Ricardo narrando:
- Querido, onde você estava? Achou pelo menos o bebedouro? - Márcia me encheu de perguntas enquanto eu me ajeitava no banco do carro
- Não - respondi sem a encarar
Eu não conseguia olhar nos olhos dela, depois do que disse para Victória. Toda vez que eu encontrava aquela garota, um abismo me separava de Márcia, mesmo eu sentindo um carinho enorme por ela, não era metade do que eu sentia por Victoria, e talvez, nunca chegasse a ser.
- É lá dentro e tudo muito grande e espaçoso, eu amei - falou empolgada - mas agora vamos pra casa, tô cheia de fome.. vou começar minha dietinha hoje
- Tá, vamos - falei sem expressão e liguei o carro dando partida logo em seguida
Eu fiz tudo errado desde o início, eu parti o coração da mulher que nunca imaginei querer tanto na vida. Me desfiz dela como se não tivesse sentindo nada e refiz minha vida com uma mulher que sequer amo de verdade, era um inferno. Eu me afundava em mentiras, minhas próprias mentiras, eu já tinha machucado alguém no passado, não queria fazer isso de novo no presente. Resolvi então amenizar os estragos, tentar ver o que eu realmente quero para a minha vida, indo pelo lado contrário ou não.
[...]
Ao chegar no condomínio, estacionei o carro e fomos direto para casa, o sol estava quente e pior, era o sol de 1 hora da tarde, aquele de arder a pele. Márcia entrou na minha frente e eu a segui, calado, porém pensativo. Até estranhei o comportamente Márcia, já que ela fala mais do que o necessário sempre, não que eu não goste, mas é que as vezes irrita.
Fui direto para a cozinha, abri a geladeira e bebi a água na garrafa mesmo, tinha perdido a oportunidade e então faria ali mesmo, sem me importar, mesmo sabendo que Márcia falaria pelos cotovelos.
- Ah Ricardo, isso eu não aceito - foi tirando a garrafa da minha boca - isso é nojento, vamos ter que jogar isso fora
- Não precisa jogar fora, é só você não beber nela, só eu - dei ombros e fui saindo da cozinha - não há necessidade de estresse, satisfeita?!
- Já não basta você entrar todo estranho no carro quando saiu da academia, agora vai ser ignorante por um motivo que desconheço? - fez drama com uma situação que ela mesma criou
- Como você desconhece, se foi você que reclamou de eu beber no gargalo - perguntei sem paciência - tá ficando louca?
- É, talvez eu esteja, talvez esse casamento é uma loucura! - gritou
Eu apenas absorvi o que ela disse e por uma fração de segundos, um felicidade bateu, ela foi a primeira a comentar sobre a frustação com o casamento/noivado, ela foi a primeira, não eu. Ou então eu arrumei um jeito de tirar isso dela, agora como eu não sei.
- Ah, então é isso que você acha? - falei e ela deu um passo em minha direção - não, nem ouse falar comigo, vou para o banho e sozinho
- Não Ricardo, eu só..
Apenas a deixei falando sozinha e dei as costas.
[...]
Já era noite, eu estava de um lado da cama e Márcia de outro. Sentia seu olhar sobre mim, enquanto eu folheava um livro, que já tinha lindo várias vezes. Eu não queria falar com ela no momento, talvez eu estivesse misturando a volta da Victória com os problemas que já estava acostumado a passar e acabando tomando raiva desnecessária de Márcia. Então preferi ficar na minha, apenas isso.
- Sabe quem está trabalhando na academia? - ela puxou assunto e eu a encarei, esperando que ela falasse - Victória!
Eu fingi surpresa, pois não pude transparecer que já sabia da novidade. E ela sem contar que ela ficava maravilhosa com roupa de ginástica, imagino o trabalho que ela deve dar para aquele bando de marmanjo sedento.
- Hm - fingi desenho
- Eu sei que você está bravo, então não vou falar dela, você não a suporta - ela disse convicta disso - e pra ser sincera, eu também não a suporto
A olhei sem entender, por mais que eu tivesse motivos para não gostar da Victória, ela não tinha. Victória mesmo forçando, sempre a tratou bem, então resolvi matar a curiosdade e perguntar o motivo.
- Não a suporta, por qual motivo? - transpareci curiosidade
- Ela é muito oferecida, não tem bons modos e já ouvi falar que ela me acha falsa, só por que sou educada com ela, acredita? - dramatizou
Minha vontade de falar "acredito e concordo" foi grande, mas preferi ficar quieto. Apenas engoli seco e assenti, voltando a dar atenção ao meu livro.
Seguidamente sinto uma mão se mover dentro da minha blusa e beijos serem distribuídos pelo meu pescoço. Sua outra mão alisava minhas costas e por mais que eu não negasse uma diversão, eu não estava no clima, nem um pouco. Como eu disse, só queria ficar na minha.
- Márcia.. - me afastei lentamente - não to com cabeça..
- Ai amor, para - disse manhosa - vem cá, vem..
Sua mão foi descendo cada vez mais, porém nem excitado eu conseguia ficar, eu não estava nem um pouco afim.
- tô cansado - afastei ela - amanhã tenho trabalho
- É só a gente faltar - beijou meu pescoço se colocando em mim novamente - vai, tira a blusa
- PORRA, MÁRCIA! - gritei e ela se afastou no susto - EU JÁ DISSE QUE NÃO QUERO, PARA DE FORÇAR!
Eu me levantei da cama e me afastei dela, eu estava tão puto e cansado que precisava do meu espaço..
- Por que você me trata assim? - começou a chorar
- Você fica forçando a barra, eu não tô afim - falei sem paciência - NÃO ESTOU!
- Eu só quero amar você, Ricardo, só isso - disse se aproximando de mim
- Mas quando ela me amava, ela não era assim comigo, ela era tudo, ela... - falei ma afobação, sem me dar contar que Victória veio na minha mente
- Ela quem? - Márcia perguntou perplexa - ELA QUEM?!
E naquele momento eu fiquei sem ter pra onde correr, eu não sabia mais como levar aquilo, como driblar aquilo. Eu percebi que nesse exato momento que Victória era tudo que eu precisava, a todo momento e pra tudo. Eu não podia deixá-la ir novamente, para lugar nenhum e com mais ninguém.
- Victória, ela foi a verdadeira mulher que me amou e eu amo - falei encarando Márcia
Eu acho que fiz o certo, bem, acho não, tenho certeza.
E aí meninas, gostaram? Me deixem saber, amo vocês e até logo ⚘
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O Pai do Meu Melhor Amigo [EM REVISÃO]
RomanceVictoria nunca estava presente para o amor, uma garota que acabou de entrar na fase adulta. 19 anos, bonita, chamava atenção por onde passasse, mas tinha classe e modos para conseguir o que queria. Seu melhor amigo Guilherme já é mais paradão por ca...