como não tinha ninguém em casa eu mesma tive que atender.

- Oi Marcela.

- Eduardo? Que surpresa! - digo dando passagem para ele entrar.

- Sei que não somos muito amigos, mas você me ajudou muito, desde que soube o que aconteceu então pensei em vim te ver, mas você precisava do seu espaço, então eu vim hoje antes de sair da cidade ver como você está. - ele diz entrando.

- Sente-se, obrigada pela preocupação, mas como você saber que vou sair daqui?

- Estava falando de mim, mas você também vai? - ele pergunta surpreso.

- Sim, minha mãe acha que é melhor eu sair do lugar que me trás lembranças, e você?

- Tentar ter um futuro melhor já que meu passado foi uma merda. - ele ri.

- Vai atrás dos seus sonhos?

- Sim, essa cidade tira todos meus sonhos, assim como você essa cidade me prende a lembranças.

- Mas como tá sua vida?

- Uma merda só que agora livre da escola e livre de relacionamentos.

- Soube que depois de um tempo você morou a Isabela a ex do Cleiton e sumiu do mapa.

- Sim, moramos juntos, mas ela é insuportável eu e o Cleiton concordamos nisso. - ele ri.

- Você sempre fala que suas esquecidas namoradas eram insuportáveis! - reviro os olhos.

- Mas tem diferença entre cada uma delas.

- O que a cor do cabelo? - brinco.

- Também, mas por exemplo a antes da Isabela era mais insuportável que ela. - ele ri.

- A diferença tá no nível de tolerância?

- Exato, mas tanto faz. - ele dá de ombros.

- Você não mudou quase nada. - rio.

- Com você sim, antes você me detestava, hoje estamos sentados no sofá da sua casa com você dando risada de mim. - ele começa a se exibir.

- Viu, você continua se achando. - rio.

- Agora sou um cara mais maduro, por isso tô aqui, como você tá levando tudo isso?

- Trancada na solidão do meu quarto, algumas pessoas vêem me ver, a mãe dele me liga de vez em quando, só que sempre vai ter um buraco aqui, porquê eu sei que sempre ele vai faltar, eu ainda tinha esperanças, mas depois de um tempo eu achei melhor, aceitar, mas eu só preciso de um tempo, morte é sempre um choque enorme, às vezes é difícil pensar que ele nunca mais vai tá lá.

- Profunda palavras, eu sei como se sente Marcela, mas não a nada que o tempo não amenize sei como é quando alguém que te importa é arrancado a força sem aviso prévio, mas tem outras pessoas, outros lugares, você não pode deixar que sua tristeza seja uma prisão, que te deixe para sempre no escuro e sozinha, somos mais fortes que qualquer prisão sentimental, e se precisar tem várias pessoas que te amam que vão te ajudar, até eu se precisar. - ele sorri para mim.

Amor à DistânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora