🌻 06| Miguel

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Copacabana. Era lá que se encontrava meu celular e a linda mulher que estava em posse dele e que me dispensara tão facilmente hoje de manhã.

Pérola morava em um dos prédios de apartamentos mais requintados do Copacabana. O que significava que ela estava bem financeiramente.

O porteiro avisou nossa chegada e depois abriu o portão. Ele era alto e aparentava ser bem simpático. Tinha os cabelos grisalhos e olhos cansados de quem já estava precisando se aposentar. Seguimos até o elevador e apertei o botão do quinto andar. As memórias daquela manhã invadiram minha mente e o pensamento de que eu ia vê-la me deixou um tanto nervoso. As mãos começaram a suar e as passei no cabelo bem mais vezes que o normal.

- Parece que alguém está nervoso em encontrar uma certa moça. - Brincou Caio. O que me deu vontade de o encher de porrada.

- O deixe em paz meu amor. - Advertiu Maria. - Ele só está com medo de ser despachado de novo. - E assim as gargalhadas invadiram o ambiente fechado.

- Alguém já disse o quanto vocês são insuportáveis? - Retruquei. O elevador parou indicando que já havíamos chegado ao andar. Por um momento pensei se estava bem vestido. Eu sou um cara vaidoso e sempre usufruo dos melhores perfumes e marcas de roupas.

Toquei a campanhia duas vezes até uma mulher alta e morena atender. Não era a Pérola, mas se parecia muito com ela. Os cabelos negros e lisos e olhos castanhos marcantes eram as únicas diferenças entre elas. Talvez ela fosse irmã dela.

- Olá. É... Oi! Eu sou o Miguel, amigo da Pérola. Ela está? - Talvez eu tenha batido na porta errada. Por que estou tão nervoso? Minhas malditas mãos não param de suar.

- Ah sim! Oi, meu nome é Victoria Garcia. Sou a mãe da Pérola. Ela está se arrumando, mas vocês podem entrar. Ela já atende vocês. - Entramos e eu não havia notado mais cedo que o apartamento era grande e muito espaçoso. Eu sei que o quarto era grande, a única parte do apartamento que me lembro bem.

Olhei para a mulher a minha frente. Ela não aparentava ser mais velha e muito menos a mãe de alguém.

- Então... De onde vocês conhecem minha filha?

A pergunta pairou no ar. Olhei para meus amigos que pareceram estarem prestes a explodir de tanto rir com a minha total falta de jeito para responder. O que eu iria dizer? Eu acordei na cama da sua filha?

- Nos conhecemos no Dallas. - E não era mentira. Ela me encarou por um tempo. Me deu um sorriso. Mas, seu olhar demonstrava certa tristeza.

- Ah sim. Entendi. E vocês? - Ela se voltou para Maria e Caio.

- É... Eu sou o Caio e essa é Maria, minha namorada. Nós não conhecemos sua filha. Só viemos acompanhar o Miguel. - Respondeu Caio.

- Não liguem para a dona Victória. Ela parece até uma detetive com tanto interrogatório. Mas, é inofensiva. - Disse a bela morena entrando na sala. Meu corpo inteiro enrijeceu. Meu coração acelerou. Uma onda de calor se espalhou pelo meu corpo quando ela pronunciou meu nome.

- Olá Miguel... De novo.

Ela estava linda. Usava um vestido preto colado que acentuava suas curvas que eu jamais poderia esquecer. Não pude deixar de notar o belo decote. Mas, o que me fez quase derreter foi o sorriso dela. Era lindo.
O tipo de sorriso que te faz querer sorrir também, mesmo que estivesse em um dia ruim. Mas, ainda assim era um tanto misterioso. Era como se atrás dele se escondesse um rio de emoções.

Pérola estendeu a mão e me puxou para um abraço. Senti o mesmo cheiro de quando acordei ao seu lado, um cheiro de mar acentuado por um perfume doce que me deixou ainda mais embriagado.

Plano B (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora