Capítulo dez 💠

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O agarrei pelo colarinho da camisa, puxando-o para mais perto, tentando a todo custo aproximar mais nossas bocas. Mesmo que no presente momento seja quase impossível distinguir onde uma começa e a outra acaba.

  Lábios molhados, grossos, incrivelmente macios...

  Quanto mas eu tenho, mas eu eu quero. 

  Eu estava tão extasiada nas sensações que o calor do seu corpo produzia no meu, nas suas mãos no meu rosto, me puxando, provando; mal reagi quando ele mordeu meu lábio inferior. Com força. Simplesmente agradeci chupando mas avidamente sua língua, sendo agraciada com gemido rouco, primitivo, que veio bem abaixo da sua garganta e reverberou na minha boca, fazendo todos os músculos na e abaixo da minha barriga, se apertarem, contorcerem e fazerem uma cambalhota.

  Era um beijo selvagem, eu podia sentir a competição na maneira como nós tentávamos provar o nosso melhor, línguas e dentes tentando tomar o território neutro um do outro. Mas, mesmo assim, tinha um ritmo meio doce, de uma maneira quase surreal, como se houvesse mas... Principalmente na maneira em que ele passava a língua tentadoramente pelos meus lábios, dava um selinho de pluma, antes sugá-los. Estava me levando a loucura.

   Quando um barulho de vozes foram ouvidas do lado de fora da minha sala, isso me assustou, mas não a tempo o suficiente de eu conseguir mascarar o que estava acontecendo aqui, quando meu irmão mais velho adentrou a minha sala.   

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  Desgrudei minha boca da de Vicente tão rápido, que acho que a machuquei. Sentei na minha cadeira de supetão, empurrando Vicente para trás.

   — Mas q... — ele começou a resmungar, porém, eu fui mais rápida e o interrompi, torcendo para que ele entendesse a deixa.

   — Bernardo. Oi! — resmunguei rapidamente, assumindo uma expressão neutra, como se ele não tivesse acabado de me pegar beijando um homem desconhecido.

   — O que v... ele se interrompeu ao olhar para mim. 

  Meus olhos estavam implorando que ele não arrumasse uma cena, assim como continham uma centelha de ousadia, como se eu estivesse implorando e o desafiando a continuar ao mesmo tempo.

   — Suponho que ainda não conheça o senhor Nascimento — tomei a frente. — Nosso mais novo investidor em potencial. Senti um caroço se alocar na minha garganta ao terminar a frase.

  Eu sabia que a partir dali, eu não conseguiria me livrar de Vicente tão rápido quanto eu esperava.

  Droga!

   — Vicente Nascimento — cumprimentou Vicente com a mão estendida, uma calma desconcertante, como se ele não tivesse acabado de ser pego beijando a irmã do seu futuro sócio.

  Me perguntei quantas vezes ele já esteve em situações embaraçosas como essas. Talvez com uma namorada da escola.

  — Bernardo —respondeu secamente, ignorando o aperto de mão antes de completar. — Montenegro.

   — É prazer conhecê-lo.

   — Suponho que não possa dizer o mesmo de v...

   — Então, o que você veio fazer aqui? Nora não te disse que eu estava em reunião? interrompi novamente, lançando um olhar cortante para Bernardo.

Minha estrela particularOnde histórias criam vida. Descubra agora