❣ Trinta e Quatro ❣

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Alguns dias haviam se passado, e foram os mais tortuosos possíveis. Sun-A havia permitido que eu ficasse em sua casa pelo tempo que precisasse, o que me deixou com uma preocupação a menos. Eu também havia tentado ligar para minha mãe, mas esta me ignorara completamente. Logo, a única alternativa que vi fora ir pessoalmente à minha antiga casa para buscar alguns pertences. Minha mãe nem se dera ao trabalho de sair do quarto.

Quanto à SoHan, depois do meu depoimento e o habeas corpus, o mesmo fora condenado a doze anos de prisão, sendo nove por tentativa de estupro e três por bigamia. Logo, o divórcio fora encaminhado à minha mãe. Infelizmente, eu não tinha como saber se ela havia assinado, mas eu torcia para que sim.

Com o fim do ano, os exames finais seriam aplicados e eu estudava dia e noite sem parar. A cada dia minha bolsa para Yonsei se aproximava, e eu não perderia essa oportunidade.

Jennie havia se tornado a melhor companhia que eu poderia desejar. Quando eu não estava estudando, a morena me levava para sair, chegara até mesmo ame mostrar a agência da qual faria parte em breve. Algo sobre Jennie ficara muito claro nos dias que se passaram: ela me amava e... Eu queria muito dizer a ela que também a amava. Mas eu não sabia como. Amor parecia um sentimento tão inalcançável... Porém, a cada dia Jennie me mostrava o quão perto podíamos chegar, sem medo.

Apesar das coisas boas que vinham acontecendo, AyuNa não deixava de rondar meus pensamentos. Eu ainda não tive coragem de abordar Rosé e exigir que ela me dissesse tudo o que sabia, afinal, a - recentemente - morena ainda não estava totalmente recuperada.

Eu precisava tomar uma atitude em relação à AyuNa o quanto antes. Ao que tudo indicava, a mais nova sabia muito mais do que eu imaginava sobre mim. E eu precisava descobrir o que acontecera comigo há anos atrás.

— Chega. Eu preciso fazer isso. — Fechei o livro e levantei-me do sofá, encaminhando-me à cozinha. — Sun-A?

— Sim, querida? — Sra. Kim havia me proibido de chamá-la de senhora, mas eu ainda a chamava assim secretamente. A morena mais velha pôs uma fornada de biscoitos em cima da bancada, sorrindo pelo bom trabalho.

— Eu preciso sair... Volto logo.

—Tudo bem. Aonde vai?

— Ahn... Eu vou encontrar uma pessoa. — Eu não estava mentindo, afinal. Estava apenas omitindo algumas partes.

— Okay. Preciso informar Jennie? — Neguei, sorrindo.

— Não é necessário. Eu voltarei logo. — Dito isso pude sair tranqüilamente da cozinha com um dos deliciosos biscoitos da boca.

•     •     •

Bati na porta três vezes, sendo recebida por uma senhora que aparentava ter seus sessenta e tantos anos. A mulher colocou o cigarro na boca para, com as mãos livres, fazer um coque em seu cabelo grisalho.

— O que quer aqui? — Perguntou, rude, escorando-se ao batente da porta.

— Eu preciso falar com AyuNa. Ela está?

— Minha neta está sim... Quem é você? — Tornou a perguntar, fazendo uma nuvem de fumaça em minha direção. Abanei-me para espantar o cheiro repugnante, tossindo em seguida. — Vamos, diga-me logo!

— Eu me chamo Kim Jisoo.

— Entre, menina, entre. — A mais velha cedeu passagem, gesticulando para que eu entrasse.

— Senhora...

— DaEun. — Respondeu, sentando-se em uma velha cadeira de balanço. — AyuNa está no quarto. Terceira porta à esquerda. — Finalizou, balançando-se na cadeira enquanto tentava mirar o cinzeiro.

Girls Like Girls ➳ JenSooOnde histórias criam vida. Descubra agora