11- Mais um dia normal?

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Os ventos soavam leve, sol brilhando forte e eu na aula de história da arte com ânsia para acabar logo:

- Clara... - Falou uma colega de classe, melhor dizendo Llilly.

- O que foi? - Perguntei.

- Vai ter uma festa no meu apartamento, se quiser ir depois da aula...

- Tudo bem, vou ver se eu consigo ir.

                               ***

Finalmente toca o sinal para ir em bora, estava aliviada, papai me esperava de carro na frente do campus. Embora o mesmo morar na mesma cidade, eu morava no apartamento junto com outras pessoas, quatro para ser mais exato e o pai de minha pessoa, ficava em uma casa próximo ao seu novo trabalho cujo havia alugado. Estava quebrada, mal sabia se iria realmente para a festa:

- Como foi hoje filha? - indagou meu pai.

- Ocorreu tudo bem! - Respondi com um sorriso e deslubre no rosto. - A Professora de artes plásticas não parava de chamar minha atenção, mas eu estava quieta!!!

- Fique calma, apenas ignore. Quer ir ficar em casa hoje? Farei torta de amora!

- Desculpa pai, hoje não dá, tenho uma infinidade de coisas para fazer. E outra estou bem cançada...

- Tudo bem filha... - Indagou pouco desapontado.

Finalmente cheguei em casa, Jorge fumava maconha em um boeing, apesar de ser viciado nisso, era muito inteligenete e fazia engenharia química, também com as maiores notas do estado. Junto a ele tinha Sammy, uma garota estilo punk ao extremos com o cabelo estilo undercut comprido, azul e verde, piercing nos lábios e em cada orelha sete brincos, estudava gastronomia e filosofia, apesar de ser tudo isso era bem tímida. Ambos moravam comigo:

- Clara!!!! Você chegou!!! - Sammy animada me deu um abraço.

- Sim... - Respondi desanimada, triste e cançada.

- Ixe... Acho que alguém precisa de carinho... - Falou de uma forma meiga.

- Eae, quer um trago? - Jorge se aproximando, já louco me oferecendo.

- Não, obrigada.

Sammy pega minha mão, senta no sofá e coloca minha cabeça em seu colo, fazendo cafuné. Cantava "Brain Damage" do Pink Floyd (essa música novamente para dar um pouco de emoção, recomendo enquando estiverem lendo). Saudade de Ben, todos os dias eram assim, não importavam o quanto tentava esquecer, a saudade bate e forte:

- Saudade dele de novo né? - Falou Danny saindo do quarto. Este tinha cabelos até os ombros ondulado e negros, olhos verdes como esmeraldas raras e lapidadas, fazia música, vocalista de uma banda e baixista, também era extremamente inteligente, passando em segundo os recordes de nota de toda a faculdade.

- Hunrum. - Afirmei.

- Vai ficar tudo bem Clara, vocês ainda irão se encontrar...

- Mas isso me consome muito, me deixando triste.

- Hum... Então vamos dar uma volta. Troque de roupa em meia hora, estarei te esperando.

- Mas... Tenho muitas coisas para fazer ainda...

- Não quero saber! Você vai. - Parecia até um pai falando dessa forma.

- Ta bem...

                                ***

Não vesti nada de especial, apenas um jeans rasgado e uma camiseta preta com detalhes cinza do Nirvana.
Entramos no carro, estava apenas eu e Dan. Fomos até um bar-rock, tocava uma banda chamada Screaming Trees, era um som bem cru, típico de uma banda grunge de 90:

- Vai beber algo? - Falou Danny ironizando um mordomo francês.

- Sim, por favor senhor! Uma marguerita.

Todos pulavam na pista de dança como loucos, me lembrava um pouco das raras vezes quando ia para uma casa punk de nossa cidade. Eram boas lembranças.
Fui com Dan até o bar, encontramos alguns colegas por lá, havia um casal se pegando do meu lado e me empurrando cada vez mais para o perto dos outros.

                                ***

Após algum tempo de risadas, brincadeiras e bebedeira saímos do bar e entrei no carro de Danny junto a este:

- Ainda tenho que lhe mostrar uma coisa. - Indagou este.

- Okay.

Fomos a um parque, quase fora da cidade, tinha um lago razoavelmente grande, envolto em eocaliptos:

- Sabe em eu mais gosto nesse lugar? Do silêncio, do prazer de poder refletir sem que alguém te
encomode. - Falou ele.

- Sim... É bem calmo... - Respondi pouco pensativa.

Dei um gole na cerveja, passou uma brisa fria me fazendo estremecer Dan fala para voltar ao carro. Então me deu sua blusae me abraçou, estava tão reconfortante...

                                   ***

Quando chegamos no apartamento Paty, a caçula do grupo, dormia junto a mim no quarto, meiga, alegre, positiva com tudo, porém esta tinha limitações, era cadeirante, nunca ligára para isso, até o porque seria uma grande engenheira química no futuro. Seus cabelos cor caramelo, um olho violeta e outro azul, linda.
Resumindo morávamos em quatro lá. Foi uma época maravilhosa de minha vida:

- Clara, me ajuda a me deitar na cama? - Falou Paty tentando sair da cadeira com dificuldades.

-  Claro, espera ai. - Me levantei de onde estava a pegando no colo a deitando cuidadosamente.

- Obrigada... Não a vi hoje, onde estava.

- Saí com Dan, cheguei só agora.

- Iiiiii... Vai acabar dando alguma coisa vocês dois.

- Acho que não conseguiria. Amo o Ben, mais ninguém.

- Ai vai de tu, Danny é apaixonando por ti.

- Eu sei...

Naquela noite eu chorei, muito, me sentia a pessoa mais solitária do universo, apenas precisava dos braços de Ben envolto em meu corpo apertando forte.

                           
                                   ***
Acabei acordando cedo, Jorge e Sammy transavam loucamente no quarto do lado, ambos gritavam insanamente, então me levantei e fui preparar meu café, na cozinha encontrei com Danny bebendo um copo de suco de laranja, também comia uma fatia de pão com manteiga, ouvi Paty me chamando no quarto, estava caída no chão, tentou ir para a cadeira sem ajuda, acabou caindo novamente. A levei junto a mim e Dan para a cozinha, preparei seu café de sempre (duas fatias de torradas com manteiga, uma xícara de café sem açúcar e um pão com requeijão):

- Olá pessoal,como estão? -Peguntou Paty animada com um novo dia.

- Bem. - Respondi.

- Bem. - Falou Danny com a boca cheia de pão.

- Hoje graças a Deus é sabado. O que farão?

- Tenho que estudar para
matemática. - Falei.

- Vou ensaiar com a banda hoje. - Indagou ele.

- Então vou com você, estou cansada de ficar sozinha nessa casa.

- Okay. Então se apronta.

Apenas mais um dia nessa casa louca, porém fria e solitária sem ele...

                     

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