Capítulo 7

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04 de Dezembro de 2017


Narrado por Eleonora

Durante o resto do dia de ontem tranquei-me no quarto a organizar todos os roteiros e a iniciar o meu livro.

A senhora de cabelos brancos, mais conhecida por Clara, vagueou entra a cozinha, o quarto e a sala enquanto estabelecia uma ligação que sem exagero algum durou cinco horas.

É incrível e invejo bastante a capacidade que a minha avó tem para puxar assunto com tanta gente e em todas as circunstancias. Só com quem ela não gostava de modo algum conversar era com o Joseph.

Intuição de avó é como a de mãe, não falha!

O dia hoje amanheceu solarengo, é facto para se estranhar visto que desde que cheguei a Manarola, o clima tem sido frio e chuvoso.

Abro a janela do quarto que dá acesso à varanda espaçosa que me permite observar o mar agitado que embate nas rochas.

Inspiro e ar fresco e expiro-o logo de seguida.

Morar em Manarola é sem duvida alguma um paraíso!

O bairro colorido onde a minha avó reside é bastante sossegado, possibilitando-me uma maior concentração no meu trabalho e um enorme descanso à minha mente e corpo.

A vista maravilhosa que o mar ao fundo da rua me proporciona tranquiliza-me de uma forma que nunca tinha conseguido.

Saio do quarto após alguns minutos de reflexão.

Desço as escadas vagarosamente e encontro o Marco sentado no sofá com o olhar fixo em algum ponto da sala.

A minha relação com o moreno ainda não é das melhores, os olhares carregados de desejo que me lança, o sorriso safado e a pose determinada possui deixam-me excitada e nervosa em simultâneo.

– Bom dia. – cumprimento o rapaz que se assusta ao ouvir a minha voz e fixa então o seu olhar em mim. Sinto as minhas bochechas aquecerem com a intensidade do olhar que me lança, algo no meu interior vibra. Não posso negar a mim mesma que o moreno mexe comigo, mas posso nega-lo a ele até ao ultimo segundo que conseguir esconder o meu desejo.  – Perdeste alguma coisa aqui? – questiono rude.

Reparo nos meus trajes e entendo então o porquê do seu olhar percorrer o meu corpo, visto nada mais nada menos do que uma blusa branca que me cobre metade das coxas.

– Bom dia… - diz suspirando em seguida, os seus olhos castanhos estão agora mais escuros do que o habitual enquanto continuam a analisar o meu corpo.

Puxo a blusa para baixo com a intenção de tapar um pouco mais as minhas pernas, porém a minha intenção fala quando exponho ainda mais o meu decote. Suspiro frustrada e sento-me no lugar mais afastada do moreno.

– Aliás, boa tarde Eleonora. – Marco corrige-se quando a minha avó entra na sala.

Analiso sem qualquer pudor a erecção que as calças cinzentas de fato de treino deixam bem evidente. Sorrio com o efeito que causo no moreno. A minha visão é tapada por uma almofada azul que Marco coloca à sua frente, olho para si indignada o que provoca um sorriso torto no rosto do rapaz.

– Já acordaste meu amor, como estás? – a minha avó indaga sentando-se entre mim e o Marco.

– Bem. O que ele está aqui a fazer? – pergunto à mulher a meu lado.

– Vim informar a tua avó que os meus avós e a sua tribo estão de volta a Manarola e que ficam cá para o Natal. – o rapaz responde com arrogância.

O Despertar do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora