Apenas Será

9- Nunca Espere Nada de Nada

Me deitei sobre a cama pensativo. Havia uma semana, apenas uma semana de sua partida, parecia um século, talvez nunca acabaria. Mamãe entra em meu quarto:

- Ben, você tem visita. - Indagou ela.

Me levantei rápido da cama fui até a pota da frente com esperança que Clara tiver voltado. Era só Cris, com um óculos escuro e um cigarro na mão esquerda:

- Sumiu em! - Disse Cris com tom sarcástico.

- Desculpa cara, eu estou meio desanimado. - Respondi.

Este colocou seus braços por cima de meus ombros me puxando para fora.

- Então... Vou mudar isso pra você.

Me jogou apenas de cueca no carro, melhor dizendo no banco de trás. Minha mãe riu de situação, dizendo para o garoto estranho e meio animado de mais, para cuidar bem de mim.

                               ***

O carro estava em alta velocidade pela estrada. Cris jogou uma camisa e calça no banco de trás falou para me vestir. Perguntei para ele onde iriamos, porém permaneceu calado.
Chegamos a um bar pouco iluminado, parecia estar tocando um tipo de
pós-punk, melhor dizendo um cover de The Cure, simplesmente uma das melhores bandas já vista e conhecida pela humanidade, e Clara gostava.
Meu amigo completamente aloprado me puxou para o meio do bar dançando animado. Mas acabei indo beber, chorei, como se não houvesse amanhã, por o amor da minha vida ter ido em bora, por ter a deixado partir, por não poder ser mais...

                               ***

Continuamos a viagem, ainda sem me responder o motivo ou o destino disso tudo. Passamos por várias cidades, o dia inteiro dento do opala 62 apenas Cris e eu:

- Sei que quer saber para onde estamos indo. - Reportou este com um sorriso de canto de rosto. - Juro que você não vai se arrepender.

- Porra, fala logo! Pra que tanto suspense? - Irritado.

- Vou te dar três dicas. A primeira qual banda que tocava quando entramos no bar?

- The Cure.

- Onde vai ser o próximo show deles?

- Na Carolin... FILHO DA PUTAAAAA!!! Por que não me disse?

- Não respondeu ainda. Onde é mesmo?

- Carolina do Norte.

- Quem mora lá?

- Clara...

- Exato.

Meu coração se encheu de alegria e ânsia, como jamais sentira. Cris havia falado que ela havia chamado este para ir no show com ela, porém nem ela sabia que iria me levar.
Colocamos uma fita com todas as música da banda, ambos cantavamos animados, gritando na verdade. Peguei um cigarro e acendi, soltando a fumaça com calma e cautela.

                                 ***

Paramos em uma pousada de luxo na beira da estrada, tudo bem para Cris, era rico e mal sabia onde e como gastar tal dinheiro. Talvez não tenha sido uma boa ideia, bebemos muito e acabamos destruindo o quarto por completo, havia rastros de cocaína pelo chão todo, sem contar com o cheiro impregnado de maconha e cigarro no ar. Não. Lebrava de nada, apenas de uma vaga lembraça de termos feito uma orgia, devia ter quase quinze pessoas no chão e na cama, nus. Acabei acordando no chão da varando ao lado de duas garotas, e mais um homem de cabelo curto, castanho escuro e espetado. Me levantei ainda nu para beber água passei pelo banheiro e Cris penetrava em uma garota no banheiro aberto junto com um cara, apena ignorei como se nada estivesse acontecendo. Saiu meu grande e curioso amigo com um roupão de banho ainda chapado de diversas substâncias cujo mal sabia que ao menos existia:

- Vamos acordando galera! Colocando suas roupas, vamos sair daqui uma hora. - Este gritou a todos.

Eu ainda sem saber pensava "caramba... O que eu fiz ontem" me concentrando para tentar lembrar.

                                ***

Retornamos ao carro, faltavam apenas poucas horas para chegarmos até a cidade onde irira ocorrer o show. Mas antes iriamos passar no campus da universidade buscar Clara.
No bando de trás do opala havia dois homens usando uma tanga rosa, chapados, ambos iriam descer na próxima cidade.

                                ***

Meu coração palpitava forte, a cada quilometros, tempo que passava maior a ânsia de vê-la. No carro tocava uma banda de rap-metal, nunca havia ouvido algo igual na minha vida, perguntei para Cris, também não sabia responder por conta de estar muito louco, perguntava a mim mesmo se este estava apto para dirigir ainda.
Apenas duas milhas distanciando Clara de mim mal sabia como reagir.

                                 ***

Era meio dia paramos em frente ao campus a esperando no local combinado por Cris na polsada. Ele pegou meu rosto com as duas mãos e me deu um selinho, após isso fez uma cara caricata e engraçada, não entendi nada, porém eu ri ainda olhando para este. Virei para frente, estava ela, parada, do outro lado da rua me olhando, com um sorriso estrondoso. Correu em minha direção e saltou em mim se pendurando:

- Ben... - Sussurrou baixo em minha orelha.

- Clara! Que saudade!!! - Falei.

Esta me beijou, ainda pendurada, Não acreditava ainda, demorara para processar isso:

- Aaaaaaaaaah! Que belezinha... - Falou Cris de forma sarcastica. - Agora vamos para o carro que bateu a larica.

                               ***

Faltavam poucas horas para o show, nós três entramos no opala seguindo viagem pela cidade vizinha. Clara e eu abraçados no banco de trás nos enchendo de carícias e amor, enquanto Cris com seus oculos escuros dirigindo, fingindo não ver nada.