22º capítulo(Albert narrando)

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-Fica tranquilo, Caio.-Disse pondo minha mão em seu ombro.-Estaremos aqui, cara.                                              -Estou nervoso, faz tanto tempo que eu vi meu pai. E se ele não me reconhecer, e se o filho dele ficar com muita raiva porque tem um irmão mais velho?-Caio mordeu os lábios.              -Por que você não trouxe Maria Cecília, Albert?-Dei de ombros.-Se ela estivesse aqui ela dava um tapa na cara do Caio e ele acordava pra vida. -Tem razão, Marcos. Era pra eu ter pensando nessa possibilidade!-Nós rimos.                                                    -Gente, calem a boca. Não me deixem mais nervoso, pelo amor do Senhor Jesus!-Caio disse nervoso, roendo suas unhas. -Fica calmo, Caio.-Ele suspirou.-Seu irmão vai entrar em campo agora, está vendo? O pai de meu amigo se separou de sua mãe quando ele tinha uns três anos e depois de alguns meses foi pra outro estado, no começo ele sempre aparecia, mesmo ele morando em outro estado, depois de uns meses depois a convivência entre eles era complicada e com o tempo até o contato do pai ele perdeu. Até ver um cartaz de uma competição de times, da cidade onde seu pai morava com uma cidade vizinha. E a semelhança entre ele e o irmão eram grandes que lhe despertou uma curiosidade, Caio conseguiu descobrir o nome de seu irmão, e descobriu redes sociais do pai: o garoto era mesmo o clone dele e de seu pai, e era mesmo seu irmão. E por que não? Por que não reencontrar seu pai e conhecer seu irmão mais novo, além de vê-lo jogar futebol? -Cara, se não fosse a idade eu diria que você e ele são irmãos gêmeos.-João Pedro disse comendo uma pipoca. -Por que você está comendo pipoca a essa hora, João? Acabamos de almoçar!-Marcos reclamou o chacoalhando. -Talvez seja porque eu estou com fome, não posso comer mais não é? -Sinceramente, vocês todos são morta fome.-Rimos. Olhei pra Caio, ele roeu as unhas e vi seus olhos brilharem quando ele viu seu pai: ele estava perto de onde estávamos e gritando seu filho que já havia começado a jogar. -Vamos falar com ele?-Coloquei a mão em seu ombro. -Eu estou com medo... -Medo de que? Você é tão confiante, Caio.-Bati em suas costas.-Você consegue superar qualquer medo, anda, vamos lá?-Ele assentiu. Fomos até lá, quando paramos em sua frente ele gritou: -Ei, por favor, saiam da frente, o meu filho está jogando.-Reclamou.        -Podemos falar com você?       -Não posso agora, porque...-Ele olhou para Caio e um brilho em seus olhos se formaram: ele havia o reconhecido. Também o meu amigo se parecia com ele e com seu filho mais novo, e eles três se pareciam imensamente.-Podem.-Engoliu em seco. -Você sabe quem eu sou? -Eu desconfio de uma pessoa.-Caio sorriu.-Qual seu nome? -Caio. O meu nome é Caio. Sem nem responder o pai de meu melhor amigo o abraçou, o abraçou muito forte e sussurrou algo. -E vocês quem são?-Disse chorando.                                            -Somos amigos do Caio.-João Pedro disse terminando de comer sua pipoca, a boca estava cheia.      -Tenha educação, João Pedro.-Marcos reclamou e lhe puxou a orelha. O pai de Caio riu. -Sou Albert.-Me apresentei e ele me cumprimentou.-Esse é o Marcos e esse é o João Pedro.-Apresentei cada um de meus amigos e eles lhe cumprimentaram. -Eu sou o Diogo. Logo quatro caras saíram do banco ao lado de Diogo, então nós sentamos. Caio sentou ao lado do pai, em seguida eu, depois João e depois Marcos; futuro namorado da Renata.      E então observei Caio contando toda a história de como encontrou seu pai. Diogo dizia o motivo de ter se afastado de seu filho, mesmo não querendo, pediu desculpas por não ter o procurado. Os olhos dos dois estavam cheios d"água. É errado me emocionar também?                                                     [...]                                                              Diogo não prestava atenção no jogo de seu caçula, apenas conversava com seu filho mais velho. Enquanto eu, João Pedro e Marcos ficamos de observar o jogo pra dizer ao pai de nosso amigo quantos gols o filho dele havia marcado. E se o garoto perguntasse? Aí sim que ele odiaria o Caio de toda forma possível.                   