💠 Capítulo treze

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Não sei o que fazer.
  Não sei como reagir.
  Só consigo ouvir os ecos das palavras da mulher se repetindo na minha cabeça.

  "Gravemente ferida."

  Eu quero gritar. Correr. Cavar um buraco e me jogar dentro.

  O pensamento de que isso tudo é culpa minha vem com tudo pra cima de mim, enquanto eu me forço a não jogar meu telefone contra parede.

  — Qual nome do hospital? — digo, em um ruído de voz estrangulado.

  Escuto atenta enquanto a nulher do outro lado me passa o endereço. Um nó se acomodou na minha gargante e há um aperto tão forte no meu coração, que é quase difícil respirar.

  — Chego em quinze minutos — informo assim que ela termina de falar.

  Desligo o telefone, pego minha bolsa e saio apressada do restaurante.

💠

  Passo apressada pela portas do hospital. Pouco me importando com os olhares que estou recebendo por causa do barulho causado, me dirijo até a recepção, determinada a conseguir toda e qualquer informação possível.

  — Boa tarde, em que posso ajud...

  — Em que quarto está a paciente Bruna Hortência Pimentel? — corto a atendente rudemente, minha expressão nem um pouco amigável.

  — O que a... — Antes que ela possa completar a frase, ouço meu nome sendo chamado atrás de mim.

  Me viro de súbito, logo para encontrar uma mulher ruiva de olhos claros me fitando.

  — Sim...? — A mulher sorri pra mim, enquanto se aproxima.

  — Meu nome é Monique. Você falou comigo agora pouco ao telefone. — Ela estendende a mão.

  A encaro de cima abaixo, mesmo ciente que de que isso não tem muito decoro. Mas a verdade é que neste momento, eu estou pouco me fodendo para qualquer coisa que não envolva Bruna.

  A mulher é baixa e curvilínia. Seu cabelo é de um liso escorrido e suas roupas finas - e provavelmente de grife - demonstram bom gosto, levesa e classe.

  Eu não me sinto alíviada ao constantar que ela é quase uma versão ruiva de mim mesma.

  — Você pode vir comigo. Eu te informarei sobre o que está acontecendo — ela deixa sua mão cair ao lado do corpo e se vira sem esperar minha resposta, saindo andando.

💠

  Entramos na sala de espera e apesar do silêncio, a voz na minha cabeça está berrante, assim como as batidas frenéticas do meu coração, chocando-se furiosamente a minha caixa toráxica.

  Monique finalmente para e se senta cruzando as pernas. Ela faz um movimento com os dedos magros, que imagino que signifique que ela quer que eu me sente.

  Eu ignoro.

  Cruzo os braços sobre o peito, permanecendo firmemente de pé, em um desafio. Ela não se abala, sua calma e tranquilidade me irritam mais do qualquer coisa.

  — Antes de você saber o que aconteceu, você precisa tomar consciência de que nesse momento ela acabou de sair de uma cirúrgia por causa de um deslocamento no joelho e está em coma indusido. Os médicos só estão deixando entrar quem é da família — sua fala é rápida e prática. Seus rosto é desprovido de qualquer emoção, enquanto ela joga a bomba em cima de mim.

Minha estrela particularOnde histórias criam vida. Descubra agora