Capítulo 19 - Dor

176 21 1
                                    




Não sei por quanto tempo eu dormir, acordei algumas vezes com muita dor na pélvis e na boca do estomago, pode ser fome. Olho para a janela e vejo que já é dia, olho para o meu celular, cinco e trinta e cinco da manhã, a casa toda deve estar dormindo. Não sei se estava sonhando ou se era real, só sei que escutei a voz dela.

Levanto devagar testando meus passos, estou com muita dor, e com muita fome, escovo meu dente, e sinto um desconforto e uma vertigem, mais logo passa, a dor é bem incomoda mas se eu andar devagar eu consigo, vejo uma maça na fruteira, vai servir, como a maça e vou atras de um copo, acho um na pia, e antes que eu conseguisse encher o copo de água, a vertigem volta, a dor se intensifica, preciso tentar chamar alguém mas se eu desencostar será pior eu vou cair. Deus traga alguém para me ajudar, era pra ele estar comigo...

Fecho os olhos a dor é insuportável, tudo escurece....

"ok... espaço...eu vou dar..."

O dia é todo um borrão na minha mente, me lembro de ter escutado a voz dele novamente, lembro de falar com meus pais, Pietra me alimentando, Mari me dando banho, Caleb vendo tv ao meu lado, eles no telefone, a Doutora vindo me examinar, e muita escuridão....

Abro os olhos, olho pela janela e ta escuro, Mari dormindo ao meu lado na cama, Caleb no divã na ponta da cama, Pietra na poltrona com uma manta, e Sr Emanuel na outra poltrona lendo. Ele me olha e me lança um sorriso vem ao meu lado e me da um pouco de água, e sussurra pra mim.

- Oi querida, como você ta minha filha? - Ele senta na beira da cama para que eu possa tomar mais um pouco de água

- To bem - digo - Ele esteve aqui né?! - Ele assente

- Ele que te segurou na cozinha, ele apareceu ontem a noite, conversei com ele, ele dormiu aqui e saiu cedo para te dar espaço. - Ele diz e meus olhos enchem de lagrimas - Não chora, a médica disse que o estresse pode causar um parto prematuro.

- Eu quero ele aqui - Digo e minhas lagrimas escorrem, estico para alcançar o celular da Mari do lado e a pior dor de todo o mundo me atinge, grito tão alto que todos acordam

Não sei que se sucedeu nos minutos/horas seguintes, não sei quanto tempo fiquei inerte na dor, mais me lembro dos paramédicos, lembro de falarem em muito sangue, ambulância... hospital...

- Ivy querida quer que chame sua mãe? - Olho para meu lado e vejo Pietra segurando minha mão cheia de acessos, deve ser por isso que a dor ta sedendo, consigo negar com a cabeça

- Richard - Digo com lagrimas

- Ele tava aqui até agora, saiu só para tomar um café! - Ela diz e meu pensamento vai para meu bebe, levo a mão até minha barriga.

Meus olhos enchem d'água, eu senti meu bebe chutar na hora que vi o Richard aos beijos com a nojentela, não disse pra ninguém não era o momento, mais agora não sinto... Me sinto vazia e a tristeza me invadi, fecho meus olhos de novo não pode ser real, meu bebe não.

Pietra me abraça e sinto suas lagrimas e palavras de conforto, quero saber o que aconteceu, mais tenho tanto medo... Ela me solta e sinto um peso na cama, sou pega e acolhida...

Ele está aqui, deixo que todo choro saia, meu coração doí, por tudo que passei e pelo que sei que irei passar, não pode ser assim, por favor Deus que seja apenas coisa da minha cabeça, peço em uma oração silenciosa.

- Meu bebe? - Forço minha voz sair em meio a lagrimas, ele se desvencilha de mim e senta na cadeira que antes a Pietra ocupava, beija minha mão coberta de acessos

- Era uma menina - Olho em seus olhos vermelho de quem tanto chorou "era" ele disse "era". As lágrimas voltam a cair - Não tinha o que ser feito, a médica disse que você sabia que era arriscado.

O Meu amor é Seu - Livro 1  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora