25º capítulo

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-Bom dia.-Maria Cecília sorriu assim que eu abri meus olhos. -Bom dia.-Bocejei. -O que aconteceu com você ontem a noite?-Suspirei.-Você estava chorando quando veio ao meu quarto, pensei em te perguntar, mas você estava com cara de cansada. -Tive uma briga feia com a Renata, e eu não quero nunca mais em minha vida olhar para a cara dela!-Disse abraçando minha irmã e chorando novamente. -Como assim? Você e a Renata brigaram?-Assenti.-Por que? -Prefiro não comentar o motivo agora, Maria. Não quero me recordar disso.-Minha irmã assentiu. -Albert ligou, estava muito preocupado porque te ligou e a ligação nem chamava. Aí ele tentou o meu celular e eu contei onde você estava... -Me diz que ele não ficou bravo comigo, por favor. -Bravo com você? Até parece que você não conhece o Albert...-Sim, eu conheço. E o meu namorado morre de ciúmes de mim.-Ele com certeza ficou com um pouco de ciúmes, mas ele sabe que você não bebe e que estaria com a Renata; então não teria motivos pra ele se preocupar. Agora sugiro que você ligue pra ele, porque aí sim ele vai ficar preocupado e desconfiado... -Ué, eu não fiz nada de errado! -Então... Ligue pra ele, por isso mesmo!-Levantou de sua cama.-Use meu celular, vou tomar café da manhã.-Assenti abaixando minha cabeça e suspirando. Assim que minha irmã saiu de seu quarto eu peguei seu celular e liguei para o meu namorado: "Alô? Maria Cecília?" "Sou eu, a Ana Júlia." "Oi Ana, estava preocupado com você, amor. Por que não me contou da festa?" "Foi tão de última hora que acabou que não tive nem tempo de te ligar, me perdoa? Por favor!" "É claro que eu te perdoo, eu confio em você! Você confia em mim?" "Confio." "Então confiamos um no outro. Como a Katllyn diz quando estou com ciúmes: confiança é a base de tudo!" "Tem razão! Confiança é a base de tudo em uma relação." "E essa voz murcha? De outra linha estou conseguindo ouvir o seu suspirar triste. O que aconteceu?" "Eu briguei muito feio com a Renata, Albert. Eu não quero nunca mais olhar na cara dela, não quero!" "Vocês duas irão se resolver, meu amor. Calma." "Eu não quero me resolver com esse ser, Albert." "Olha, estamos pegando o ônibus para voltarmos. Prometo que irei direto para a sua casa, está bem?"-Assenti. Mesmo sabendo que meu namorado não poderia ver, já que estamos conversando pelo telefone.- "Não quero lhe ver mal, meu amor! Eu te amo muito, Aninha. Me espere, por favor. Logo mais chegarei aí em sua casa." "Venham com Deus, Albert. Manda um beijo para os meninos." "Eu amo você, minha menina. Não irei te deixar sozinha, fique tranquila." "Eu também te amo, meu amor!" Então desliguei o telefone. [...]         
-Onde está ela?-Ouvi do quarto a voz do meu namorado.                                             Logo em seguida ouvi um barulho de alguém subindo as escadas. Continuei penteando meus longos cabelos loiros e molhados, e apenas esperava ele bater na porta.                                        Ouvi batendo na porta, autorizei entrar e meu namorado adentrou o meu quarto abrindo seus braços pra mim. Joguei minha escova de cabelo no chão e corri para abraçar o meu namorado. Cruzei minhas pernas sobre a sua cintura e o abracei forte, deitando minha cabeça sobre os seus ombros para o mesmo não me ver chorando...                                             -Ei, eu já cheguei.-Deu um beijo na minha bochecha que estava um pouco escondida por eu estar deitada em seu ombro.-Para de chorar, Aninha.-Disse me jogando na cama e se sentou ao meu lado me abraçando, me acolhendo...                                                  -Albert, você precisava ver...-Chorei novamente.-Você precisava ver o jeito que ela gritou comigo, ela me desmereceu, ela desmereceu a nossa amizade.                                                 -Se ela bebesse eu diria que ela estava bêbada e não sabia o que havia dito...                                                        -Se ela bebesse?-Perguntei irônica.-Renata estava bêbada, mas isso não significa que ela pode me magoar por esse motivo.                                              -Renata bêbada?-Albert se assombrou.-Você estava certa quando disse que não gostava da Tânia, e que ela era má influência para sua amiga.      -Ex amiga.-O corriji.-Não quero mais saber da Renata, e não estou falando da boca pra fora, eu juro!                            -Está bem...-Levantou as mãos se redendo.-Você não vai mais falar com ela, tudo bem!                                             -Ainda bem que entendeu!-Bufei.                -Se você pegou carona com a Renata, já que vocês brigaram, quem lhe trouxe? Ou você pegou um táxi aquela hora da noite e ainda sozinha?-Franziu a testa pensando alto depois de minutos que havíamos conversado.        -Peguei carona com o Teddy...                     -Como?                                                          -Eu ia pegar um táxi, mas ele não deixou.-Mordi meus lábios.-Disse para mim que era muito perigoso, ainda mais por eu ser mulher. E aí me ofereceu carona, recusei, mas aceitei porque não tive escolha e é um dos que eu conheço que até posso pegar uma carona.-Meu namorado arqueou a sombrancelha:-Nós conversamos e ele me pediu desculpas, disse que não iria mais dar em cima de mim, que eu era fiel a você e ele sabe disso e ainda acrescentei que te amava demais.            -Não concordo com isso!-Meu namorado bufou.-Não acredito muito nesse tal de Teddy, não. Mas digamos que não tenho o que falar, então né... Até porque seria pior você pegar um táxi mesmo.-Sorri. Sorri pela primeira vez depois de chorar tanto por causa de Renata.-Mas eu acredito em você! Confio sim, afinal, a confiança é a base de um relacionamento.                              -Quem vê até pensa que não é nem um pouco ciumento.-Disse me aproximando de meu namorado e passando meus dedos de leve pelo seu rosto.                                                      -Quem vê pensa que você também não tem nem um pouquinho de ciúmes, e não é chorona.-Disse me apertando.-Está vendo? Você parou de chorar, graças a Deus esqueceu da Renata.                                                      Assim que meu namorado disse isso, aí sim meu mundo desabou e eu voltei a chorar. O abracei mais forte ainda, e soluçava pedindo por uma água com açúcar ou qualquer outro calmante.

A menina que ele zuava 3Onde histórias criam vida. Descubra agora