O agarrei pelo colarinho da camisa, puxando-o para mais perto, tentando a todo custo aproximar mais nossas bocas. Mesmo que no presente momento seja quase impossível distinguir onde uma começa e a outra acaba.
Lábios molhados, grossos, incrivelmente macios...
Quanto mas eu tenho, mas eu eu quero.
Eu estava tão extasiada nas sensações que o calor do seu corpo produzia no meu, nas suas mãos no meu rosto, me puxando, provando; mal reagi quando ele mordeu meu lábio inferior. Com força. Simplesmente agradeci chupando mas avidamente sua língua, sendo agraciada com gemido rouco, primitivo, que veio bem abaixo da sua garganta e reverberou na minha boca, fazendo todos os músculos na e abaixo da minha barriga, se apertarem, contorcerem e fazerem uma cambalhota.
Era um beijo selvagem, eu podia sentir a competição na maneira como nós tentávamos provar o nosso melhor, línguas e dentes tentando tomar o território neutro um do outro. Mas, mesmo assim, tinha um ritmo meio doce, de uma maneira quase surreal, como se houvesse mas... Principalmente na maneira em que ele passava a língua tentadoramente pelos meus lábios, dava um selinho de pluma, antes sugá-los. Estava me levando a loucura.
Quando um barulho de vozes foram ouvidas do lado de fora da minha sala, isso me assustou, mas não a tempo o suficiente de eu conseguir mascarar o que estava acontecendo aqui, quando meu irmão mais velho adentrou a minha sala.
💠
Desgrudei minha boca da de Vicente tão rápido, que acho que a machuquei. Sentei na minha cadeira de supetão, empurrando Vicente para trás.
— Mas q... — ele começou a resmungar, porém, eu fui mais rápida e o interrompi, torcendo para que ele entendesse a deixa.
— Bernardo. Oi! — resmunguei rapidamente, assumindo uma expressão neutra, como se ele não tivesse acabado de me pegar beijando um homem desconhecido.
— O que v... — ele se interrompeu ao olhar para mim.
Meus olhos estavam implorando que ele não arrumasse uma cena, assim como continham uma centelha de ousadia, como se eu estivesse implorando e o desafiando a continuar ao mesmo tempo.
— Suponho que ainda não conheça o senhor Nascimento — tomei a frente. — Nosso mais novo investidor em potencial. — Senti um caroço se alocar na minha garganta ao terminar a frase.
Eu sabia que a partir dali, eu não conseguiria me livrar de Vicente tão rápido quanto eu esperava.
Droga!
— Vicente Nascimento — cumprimentou Vicente com a mão estendida, uma calma desconcertante, como se ele não tivesse acabado de ser pego beijando a irmã do seu futuro sócio.
Me perguntei quantas vezes ele já esteve em situações embaraçosas como essas. Talvez com uma namorada da escola.
— Bernardo —respondeu secamente, ignorando o aperto de mão antes de completar. — Montenegro.
— É prazer conhecê-lo.
— Suponho que não possa dizer o mesmo de v...
— Então, o que você veio fazer aqui? Nora não te disse que eu estava em reunião? — interrompi novamente, lançando um olhar cortante para Bernardo.
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Minha estrela particular
RomantikEste livro possuí e-book, veja! Isabel Montenegro não quer um relacionamento. Ela foge deles como se fossem doenças contagiosas. Tudo o que ela quer e precisa, é de um pouco mais de tempo para se dedicar a sua família; mas como ela pode conseguir...