12. Capítulo Doze

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Ao contrário do que havia imaginado, Draco ficou pronto bem rápido, mostrando que já tinha a prática em pentear o cabelo e não ficava de frescuras ao escolher uma roupa – o que logo ela descobriu se deveu ao fato de grande parte das roupas dele serem semelhantes, todas em preto ou outras cores escuras.
    Uma batida na porta e ela revirou os olhos, não havia passado nem cinco minutos desde a última vez que ele fora checar se ela já estava pronta.

- Só mais um minuto, Draco – ela bufou tentada a prolongar ainda mais a sua demora, apenas para afrontá-lo.
- Eu disse que você demorava a se arrumar – ele respondeu do outro lado da porta e riu.
- Mas aposto que demoro muito menos que as suas amiguinhas modelos – ela alfinetou e voltou a se concentrar em sua maquiagem.

    Dois minutos depois abriu a porta e se virou de costas para ele.

- Pode fechar para mim? – ela achava clichê isso de pedir a um homem que feche seu vestido, mas por mais que tentasse alcançá-lo até o final, não havia conseguido.
- Achei que você era do tipo de mulher que prefere fazer tudo sozinha – alfinetou ele puxando o zíper para cima, provocando-a com palavras para não prestar atenção em sua pela macia e no quão atraente ela lhe parecia naquele momento.
- Eu tento – ela deu de ombros.

    Disso ele tinha certeza.

- Te espero na sala – ele disse logo em seguida, e saiu pelo corredor. – Não demore! – falou durante o caminho.

    Novamente ela se sentiu tentada a voltar ao banheiro e prolongar o máximo o tempo de se arrumar, tudo para provocá-lo. Mas por mais que a tentação fosse grande, tinha de se apressar e conter as voltas que seu estômago estava dando. Nunca havia estado em um relacionamento antes, portanto nunca havia passado pelo momento de “conhecer os pais dele” e justamente a primeira vez em que fazia isso, tinha de ser com alguém como Narcisa e Lucius Malfoy.
    Claro que todo seu conhecimento a respeito dos dois se resumia ao que encontrar em alguns artigos na internet, que não disseram nada além do que ela já imaginava. Narcisa sempre foi o tipo de mulher que dá mais atenção para o status que para o sentimento em si, e Lucius era o tipo de homem que dava mais importância ao trabalho e seu dinheiro, que para família, por ambos serem como eram Hermione podia apostar que o casamento deveria ir cada vez mais de mal a pior, mas Narcisa nunca se submeteria a um divórcio, iria arruinar a já não tão imaculada imagem da família Malfoy, claro que a parte de não tão imaculada se devia a Draco e suas aventuras amorosas regadas a muita bebida, e ela podia apostar que drogas estiveram no meio diversas vezes, como já dissera, ela não era tão ingênua assim.
    E como se não bastasse Narcisa ser uma mulher extremamente ligava aos valores que a própria sociedade atribui, a essa altura ela já devia saber tudo sobre a família Granger e o que seu pai andou aprontando, assim como devia saber que seu filho estava com uma plebeia e certamente considerava a relação o mais inapropriada possível.
    Juntando todos os fatos, Hermione estava aterrorizada ante a ideia de conhecer a família de Draco.

- Vamos? – ela disse ao chegar a sala.

    Ele desligou a televisão, que estava ligada em um canal aleatório e Hermione tinha certeza de que Draco não prestara a menor atenção no que passava, e se levantou para acompanhá-la até o elevador.

- Você está muito bonita – ele disse e ela assentiu, aceitando o elogio.

    Mas tudo que conseguia pensar era que beleza não era o suficiente para Narcisa Malfoy.

- Quanto tempo leva até a casa dos seus pais? – ela perguntou ao entrar no carro dele. Um carro diferente do que ele usara durante o dia. 

    Agora iam em um automático sedan prateado, uma cor de carro que Hermione não imaginava que Draco tivesse. Ele estava sempre com cores escuras e sóbrias, e um carro prateado pareceu chamativo demais para alguém como ele.

Alugando Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora