-Albert.-Ouvi minha mãe gritando. Estava no computador me inscrevendo pra um faculdade de música. O que a Ana Júlia disse sobre que eu preciso cuidar do meu futuro pela frente é verdade, e mesmo que ela tenha feito tudo que fez comigo eu não desejo o mal a ela e sei que todos os conselhos que ela me deu servirão muito para a minha vida. -Albert, você está surdo?-Minha mãe gritou novamente. Logo ouvi passos na escada e alguém bateu na minha porta e eu não respondi e a pessoa abriu: era Tânia. Guardei meu computador na mesma hora e ela veio e se sentou ao meu lado: -Sua mãe te gritou, disse que não sabia se você tinha saído ou não, então eu resolvi conferir!-Dei de ombros. Eu sabia que minha mãe estava inventando essa história já que ela não gostava nem um pouco da Tânia está ficando comigo e o pessoal daqui de casa ficou de mal comigo durante muito tempo depois que eu disse que eu havia terminado com a Ana Júlia. -o que você faz aqui? Você não devia estar na faculdade? -Devia, mas resolvi dar um tempo hoje. Vim te chamar pra irmos até um barzinho tomar uma. -Melhor não, Tânia. Obrigada. -Por favor.-Fez beicinho.-Vai ser divertido, eu juro! E talvez nos aproximemos mais ainda e você me peça em namoro, o que acha? -Como? -Estou apenas brincando, seu bobinho.-Sorriu.-Vamos? Por favor. -Está bem, eu vou! Mas você pode descer? Preciso trocar de roupa.-Concordou. Depois que me ajeitei, coloquei a mão em meu pescoço: eu ainda estava com o colar que a Ana Júlia mandou fazer igual para nós dois. O peguei e fechei minha mão, apertando ele e com muita vontade de chorar . E então eu vi o tempo passar e resolvi guarda-lo, coloquei dentro de um gaveta e sai suspirando. Tânia estava com o seu próprio carro, então eu entrei no automóvel e nós fomos. Assim que eu cheguei lá vi uma moça ruiva que eu conhecia muito bem, ela estava de cabeça baixa e tentando não me olhar... Nos sentamos na mesa em que ela estava e eu a cumprimentei: -Renata?-Ela sorriu meia nervosa. -Oi Albert.-Gaguejou e eu a abracei. -Quando tempo que eu não te vejo. Você se afastou tanto da nossa turma...-Logo eu me toquei e suspirei:-Uma turma que é possível que nem exista mais! -Soube que o Caio reencontrou o pai e conheceu seu irmão. Vi as fotos que ele postou.-Ela sorriu e eu assenti.-O menino é o clone do Caio, sério. -E é bom de bola demais, tem futuro. Você acredita que ele ficou com a Maria Cecília na frente da gente? -O que? Não acredito!-Riu.-A Maricece é mesmo a única, viu?-Eu assenti. Nós ficamos quietos logo em seguida, creio que lembramos na mesma hora que não estávamos mais como antes e que nem falamos com a Ana Júlia mais. -Quem é essa Maria Cecília? Amiga de vocês?-Fingi não ouvir a pergunta da Tânia e a Renata fez o mesmo que eu. Vi um cara chegar de carro e sentar ao lado da Renata sem ver quem estava na mesa. Aquele bigode fez e faz muita parte da minha vida: era Marcos. -Fala, irmão.-Cumprimentei e nos abraçamos. Eu e os garotos ainda continuamos andando juntos, sentimos falta das meninas e isso não se torna mais tão frequente como antes. Mas nós somos os quatro irmãos de mães e pais separados e não vamos nos afastar por nada! -Eu já vou!-Se levantou e eu olhei para o meu lado: nenhum deles gostava da Tânia.-Você me chamou pra ficar perto dessa coisa, Renata? Olhei para o meu amigo e implorei com os olhos e ele cedeu. Eu precisava da sua companhia!
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A menina que ele zuava 3
RomanceBem, geralmente os jovens quando terminam o colégio eles já estão providenciando a faculdade que querem e fazendo todos os vestibulares possíveis. Alguns vão direto para a faculdade; no caso da Ana Júlia. Outros demoram tempos até para decidir a fac...