Voltamos para a estrada, mas sem o Godofredo, o primo de Cris não queria abrir mão deste. O opala estáva passando dos 130 km/h:
- Como conseguiu o número de Clara? - Perguntei aproveitando o silêncio momentâneo.
- Tenho um amigo que é dono da casa onde ela mora. Seu nome é Danny. Deve estar se perguntando, como isso pode ser possível tal coincidência? Simples, Clara não queria ir morar com seu pai, então ofereci sua casa pra morar. - Responder tão rápido, cujo mal conseguia acompanhar.
- Estamos indo para lá?
- Sim, Ben. Nós estamos indo para lá.
Me enchi de alegria e confiança, as estradas estavam pouco movimentadas, carros vinham de alta velocidade. Faltavam poucas horas para chegarmos aguardava com ânsia a chegada.
***
Fomos almoçar num posto de beira de estrada, um simpático homem nos atendeu, Cris logicamente não perdeu tempo. No final tive que ficar fazendo seu trabalho até os dois terminarem de transar no banheiro.
De volta na estrada com uma garrafa de Gim.***
- Cris vai mais de vagar! - Gritei.
- Para que? - perguntou dirigindo mim.
A única coisa que lembro foi do impacto. Batemos de frente com um caminhão.
Lembrei de todos os momentos que eu passára até este momento, de Clara, minha mãe, Cris, todos. Lembrei de quando a menina Floyd me pediu para levantá-la porque queria uma flor amarela de uma árvore, de quando damos nosso primeiro beijo, do adeus.--------
Assisti televisão após estudar o dia inteiro. Devia ser quase nove horas da noite, estava com Jorge e Sammy na sala, ambos chapados. Estavamos conversando sobre nossos passados, contando situações engraçadas.
Danny chega na sala com lágrimas no rostos:- Acabei de atender o telefone, Ben e Cris sofreram um a cidente de carro próximo a divisa do estado!!! - Indagou ele nervoso.
- O QUE?! - Instantaneamente comecei a chorar sem parar.
- Ben está internado no hospital daqui. E Cris... Bom... - Danny torna a chorar, desta vez indo para seu quarto.
Eu sem reação no sofá, em estado de choque, meu choro foi interrompido por uma dor imensurável. Andei em direção ao meu quarto e o tranquei.
Mal esbocei reações, apenas fechei olhos tentando adormecer, queria acreditar ser apenas um sonho. Era melhor dormir.***
No dia seguinte acordei com Dan batendo na porta:
- Clara, abre, vamos tomar café. - Indagou ele em tom triste.
- Me deixa em paz. - Respondi já chorando.
- Olha... Se abrir agora, a levarei até o hospital para ver Ben.
- Okay, então vamos. - Indaguei abrindo.
Na cozinha, todos sentados comendo em silêncio. Paty tenta mudar a atmosfera do local, foi em vão, todos ainda em silêncio sem coragem de falar algo.
Terminei minhas torradas com geleia de amora e fui trocar de roupa. Quando terminei Danny já pronto com as chaves do carro na mão me esperando:- Pronta? - perguntou.
***
Não demoramos muito para chegar, até porquê Ben foi internado no hospital da cidade, pelo fato do acidente ocorrer próximo.
Entrei no quarto, vi ele deitado apagado naquela cama, partiu meu coração, uma enfermeira qualquer pediu para não encostar nele, pois ainda estava frágil de mais:- Vou deixar você sozinha. - Disse ela.
- Obrigada.
Peguei uma cadeira e coloquei próximo a Ben:
- Oi, amor. Não era assim como eu esperava te encontrar, mas... Estou aqui. -indaguei dando um sorriso sereno. - Estava com saudades, na verdade ainda estou. Estou com saudades de seus beijos, carinhos e abraços reconfortantes. Aqueles que me dava antes de eu ir para casa, num dia qualquer a noite. Mas agora, tudo parece tão distante de acontecer... - Abaixei minha cabeça evitando o olhar e permitindo cair as lágrimas. - Ainda precisávamos fazer tantas coisas juntos... NÃO ME DEIXE AGORA! NÃO FAÇA ISSO COMIGO! Não me deixe nesse mundo frio e solitário, cujo só você faz parecer tão maravilhoso e incrível...
Olhei para ele e vi um colar, de cristal, era o meu colar, que havia esquecido em sua casa.
Apenas quis sair e voltar para casa:- Vamos Dan.
- Mas você nem ficou direito! - Falou confuso.
- Eu disse para nós irmos. AGORA! - Falei rudemente com os olhos inchados e vermelhor de tanta lágrima que escorrera.
- Okay
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Apenas Será
AcakUma historia ficticia de uma vida cotidiana contada em primeira pessoa por dois pontos de vista, com reviravoltas comuns para uma vida de jovens. Talvez nem tão comum assim. PS: Não é uma história de romance nem algo do tipo. Apenas a vida real con...