18º capítulo

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Assim que peguei os livros na biblioteca fui até lá fora e vi Tobias encostado no carro me esperando. O mesmo abriu um sorriso e eu fui até lá, morrendo de vontade de sorrir.                 -Oi Tó.-Suspirei.                                     -Por que está tão tristinha, pequena?-Disse colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.-E cadê a Rê?   -A Renata vai sair com uma amiga.        -Então por isso você está tristinha assim?-Riu.                                             -Não!-Me irritei e entrei no carro.             -Vai jantar na casa do Albert, não é?       -Me deixe lá. Depois te ligo para ir me buscar, ou Albert me leva.                     -Verdade... Esqueci que o Albert tirou a carteira de motorista.-Assenti.-Por que você não fez a prova pra tirar ainda, minha menina?                                      -Tenho medo.-Engoli em seco.                Desde que o carro virou e minha mãe faleceu, eu tenho trauma de andar de carro. Ando porque não tem jeito, mas rezo sempre antes de entrar no automóvel e quando saio...Em silêncio, mas rezo. E eu dirigir carro sozinha? Não dá... Eu estava dentro do carro na hora do acidente... Eu vi tudo! -Não precisa se explicar, entendo.-Tobias engoliu em seco e tentou mudar de assunto:-E a faculdade como anda?                                                    -Ah, Tó... Eu estou gostando, mas ... -Mas?
-Estou sentindo Renata mudar de comportamento quando estamos na faculdade, mudou muito comigo.-Tobias assentiu.-E tem um menino que não me deixa em paz, você não tem noção! -Talvez seja impressão sua quanto a Renata...-Assenti, mesmo sabendo que não era impressão minha.-E quanto ao garoto: ignora ele. Você contou que tinha namorado, não contou?-Gritei um "claro" e Tobias riu:-Então deixa ele de lado, ignora. -Não é tão simples, Tó... -É simples sim, você consegue!-Sorri.                                                       Logo Tobias parou em frente a casa do meu namorado, abri a porta devagar e fui até a porta do meu motorista e lhe dei um beijo na bochecha: -Você é o melhor segundo pai, Tó. -E você é a melhor filha mais velha emprestada, Aninha.-Sorri. -Entrega meus materiais á Maria Cecília ou á Josete. Elas sabem onde guardo minhas coisas.-Mordi os lábios e sai batendo na porta. Logo o meu sogro abriu: estava com uma cara amarrada. E assim que me viu tentou disfarçar um pouco:                -Boa noite, Senhor Phyls.-Ele me lançou um olhar mortal:-Olá, Paulo.             -Boa noite, Ana Júlia. Pode entrar!-Abriu mais a porta e me deu espaço para pasar.                                            -Aninha.-Minha sogra veio ao meu encontro e me abraçou.                                   -Dona Katy, estava com saudades daqui.-Sorri.                                              -Você também está tão sumida!               -A faculdade, Dona Katy...                      -Nem me fale sobre isso: estou ficando louca com o seu namorado!-Engoli em seco.                                                            -E onde está ele?                                     -Está lá em cima no quarto.                                               -Será que ele esqueceu que eu viria?     -Não, não foi isso.-Olhei e a prima do meu namorado estava deitada no sofá mexendo no computador.-Tivemos uma DR de família, e meu primo se zangou. Está lá em cima. -Oi Katllyn. Não havia te visto.-Fui até a mesma e lhe cumprimentei.-Vou lá em cima avisar a ele que eu cheguei, tentar conversar com ele.-Sorri já subindo a escada.     -Ana.-Olhei para minha sogra que havia me chamado:-Deixem a porta do quarto aberta, por favor.-Assenti morrendo de vergonha.                             Subi as escadas correndo e parei em frente ao quarto do meu namorado eu bati na porta, o mesmo a abriu e com a cara amarrada me deu um beijo na boca. Subi em cima do mesmo e o abracei muito forte, me assustei quando meu namorado fechou a porta:    -Sua mãe mandou ficarmos de porta aberta.-Mordi os lábios e sai de seu braço, me sentando em sua cama.             -Nós não iremos fazer nada de errado!    -Eu sei, mas temos que obedecer as ordens dela! Lá em casa também ficamos de porta aberta no quarto, não vai mudar porque estamos em sua casa.-Bufei.                                                   -Não vamos fazer nada, sei que você ainda não está preparada e eu não vou fazer nada que você não queira!                -Por isso que eu te amo.-Lhe beijei no rosto e apertei suas bochechas.               -Você me ama só por isso?                     -E por outras um milhão de coisas.                   -Vamos fingir que acredito.-Lhe dei língua e o mesmo deitou na cama, me puxando para deitar ao seu lado.                      -Vamos descer, daqui um tempo a sua mãe vai nos chamar pra jantar.                           -Fica aqui abraçada comigo, por favor.-Disse me abraçando.                                -Katllyn me contou que você discutiu com seus pais, pode me contar o motivo, meu bem?                                             -Estavam reclamando comigo porque ainda não passei para nenhuma faculdade.-O encarei.-Nem sei que profissão eu pretendo seguir.                   -Eu pensei que você tivesse feito pelo menos um vestibular, Albert.-Levantei o olhando irritada. Não acredito que o Albert nem um vestibular ele fez, que miolos ele tem na cabeça?                            -Se eu nem sei que profissão eu quero!-Revirei os olhos.-Já tirei minha carteira de motorista, qualquer coisa viajo pelo mundo de carro, isso não é uma profissão?-Tentou zoar.                      -Não, não é uma profissão, Albert.-Bufei.-Pensa logo, isso é de irritação mesmo pra todo mundo, acho melhor você seguir o rumo de sua vida, Albert.-Lhe bati.                                        -Só porque você será uma futura médica não quer dizer que eu preciso ser um também...                                      -Não mandei você ser médico. Se você quiser até ser um vendedor ou sei lá o que, pra mim não importa, só acho que você precisa tomar um rumo em sua vida.                                                         -É, então eu acho que vou ser pedreiro, você se incomoda?-Zoou.          -Eu estou falando sério, Albert. Esse ano você faz dezenove, e nem um vestibular você prestou.                              -Tanto faz.                                                     -Tanto faz? Então, tanto faz?-Respirei fundo e contei até dez.-Vá à merda!-Gritei e sai do quarto batendo a porta.    Corri descendo as escadas, vasculhei minha bolsa procurando meu celular, eu precisava ligar para Tobias.                  -Você não vai jantar, minha linda?-Neguei.                                                      Lágrimas desciam dos meus olhos, eu estava tão irritada com ele, mas tão...       Ouvi um grito e me virei:                             -Posso pelo menos te levar em casa?      -Não precisa!-Bufei cruzando os braços.                                                             -Por favor.-Concordei.

A menina que ele zuava 3Onde histórias criam vida. Descubra agora