💠 Capítulo nove

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  Meu coração se acelerou e algo pareceu alocar-se na minha garganta, enquanto nossos olhos estavam fixos um nos outro. Mal percebi que eu havia parado de falar, quando vários olhares interrogatórios começaram se dirigir para cima de mim.

  — Querida? — A voz da dra. Fátima soou atrás de mim. — Você está bem?

  Respire.

  Não falhe agora!

   — ... é muito mais importante, ajudar a salvar uma vida do er... Manter aquele... Perdão, do que comprar aquele objeto que não nós... ham... Minha cabeça estava em branco, as palavras escapuliram.

Todo meu discurso foi por água abaixo em alguns segundos.

  O que era para eu dizer a seguir?!

   Eu podia ver os olhares impacientes que as pessoas estavam lançando para mim.

  Termine logo com isso!

  Respirei fundo.

  Não era isso o que eu esperava, mas, na dúvida...

   — O que eu quero dizer, é que muito mais um importante salvar uma vida, do que ostentar algo que nós não precisamos realmente. Então doe e ajude uma criança a sorrir, assim como eu improvisei e dei o meu melhor sorriso, essa era deixa para minha secretária, Susan, trazer a frente o chegue de 300,00 mil que eu iria doar.

  Palmas foram ouvidas, posei pra uma foto e passei o microfone novamente para a dra. Fátima que começou a falar enquanto eu descia do palco indo apressadamente em direção ao banheiro.

💠

  Passo as mãos com água gelada pela testa, tentando me acalmar.

  Então esse era o mau pressentimento que eu estava sentindo.

  Sorrio ironicamente para mim mesma. Depois de quase três meses, eu quase havia esquecido daquele fatídico acidente na boate.

  Obrigo a mim mesma a não se acovardar e a sair do banheiro.

  Sem medo; não há por que ter medo.

  Endireitando a postura, saio, tentando parecer o mais confiante possível.

  Mas assim que saio do banheiro feminino, vejo uma figura de terno cinza e gravata vinho, escorada na parede. Meu primeiro pensamento é me acovardar e correr para as montanhas.

  — Belo discurso — ele diz, sem se virar.

— Obrigada. — respondo excitante.

  Droga, eu tinha quase certeza de que nunca mais o veria na vida, então o que ele faz aqui?!

  Começo a andar, mas ele me interrompe dizendo:

  — Trezentos mil reais é um pouco caro para uma simples secretária.

  Eu paro não por escolha, mas por que é como se minhas pernas estivessem travadas. Eu olho-o, ele parece diferente.

  Ele cortou o cabelo.

  — Um evento muito importante para um simples contador — rebato, encarando-o com uma  expressão vazia, enquanto a dele meio que me assusta.

  Ele parece frustrado, surpreso e com raiva. Tudo ao mesmo tempo.

  — Eu nunca disse que era contador — range.

  — Eu nunca disse que era secretária.

  Por que eu ainda estou aqui?

Minha estrela particularOnde histórias criam vida. Descubra agora