Side to Side 🔞 JIKOOK [EM REVISÃO]

🔞 04 - Sorry 🔞

Boa Leitura! ❤

“Desculpas não justificam erros. Perdão não é amnésia. Não há borracha para palavras ditas. Não se passa corretivo em gestos. Amor não tem remetente. Não há correio para o ódio.” – Jéssica F.

Jungkook P.O.V's

     Usar a força bruta e a arrogância para intimidar alguém está bem longe de ser algo educado, confesso que não é esse tipo de conduta que aprendi durante minha vida, a verdade é que naquele instante me transformei no tipo de pessoa que abomino. Apesar de não justificar meu ato, ter aquele garoto tão próximo, ver sua beleza de perto e sentir o cheiro suave de seu perfume despertou um lado estranho em mim, tudo apenas piorou quando levei um NÃO bem no meio da cara. É complicado lidar com isso, pareço até uma criança mimada falando, mas o fato é que nunca tive algo negado por ninguém.

     Seu posicionamento me fez enxergar algo que está bem além de sua beleza, Park Jimin é alguém cujo subestimei bem mais do que acredito. Eu deveria ter me controlado, tinha obrigação de me afastar e deixá-lo em paz quando ouvi aquela negativa, um NÃO é algo que todos deveriam respeitar. Fui infantil, prepotente e agi como um moleque quando decidi provocá-lo, quase como um típico adolescente que não suporta ter seus passos limitados. Acostumado a ter absolutamente tudo aos meus pés, achei que com ele fosse ser da mesma forma. Me enganei, pessoa não se compram como carros e joias.

     No entanto, o medo em seu olhar, seu corpo trêmulo e as inúmeras lágrimas me fizeram afastar. Jimin foi capaz de me fazer algo que raramente me submeto, pedir desculpas a alguém. Sou orgulhoso ao extremo, mas desta vez percebi que errei e foi um dos maiores absurdos que cometi na vida até então. Minha intenção nunca foi assustá-lo, porém, minha abordagem não foi algo amistoso ou correto. Não lhe dei chance alguma de defesa, tão pouco tempo para gritar por ajuda. Tudo o que fiz foi lhe colocar medo e sair correndo como um covarde que me tornei.

     Julguei sem conhecer, fiz como minha mãe costuma fazer com as pessoas ao seu redor, exatamente como fizeram com minha ex-noiva. Condenei por aparências a vida de uma pessoa, julguei mal pessoas quem nem sequer tenho o direito de opinar. Vergonhosamente achei que por estar trabalhando em um local como aquele o garoto fosse como a maioria, estive muito enganado quando nem sequer tenho o direito de apontar o dedo para as vidas daquelas pessoas.

     No fundo daquele olhos assustados percebi o olhar de um garoto que talvez precise ser protegido. Fala com tanta repulsa de seu trabalho como se sentisse nojo de si mesmo, exatamente como um cordeiro em um campo cheio de lobos famintos. Seu corpo de perto é um tentação aos olhos de qualquer um, sem mencionar o roupão meio aberto deixando transparecer parte de sua pele sem mancha alguma. Jimin pode ser alguém atraente, mas aquele olhar esconde um passado que talvez valha a pena investigar mais a frente.

     Permaneci ali por mais alguns minutos, sendo surpreendido por uma segunda apresentação do mesmo, mas não deixei que me visse para não atrapalhar seu momento. Apenas me contentei em apreciar seu corpo no ritmo de outra música, me pergunto como ele consegue ser tão dedicado ainda que não goste daquilo que faz. No final daquela apresentação seu olhar procurou por algo, até se fixar em um ponto qualquer no meio das pessoas. Ali o vi amedrontado e a forma com que ele saiu correndo apenas denunciou o quão assustado estava.

     Ele saiu às pressas e por mais que eu estivesse curioso para saber o motivo decidi ficar quieto em meu lugar, já o assustei demais por um dia e extrapolei todos os meus limites de babaquice. Acompanhei a apresentação de algumas garotas, no entanto, não me chamaram a atenção como Park Jimin. Parece ser ironia, antes me excitava apenas por mulheres e hoje me vejo viciado na imagem de um corpo masculino, ou pior, a pele que nem sequer “toquei” como queria. Uma das dançarinas caminhou em minha direção, fez menção em se sentar no meu colo, porém, me levantei antes que isso ocorresse. Apenas a ouvir bufar, coisa que ignorei ser peso na consciência.