Capítulo 29

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Victoria narrando:

Eu estava sentada em um dos quiosques no calçadão de Copacabana esperando Eduardo aparecer. Tomei uns sucos para refrescar, já que fazia um calor tremendo.

- Demorei muito? - sua voz tomou meus ouvidos

- Só dois copos de suco e meio - respondi rindo e ele riu

- Uau. Como você está, gatona? - perguntou meio sem graça - faz tempo né...

- Ah, faz tempo mesmo. Mas estou bem como pode ver, na verdade, estou ótima, radiante - falei animada e ele me olhou curioso - o que foi?

- Você está realmente feliz.. é estranho.. - falou zombando e eu dei um tapa em seu braço - tô brincando.. calma!

- É.. as coisas estão indo como o esperado e no tempo certo - disse e ele me olhou, dessa vez, sério

- Isso tem a ver com o Ricardo? - perguntou direto na lata - porque olha..

- Sim, tem a ver com ele! Eu o amo! Ele me ama! Está tudo certo - falei séria - não precisa se preocupar..

- Não vou - falou e ficou quieto - só acho engraçado que.. ele te fez sofrer, até ter.. um aborto espontâneo, mas mesmo assim você ainda corre para os braços dele

- Nós nos entendemos, conversamos, já resolvemos tudo que tem a ver só com NÓS DOIS - falei grossa - Você está com Alice, beijou ela no dia que se declarou pra mim.. você é santo em algo?

- No que eu sinto por você, nisso eu sou completamente puro - falou me olhando nos olhos - Eu te amo, eu gosto muito da Alice, mas você é a mulher que eu queria estar..

- Que papel ridículo, Eduardo! - me distanciei dele - Ela está toda apaixonada e você falando essas coisas. Eu não vim aqui ouvir declarações, vim apenas deixar claro que eu e Ricardo voltamos, que além de você ter aberto a boca e contado do meu aborto, isso ainda nos deixou mais forte, que é com ele que eu quero ficar.

- Victoria.. - segurou meu braço

- Ela é minha amiga, tem sentimentos, saiba respeitar isso - falei séria e tirei suas mãos de mim - enquanto não souber fazer isso, acho que não poderemos mais ser amigos.

- Victoria, eu.. - tentou mais me levantei

- Passar bem, Eduardo - falei e saí andando

Eu não queria ver a cara de pau do Eduardo tão cedo, por mais que eu soubesse que ele fez tudo isso por que gostava de mim e queria me proteger. Mas agora além de ele estar quase comprometido, eu voltei para os braços de quem eu mais amava, nada podia estragar. Mas pars eu me sentir bem ao lado de Ricardo, eu precisava conversar com alguém muito importante pra mim, desde sempre e essa conversa seria agora e no meu apartamento.

Logo que chego no edifício o porteiro vem até mim, parecendo querer dizer algo.

- Senhorita Victoria, tem uma pessoa te esperando aí.. não conheço e pedi que esperasse aqui em baixo - falou meio recentido

- Tudo bem, senhor Carlinhos, fez o certo - dei um toque em seu ombro e sorri - agora me dê licença

Logo que entrei, lá estava a pessoa, séria, como se fosse me matar se colocasse os olhos em mim, mas era necessário tudo isso.

- Guilherme, você veio! - falei contente

- É! Você me chamou! - falou seco cortando o meu barato - E aí, vamos subir?

- Ah, claro, vem, vamos - falei e ele se levantou me seguindo

Entramos no meu apartamente e Guilherme foi logo para a janela, que era o local que ele mais ficava, quando vinha para minha casa.

- E aí.. vai me contar que dormiu com meu pai? - se virou e fez uma cara de desdém - Já tô sabendo..

- Não é sobre seu pai .. - respirei fundo - É sobre eu e você, vamos por as cartas na mesa.. vamos ver quem realmente errou primeiro.. acho que eu mereço isso e você também.

- Ótimo! Pode começar! - fez pouco caso - Vou até me sentar.

Eu revirei os olhos e respirei fundo novamente, pois quando Guilherme resolvia ser debochado, era completamente irritante.

- Eu sei.. eu sei que eu menti muito pra você. Tenho plena consciência que traí sua confiança e admiração que tínhamos um pelo outro. Mas tudo poderia ter sido diferente se você não me obrigasse a não ter coragem de contar..

-  Calma aí.. Você está colocando a culpa em mim? - perguntou indignado

- Sim! Estou! - respondi séria

- Ah, me dá licença! Eu tenho mais o que fazer! - foi se levantando para sair

- Se você não tivesse dito que não aceitava seu pai se relacionar com mais ninguém, ainda mais alguém que você já conhecesse.. mas após isso achou super natural ele quase casar com aquela assassina. Mas na verdade, você queria ele com qualquer outra pessoa, menos comigo. Você percebia os olhares, os jeitos, o modo como falávamos. Você poderia até não saber, mas percebia! Porém apoiou quando ele resolveu se prender com aquela outra lá, que nem aceitava o fato de você ser gay, que afastou seu pai de você e te paparicava por pura obrigação! Desde que eu voltei, você mudou comigo, por mais que tentasse não transparecer.. Você só percebeu a merda que fez, quando ela me esfaqueou. Todavia, eu te perdoo, eu nunca terei raiva de você, nem por um segundo e eu amo o seu pai e é com ele que eu vou ficar, queira você ou não.

- Desculpa qualquer coisa, mas eu preciso ir - falou me olhando

- A porta está no mesmo lugar - retruquei sem encara-lo - a gente se esbarra por aí..

- É, talvez - disse e saiu

Quando ouvi a porta fechar, uma vontade imensa de ser chorar me tomou. Eu estava tão cansada, de ter que me esforçar tanto para ser feliz com alguém que eu amava e me amava. Cansada de ter que fazer escondido, esperar aprovação e fazer o que esperam. Naquele momento de choro e dor de cabeça, prometi para mim, que minha felicidade só dependia das minhas atitudes e elas seriam direcionadas a amar e se amada. Para sempre.

Olá, meus amores! E aí, estão gostando de tudo? Deixe-me saber! Amo vocês e até ⚘

O Pai do Meu Melhor Amigo  [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora