11. Capítulo Onze

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Draco ainda não podia acreditar no que seus olhos viam. Ela o havia trocado pelo principezinho e agora tinha a cara de pau de aparecer em seu apartamento perguntando se sentia saudades? Não mesmo! Não era ingênuo e já havia cansado de ter sido feito de tolo por Kate quando eram mais jovens, quando ela resolveu brincar com ele e com William por algumas semanas, para logo decidir que o posto que William poderia lhe oferecer era melhor que o de Draco. Sendo um duque, ele só ficava abaixo da realeza, justamente de William.

- Achei que você já havia superado isso – deu de ombros com descaso e a afastou de seu corpo.
- A garotinha que acabou de sair daqui era a que estava usando essa outra taça? – ela perguntou apontando para a taça sobre a mesa. – Muito bonitinha, mas bem abaixo dos seus padrões, Draco.
- Andei revendo os meus padrões – voltou a dar de ombros.
- Você costumava me tratar melhor – ela disse com um sorriso cínico.
- Supere isso – ele retrucou. – O que quer aqui afinal?
- Ouvi dizer que você estava com outra pessoa, só quis saber quem ela era. Posso estar me casando com William em poucas semanas, mas você sabe que por um tempo você foi meu preferido.

    O que significava que agora ele não era mais. Então que diabos ela fazia ali?

- E também queria ter certeza de que você sabe com quem está saindo, porque pelo que ouvi sua mãe falar essa tarde em Londres durante o chá, sobre os rumores, ela em nada aprova... Além do mais, outras mulheres conhecem a família Granger e o pai dessa garotinha está longe de ser um bom homem – Draco rangeu os dentes a encarando.
- Você já se arranjou com William, vocês vão se casar e a rainha Elizabeth não parece disposta a se esforçar em acabar com você como fez com Diana anos atrás, então por que diabos você tem de voltar a me incomodar?
- Porque eu fiquei com saudades – ela deu de ombros. – William pode ser muito bom na cama, gostaria de saber se você pode superá-lo.
- Vai ter de descobrir sozinha – ele retrucou levando-a de volta para o elevador de onde ela saíra. – Meses atrás eu lhe disse isso, e vou repetir mais uma vez: seu casamento está muito bem arranjado, e você não gostaria que eu o destruísse, não é mesmo? Então me ouça de uma vez por todas e dê o fora daqui, a partir do momento que você me traiu com o idiota do William, você deixou de ser alguém com quem eu ficaria.
- Você não reclamou da última vez que estivemos juntos – ela disse passando uma unha comprida por sua bochecha.
- Já lhe disse, andei revendo os meus padrões e você está fora dele – quando as portas se abriram ele a empurrou para dentro. – Adeus Kate, seja feliz no seu casamento – disse com ironia – e me deixe em paz!
- Quem perde é você – ela disse não querendo ficar por baixo e ajeitou seu conjunto impecável. – Adeus então, Draco Malfoy. Só preste atenção no que eu lhe digo e saiba mais sobre essa garotinha, com uma ligação eu descobri muita coisa, aposto que você não quer ser enganado!

    A porta se fechou e Draco deu um murro contra a parede. Que diabos Hermione não havia lhe contado sobre sua família? Com passos rápidos ele andou pelo apartamento até seu escritório pessoal, sua vontade era de ligar para ela e tirar essa história a limpo de uma vez, mas sabia que não era hora para isso, além do mais queria conversar pessoalmente. Assim que decidiu pegar seu celular, com dedos ágeis discou o número de seu homem de confiança, aquele a quem designava funções como a de descobrir sobre Hermione Granger.

- Aparentemente você não fez uma pesquisa profunda o suficiente – Draco quase urrou quando o homem atendeu o telefone. – A infeliz da Kate esteve aqui agora com uma historinha sobre o pai de Hermione Granger não ser uma boa pessoa, então você tem doze horas para descobrir o que ele faz, fez e pode fazer que possa me afetar.

    Sem dar tempo para uma resposta, Draco desligou o celular e o jogou sobre a mesa. Não seria enganado por uma mulher outra vez. Não mesmo.
    Quando se levantou na manhã seguinte, mau humor o definia. Já não era um costume seu ficar sorrindo nem nada assim, mas naquela manhã parecia impossível que pudesse rir. Havia se revirado na cama, e só dormiu quando o sol já estava prestes a surgir, ou em suas palavras, apenas cochilou. Serviu uma xícara de café preto e bebeu com uma careta, seu café definitivamente era horrível, mas não estava afim de descer para comprar um na padaria ao lado.
    Só conseguia pensar que precisava tirar a história a limpo com Hermione, descobrir o que ela não havia lhe dito... E talvez sua relação terminasse antes mesmo de começar algo mais firme. Não que lamentasse por dar adeus a Hermione, mas sim por saber que se não desse certo era Pansy quem o esperava, além do mais, um lado irracional seu sentia-se mal por Hermione não permanecer em Cambridge, porque era óbvio que se ela o estava enganando o tentando aplicar-lhe alguma espécie de golpe, ele não a quereria por perto nem pintada de ouro e muito menos permaneceria pagando para ela estudar.
    Quando a encontrou próximo ao horário do almoço, sentiu vontade de rir de suas caretas pela terrível dor de cabeça que sentia, sentiu inclusive vontade de fazer piadas – o que não era do seu feitio, mas logo o mau humor superou os outros sentimentos, fazendo-o permanecer sério e dizendo poucas palavras.

Alugando Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora