Capítulo 17

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Em meus braços carrego alguns livros e cadernos antigos que eu usei na escola. Hoje os guardo por lembrança, e as vezes para tirar algumas dúvidas. Vou andando até o quarto de Sebastian. Ainda é cedo, o sol entra pelas grandes janelas e aquece o frio corredor. Chego até o quarto de Sebastian e bato na porta, quando ela abre, Ana, a instrutora (babá) de Sebastian me recepciona.

-Ola Ana!
Digo a cumprimentando.

-Ola vossa alteza! Sebastian está a sua espera.

Entro no quarto e meu irmão está sentado na cadeira, tomando um café da manhã.

-Bom dia Lia.
Meu irmão diz com a boca cheia de biscoitos.

-Bom dia Ti.
Meu irmão sorri ao ouvir seu apelido, que eu não uso sempre, mas gosto bastante.

-Já tomou café?
Ele me pergunta.

-Aham, desci para tomar. Mamãe e papai estão muito orgulhosos de você estar tão disposto a aprender.

-É.
Ele responde não muito animado.

Espalho meus livros sobre a mesa, pego alguns marca textos e espero Sebastian terminar o café. Ele apenas come mais um biscoito e termina de tomar o suco. Ana então tira a mesa e eu começo a minha aula.

-Você sabe o porquê de aprendermos Latim, mesmo que não usamos essa língua?

Ele balança a cabeça em sinal de negativo.

-Pois então, a mais de dois mil anos atrás, Florence era um país chamado República Federativa do Brasil. O modelo político usado era a democracia, porém os governadores eram corruptos e desleais ao povo.

-O que é corrupto?
Ele pergunta.

-Corrupção é quando você pega um dinheiro que seria usado para o país e o rouba para você.

Ele diz um "entendi" e eu continuo minha explicação.

-Nós século XI houve então duas guerra em todo o mundo, e vários países foram devastados, toda uma população morreu, tudo acabou. Aqueles países que tiveram pouca participação na guerra e que possuíam o mínimo para se sustentar sobreviveram. Mas tudo mudou, o mínimo não era o suficiente para toda a população, muitas pessoas morreram, o mundo se devastou. O tempo foi passando e aqueles que sobreviveram inventaram uma nova maneira de viver. A democracia desapareceu, pessoas moravam em vilas, que chamamos hoje de tribos, e eles apenas plantavam, cultivavam e comiam.
Mas então o pior aconteceu, uma vila se achou melhor que a outra, ela se denominou Reino Maior, acabou invadindo e bagunçando todas as outras. Começou então a governar e mandar nas outras e as denominou como Feudos. Parecia que a guerra havia voltado. As pessoas eram escravizadas e passavam fome.

-Mesmo depois de tanta gente ter morrido?
Sebastian me interrompe.

-Infelizmente sim. Muito tempo se passou, até que um ferreiro fez uma espada para seu filho, e pediu para que ele a usasse para libertar as tribos da mão do Reino Maior. Para obedecer seu pai, o jovem saiu desbravado em busca da libertação, juntou mais alguns jovens das outras tribos, eram doze para ser mais exata, e então eles juntos, acabaram com o Reino Maior, na guerra dos cem anos. Mas você sabe o porquê que eles ganharam?

-Por causa da espada!
Meu irmão diz cantarolando.

-Errou! Foi por causa, que esse mesmo guerreiro, que usou a espada, ensinou a todos os outros a falarem apenas em Latim, assim, ninguém descobriria seus planos!

-Mas que sem graça! Achei que fosse por causa da espada.
Ele diz decepcionado.

-A espada carrega a essência do guerreiro que a usou pela primeira vez. Ela só é quem é, por causa do guerreiro.

"O Trono e a Espada"Onde histórias criam vida. Descubra agora