Quando menos esperamos ouvimos um barulho anunciando que o jogo teve fim. O time do irmão de Caio havia sido vencedor! Enquanto meu melhor amigo e o pai pulavam de felicidade, eu e os meninos olhávamos o garoto que estava pulando com os amigos e logo veio correndo para a arquibancada onde o pai estava.               -Parabéns, filhão!-Diogo o pegou no colo e o girou.                                          -Vou ir comemorar com meus amigos! Você vai também? Ou irá ficar com o técnico da gente? Ele não vai!                 Diogo foi o único pai que acompanhou o filho, já que era um dos treinadores do time.                                                      -Você não vai, filhão. Vamos comemorar eu e você hoje!-O moleque revirou os olhos.-Lembra que te contei que você tem um irmão mais velho?-Ele assentiu.-Então Matheus...-Suspirou.-Esse é o Caio, seu irmão mais velho.                                             -Você parece...-gaguejou.                        -É, Matheus. Nos parecemos!-Caio sorriu e abraçou o irmão mais novo.          -Então você é o Caio?                             -É, eu sou o Caio.-Meu amigo disse com os olhos cheios d"água e abraçou novamente o irmão mais novo.                   -Meu pai já me disse sobre você!            -Esses são os meus amigos, Matheus.-Caio se virou para nós.-Marcos, João Pedro e Albert.-Disse apresentando cada um de nós.                -Fala, pivete.-Marcos disse cumprimentando Matheus.                    -E aí, guri.-João lhe deu um tapa nas costas. Com certeza Matheus sentiu vontade de gritar, doeu em mim.                -Fala.-Cumprimentei e sorri.                         Fomos para uma lanchonete para comermos algo. Tudo por conta do Tio Diogo, que está nos tratando maravilhosamente bem, e pela cara está incrivelmente feliz com o reencontro com o filho mais velho.           -Quantos anos você tem, Matheus?             -Eu vou fazer quinze.-Sorriu.                   -Maria Cecília faz quinze mês que vem.-João comemorou.-Vou arranjar.-Matheus riu.                                                 -Quem é Maria Cecília?-Ignoramos completamente Matheus, nem havíamos prestado muita atenção.         -Cala a boca, João Pedro. Deixa a minha cunhada, ela não tem idade pra namora ainda não.-Lhe dei um murro na cabeça.                                                -Você as vezes age como irmão da sua cunhada, muito amor pela Ana mesmo, viu?-Lhe belisquei.                       -Estou boiando. Será que alguém pode me dizer quem é a Maria Cecília?                   -Maria Cecília é a cunhada do Albert.-Marcos explicou.                                        -Assim como você parece seu irmão, a minha cunhada parece minha namorada.-Albert soltou uma piscadela.                                              
Era mais ou menos umas quatro e cinquenta, quase cinco da tarde. Me levantei e fui até o canto, era melhor ligar para a Ana Júlia:                                 "Oi meu amor."                                             "Oi, meu anjo. Estou com saudades."                                                      "Também estou, neném. E como está aí? O pai de Caio o reconheceu, foi compreensivel?"                               "Olha, eles estão se dando melhor do que o esperado. O irmão do Caio é gente boa, da idade de Maria."             "Que chique. João não fez piadinhas com isso, não?"                                         "Pior que fez! Mande Maria Cecília ter juízo, porque estou de olho nela!"                           
"Pode crer que eu mando o recado!"     Marcos fazia um sinal pra eu adiantar... Melhor depois eu ligar pra Ana.                    "Vou desligar, quando eu chegar no hotel se você ainda estiver acordada eu te ligo, ouviu meu amor?"                   "Certo, bem. Amo você, vou até estudar aqui. Saudades."                         " Te amo."                                                        Cheguei na mesa e os meninos retrucaram as coisas que eu dizia pra minha namorada. Com amigos assim, não sei pra que ter inimigos!

A menina que ele zuava 3Onde histórias criam vida. Descubra agora