Camila estava trancada em seu quarto. Não chorava, pois a raiva que sentia era tão forte que não permitia. Sua cabeça estava a mil... Sentia falta de seus pais, dos amigos, e até de Mimi, sua gatinha de estimação. A vida era estranha. Todos os que a amavam a perderam pelas mãos da morte. E agora quem experimentava esse sofrimento pela mesma perda era ela... Todos que amava estavam mortos há muito tempo. Estava sozinha...
Tudo poderia ter sido diferente se aquele acidente não tivesse acontecido...
Foi num dia de muita chuva. Eram oito horas da manhã, estava saindo para a faculdade. Cursava o segundo período de Filosofia, mas seu sonho sempre foi tornar-se uma escritora famosa. Até tinha alguns rabiscos que permitia que alguns amigos e professores os lessem.
Camila tinha o hábito de ir para a faculdade dirigindo seu próprio carro, mas naquele dia como a chuva era intensa, seu pai pediu-lhe que fosse de táxi. Já na calçada do casarão que morava, pois vinha de uma família abastada de dinheiro, não pôde encontrar algum táxi que a levasse a tempo de chegar para a segunda aula, pois a primeira já tinha perdido, perdeu a hora, por não dormir mais que duas horas a noite. Ficou acordada estudando para uma prova que teria na última aula.
Entrou no primeiro ônibus que passou com destino próximo a sua faculdade. Passou pela roleta e sentou-se num assento na parte da frente, à esquerda.
Alguns minutos depois seu celular tocou, era uma amiga lhe chamando para ir a uma festa:
- Vamos Camila! - disse a tal amiga pelo celular - Você tem que ir! O Mark vai estar lá!
- Hum amiga... Essa parte você não me falou! - completou empolgada - Se ele vai estar lá... Faz o seguinte: Tenho prova na última aula, então quando eu acabar te ligo e você vai comigo ao shopping! Essa ocasião merece um vestido novo!
Despediram-se. E Camila ficou a pensar na festa que iria, no vestido que compraria e no Mark...
Foi tirada de seus pensamentos por um barulho alto, o ônibus estava esquisito, tremia... Tremia muito! Olhou pra frente e o motorista estava em pé, tentando manter a direção a qualquer custo. Gritos! Muitos gritos!
- Ah meu Deus! Vamos bater!
Camila viu quando o ônibus bateu na mureta de proteção do lado direito da ponte e capotou para o lado esquerdo. As pessoas que estavam do lado direito foram jogadas em cima dela, sentiu dor, depois foi a vez de ela ser jogada para o outro lado do ônibus, num giro, tudo muito rápido. Sentiu quando o ônibus bateu na mureta de proteção do lado direito a rompendo. O ônibus estava caindo, até que bateu na água e afundava. Camila estava muito machucada. Não podia fazer muitos movimentos. A água estava entrando, escura, barrenta... Sabia que ia morrer. Pensou em como era jovem... E o quanto era injusto... E em seus pais...
Então algo veio em sua direção. Duro. Apagou.
A próxima coisa que viu foi a enfermeira Mary sorrindo para ela, pedindo que abrisse os olhos, no Centro de Criogenia El Dourado. Perdida em devaneios e saudade adormeceu.
Enquanto Camila dormia profundamente, Lauren dançava freneticamente. A festa estava no auge. Todos pareciam estar felizes, felizes demais até, sinal de que o álcool já estava fazendo efeito. Lauren não era exceção, muito pelo contrário. Queria beber e beber mais ainda do que sempre. Tomar um porre pra lavar a alma e esquecer que certa garotinha petulante de cabelos castanhos existia.
A única pessoa que parecia não encaixar-se no tumulto alegre dos dançarinos bêbados era Alexa. Estava achando tudo muito chato, nunca fora de beber e muito menos de dançar. Não que pertencesse à categoria das certinhas, passava longe até. Sua grande paixão era a vida boa que levava. Tinha um pai influente que conhecia a poderosa Lauren Jauregui. Sempre a quisera conhecer, sempre a admirava, não só pela beleza exuberante, mas também pelo fato de Lauren ser uma mulher poderosa. Era mais que rica e poderia proporcionar-lhe uma vida ainda melhor do que a que tinha ao lado do pai. Ou seja: Beleza mais poder igual a perfeição! E era isso o que Lauren representava pra ela. Perfeição. Além do que seria invejada pelas amigas desfilando por aí com alguém tão famosa e poderosa quanto Lauren.
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União Forçada
FanfictionAno de 4047, os Centro de Criogenia por ordem do governo estava descongelando e enterrando as pessoas que haviam morrido há mais de um século. Camila Cabello era uma dessas pessoas, até que Lauren Jauregui uma espiã do alto escalão do governo, decid...