Capítulo 5

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Eu estava deitada, meio sonolenta. Depois da noite anterior. Estava confusa, sem saber o que realmente fazer.
Eu queria pensar, pois ter um caso com o pai do meu melhor amigo é só tendo muita coragem.
Eu estava em casa, quietinha no meu quarto, numa paz e agonia maravilhosamente esquisita.

Segundos depois meu celular começou a tocar.
Eu o peguei em seguida e estava bem escrito na tela inicial ("número desconhecido"). Eu pensei em não atender, mas resolvi saber quem era. Eu sou curiosa.

*Ligação On*

- Alô?
- Victoria?
- Quem é?
- O papai noel!
- Ah tá na época não. Liga outra hora.
- Deixa de ser engraçadinha. Sou eu, Ricardo.
- Hãm? Como você sabe meu numero?
- Peguei na agenda do celular do Guilherme... Mas isso não interessa! Quero falar outra coisa.
- Ah, espero que seja urgente né? Porque pegar meu número.
- Vamos se encontrar?
- É melhor não.
- Mas por que não?
- Por que eu não quero. Eu não sou obrigada.
- Tá namorando?
- Isso te interessa?
- Não.. mas eu só...
- Sr Ricardo... Por favor...
- Eu só quero conversar.
- Conversar?
- É, com todo o respeito.
- Pode ser, aonde a gente se encontraria?
- Eu vou te buscar depois da faculdade. Será uma conversa rápida.
- Tá, até mais tarde.
- Tchau.
*Ligação Of*

Eu respirei fundo, bem fundo. E pensei, "Será apenas uma conversa, Victoria, relaxa". Era incrível como ele me deixa trêmula só com a voz. Tá, eu confesso... Eu sempre tive uma atração muito forte por ele. Ah! Não me julgue, eu sou mulher e ele é um homem maravilhosamente sério, sexy e bem durão. Era impossível não se atrair.

- Tá pensando no que florzinha? - Falou minha mãe.

Eu me assustei na hora. Ela apareceu do nada!

- Que assusto mãe! - Falei e dei uma pausa para respirar e recuperar o fôlego. - Não to pensando em nada, não começa.

- Namoradinho? - Ela perguntou.

Revirei os olhos. O mal da minha mãe era achar que eu só penso e namorar. Que saco!

- Mãezinha, eu não namoro! E nem penso nisso.

Falei e me levantei da cama. Eu tinha que tomar banho, parar ir pra faculdade.

- É filha, você fala isso agora. Mas quando chegar alguém que faça seu coração bater mais forte, suas pernas ficarem bambas, voz trêmula. Você talvez mude de ideia. Me de licença, vou pedir a empregada para por a mesa do lanche. - Disse minha mãe e saiu.

Eu fiquei parada olhando pro nada, mas pensando em tudo. Minha mãe acabou de descrever um dos sintomas quando eu vejo o Ricardo. Eu espero que seja algo passageiro, nada sério. Me sentei na cama e balancei a cabeça negativamente. Fiquei parada por exatos 10min na mesma posição.
Até que meu celular tocou. Era Guilherme, me bateu uma saudade, então logo atendi.

*Ligação On*

- Que saudades de você lesma.
- Também tô morrendo de saudade.
- Não tem mais tempo pra mim ne? Depois não reclama hein.
- Desculpa Vic, tô com uns problemas no relacionamento e quero resolver, para não descontar em você injustamente.
- Hm.. Vocês estão muito mal?
- Quase indo para o ralo.
- Porque?
- Ah, sabe como é ne? Quer que eu fale tudo para o mundo.
- Não sei como é. Mas eu entendo.
- Quer passar o final de semana comigo, aqui em casa?
- Nossa, eu adoraria. Mas nós vamos juntos para Cabo Frio, se entender.
- 3 DIAS JUNTOS? HM!!!!!!

*Rimos*

- Da pra você se controlar?
- Desculpa...
- Tô aqui falando de mim e nem perguntei de você. Como está?
- Confusa e perdida.
- Quer falar sobre?
- Não, é complicado.
- Ah para! A gente não tem segredos um com o outro.
- Eu sei. Mas dessa vez eu não tô afim de compartilhar.
- Calma não precisa falar desse jeito.
- Desculpa, eu..
- Não Victoria, esquece. Vou me arrumar, na faculdade a gente se vê. Tchau.
- Tchau.

*Ligação On*

Eu não queria mentir, mas eu não podia contar. Era uma coisa que não estava certa nem para mim, como eu poderia espalhar. E eu não me sentiria nem um pouco confortável dizendo, "- A guilherme, não é nada. Eu e seu pai já nos beijamos. Ele falou que me desejava ontem e ainda marcou para ficarmos a sós em Angra dos Reis, no final de semana." A por favor, isso é coisa que se diga? Eu tô num beco de sinuca. É melhor eu ir estudar, é a melhor coisa que faço.

[ Faculdade ] :

Guilherme nem olhou para minha cara e eu fiz o mesmo. Eu não podia contar. Os professores falaram bastante, o que fez a decepção do Guilherme e o encontro com o pai dele saírem da minha cabeça.
Eu anotei, anotei e anotei a aula toda. Fizemos o que tínhamos que fazer e a aula acabou. Vejo Guilherme no pátio e vou até ele.

- Ei, o que foi? Não tá falando comigo por que?

Perguntei meio apreensiva.

- Não costumo falar com quem não confia em mim. - Falou Guilherme.

- Você não iria entender... É tudo muito...

Tentei falar, mas ele me interrompeu.

- Victoria não importa. Além do mais, eu disse que nos nos veríamos aqui e não que nos conversaríamos. Tchau. - Guilherme falou rudemente e saiu andando com uma galera.

Eu fiquei perplexa e magoada. Ele nunca tinha me tratado tão friamente assim. Ah quer saber? Foda-se.

Avistei um carro na porta da faculdade e era do pai do Guilherme. Olhei em volta para ver se tinha alguém olhando e entrei.

Não falamos nada o percurso todo. Ele se mantinha calado e eu também.
Chegamos em um hotel meio afastado em Copacabana.
Fizemos todos os procedimentos e fomos para o quarto.

- Você disse que seria uma conversa.

Falei o encarando.

- E vai ser. - Falou e se manteve quieto novamente.

Saímos do elevador e fomos para o quarto 234. Ele destravou e me deu passagem para eu poder entrar primeiro e ele entrou em seguida.

- Então. Fale.

Falei séria, me sentando no sofá..

Ele tirou o paletó e se sentou ao meu lado. Ele respirava pesadamente, apertava o joelho, e suas veias estavam assaltadas. Meu deus!

- Então Victoria, eu vim aqui jogar limpo com você. - Disse Ricardo me olhando e mordendo a boca.

PUTA MERDA!

- Ér.. é..é?

Tentei falar, estava difícil me concentrar.

- Você me deixa insano. Fora de mim. Louco, eu me torno outra pessoa com você. Basta você sorrir, debochar, ser irônica e melhor.. Me beijar. Quando eu to contigo as coisas a nossa volta não tem valor nenhum. - Falou Ricardo parando para respirar.

Foram palavras que me afetaram de uma maneira estranha. Me senti viva, diferente. As que saiam da boca dele eram diferentes, por mais que eu já tivesse ouvido. Talvez elas não ela não era diferentes e sim especias. Especias por eu estar gostando dele.

- Isso é tudo muito estranh...

Tentei falar, mas ele me interrompeu.

- Fala não.. Me beija.. - Ele disse sussurrando e me beijou.

Um beijo delicado, mas safado. Ele apertava minha cintura e eu sinceramente já estava no paraíso.

[...]

E AÍ LINDAS, TÃO GOSTANDO? AINDA TEM ANGRA DOS REIS HEIN. PREPAREM SEU CORAÇÃO POIS VEM BOMBA..

BEIJOS E ATÉ A PRÓXIMA.

O Pai do Meu Melhor Amigo  [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora