38º capítuolo (Albert narrando)

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-Albert.-Ouvi minha mãe gritando.                       Estava no computador me inscrevendo pra um faculdade de música. O que a Ana Júlia disse sobre que eu preciso cuidar do meu futuro pela frente é verdade, e mesmo que ela tenha feito tudo que fez comigo eu não desejo o mal a ela e sei que todos os conselhos que ela me deu servirão muito para a minha vida. -Albert, você está surdo?-Minha mãe gritou novamente. Logo ouvi passos na escada e alguém bateu na minha porta e eu não respondi e a pessoa abriu: era Tânia. Guardei meu computador na mesma hora e ela veio e se sentou ao meu lado:    -Sua mãe te gritou, disse que não sabia se você tinha saído ou não, então eu resolvi conferir!-Dei de ombros.                                                           Eu sabia que minha mãe estava inventando essa história já que ela não gostava nem um pouco da Tânia está ficando comigo e o pessoal daqui de casa ficou de mal comigo durante muito tempo depois que eu disse que eu havia terminado com a Ana Júlia.                                    -o que você faz aqui? Você não devia estar na faculdade?                                                                      -Devia, mas resolvi dar um tempo hoje. Vim te chamar pra irmos até um barzinho tomar uma.     -Melhor não, Tânia. Obrigada.                                  -Por favor.-Fez beicinho.-Vai ser divertido, eu juro!  E talvez nos aproximemos mais ainda e você me peça em namoro, o que acha?                    -Como?                                                                          -Estou apenas brincando, seu bobinho.-Sorriu.-Vamos? Por favor.                                                      -Está bem, eu vou! Mas você pode descer? Preciso trocar de roupa.-Concordou. Depois que me ajeitei, coloquei a mão em meu pescoço: eu ainda estava com o colar que a Ana Júlia mandou fazer igual para nós dois. O peguei e fechei minha mão, apertando ele e com muita vontade de chorar . E então eu vi o tempo passar e resolvi guarda-lo, coloquei dentro de um gaveta e sai suspirando. Tânia estava com o seu próprio carro, então eu entrei no automóvel e nós fomos. Assim que eu cheguei lá vi uma moça ruiva que eu conhecia muito bem, ela estava de cabeça baixa e tentando não me olhar... Nos sentamos na mesa em que ela estava e eu a cumprimentei: -Renata?-Ela sorriu meia nervosa.      -Oi Albert.-Gaguejou e eu a abracei.                       -Quando tempo que eu não te vejo. Você se afastou tanto da nossa turma...-Logo eu me toquei e suspirei:-Uma turma que é possível que nem exista mais!                                                   -Soube que o Caio reencontrou o pai e conheceu seu irmão. Vi as fotos que ele postou.-Ela sorriu e eu assenti.-O menino é o clone do Caio, sério.                                                   -E é bom de bola demais, tem futuro. Você acredita que ele ficou com a Maria Cecília na frente da gente?                                                          -O que? Não acredito!-Riu.-A Maricece é mesmo a única, viu?-Eu assenti.                              Nós ficamos quietos logo em seguida, creio que lembramos na mesma hora que não estávamos mais como antes e que nem falamos com a Ana Júlia mais.                                                                       -Quem é essa Maria Cecília? Amiga de vocês?-Fingi não ouvir a pergunta da Tânia e a Renata fez o mesmo que eu.                                                        Vi um cara chegar de carro e sentar ao lado da Renata sem ver quem estava na mesa. Aquele bigode fez e faz muita parte da minha vida: era Marcos.                                                                            -Fala, irmão.-Cumprimentei e nos abraçamos.     Eu e os garotos ainda continuamos andando juntos, sentimos falta das meninas e isso não se torna mais tão frequente como antes. Mas nós somos os quatro irmãos de mães e pais separados e não vamos nos afastar por nada!        -Eu já vou!-Se levantou e eu olhei para o meu lado: nenhum deles gostava da Tânia.-Você me chamou pra ficar perto dessa coisa, Renata?                   Olhei para o meu amigo e implorei com os olhos e ele cedeu. Eu precisava da sua companhia!

A menina que ele zuava 3Onde histórias criam vida. Descubra agora