Meu coração se acelerou e algo pareceu alocar-se na minha garganta, enquanto nossos olhos estavam fixos um nos outro. Mal percebi que eu havia parado de falar, quando vários olhares interrogatórios começaram se dirigir para cima de mim.
— Querida? — A voz da dra. Fátima soou atrás de mim. — Você está bem?
Respire.
Não falhe agora!
— ... é muito mais importante, ajudar a salvar uma vida do er... Manter aquele... Perdão, do que comprar aquele objeto que não nós... ham... — Minha cabeça estava em branco, as palavras escapuliram.
Todo meu discurso foi por água abaixo em alguns segundos.
O que era para eu dizer a seguir?!
Eu podia ver os olhares impacientes que as pessoas estavam lançando para mim.
Termine logo com isso!
Respirei fundo.
Não era isso o que eu esperava, mas, na dúvida...
— O que eu quero dizer, é que muito mais um importante salvar uma vida, do que ostentar algo que nós não precisamos realmente. Então doe e ajude uma criança a sorrir, assim como eu — improvisei e dei o meu melhor sorriso, essa era deixa para minha secretária, Susan, trazer a frente o chegue de 300,00 mil que eu iria doar.
Palmas foram ouvidas, posei pra uma foto e passei o microfone novamente para a dra. Fátima que começou a falar enquanto eu descia do palco indo apressadamente em direção ao banheiro.
💠
Passo as mãos com água gelada pela testa, tentando me acalmar.
Então esse era o mau pressentimento que eu estava sentindo.
Sorrio ironicamente para mim mesma. Depois de quase três meses, eu quase havia esquecido daquele fatídico acidente na boate.
Obrigo a mim mesma a não se acovardar e a sair do banheiro.
Sem medo; não há por que ter medo.
Endireitando a postura, saio, tentando parecer o mais confiante possível.
Mas assim que saio do banheiro feminino, vejo uma figura de terno cinza e gravata vinho, escorada na parede. Meu primeiro pensamento é me acovardar e correr para as montanhas.
— Belo discurso — ele diz, sem se virar.
— Obrigada. — respondo excitante.
Droga, eu tinha quase certeza de que nunca mais o veria na vida, então o que ele faz aqui?!
Começo a andar, mas ele me interrompe dizendo:
— Trezentos mil reais é um pouco caro para uma simples secretária.
Eu paro não por escolha, mas por que é como se minhas pernas estivessem travadas. Eu olho-o, ele parece diferente.
Ele cortou o cabelo.
— Um evento muito importante para um simples contador — rebato, encarando-o com uma expressão vazia, enquanto a dele meio que me assusta.
Ele parece frustrado, surpreso e com raiva. Tudo ao mesmo tempo.
— Eu nunca disse que era contador — range.
— Eu nunca disse que era secretária.
Por que eu ainda estou aqui?
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Minha estrela particular
RomanceEste livro possuí e-book, veja! Isabel Montenegro não quer um relacionamento. Ela foge deles como se fossem doenças contagiosas. Tudo o que ela quer e precisa, é de um pouco mais de tempo para se dedicar a sua família; mas como ela pode conseguir...