capítulo 11

14K 321 24
                                    

- você sabe que é só sexo né Alan? - Júlia fala tentando manter seus olhos fixos em mim. Ela fracassa.

A pergunta dela me pegou de surpresa, eu não esperava isso, não tão cedo. Olho pra Peter e ele nem me encara. Ele também precisa mentir. Estamos os três dentro do carro, só eu que estou no banco de trás, o sol deixou suas consequências, estou um pouco queimado.

- é eu sei - menti.

Saio do carro e vou pro meu apartamento, quero pensar. Sempre foi sexo será? Há algo nos olhos de Peter por não me encarar. Júlia sente algo também ela queria chorar. A porta do elevador se abre e, percebo que o caminho até a minha casa é um pouco longo, sinto minha cabeça ficar tonta mas, não posso cair, não agora, não de novo.

Uma eternidade depois abro a porta e o Sr. Robert está no sofá conversando com a minha mãe, apenas os cumprimentos e vou direto pro meu quarto. Queria tanto chorar.

Não choro, só fico deitado. Peter é engraçado e lindo. Ele é capaz de ver beleza nas coisas novas que acabou de conhecer. Júlia tão linda, essa menina poderia criar um caos e sair como a inocente. Minha mente cria um sorriso falso em meus lábios, como duas pessoas poderiam gostar de mim?

Ouço a campainha tocar e não sinto a mínima vontade levantar, minha mãe está na sala, ela vai atender. A curiosidade me vence, quando vi meus pés já chegaram na sala.

Acho que minha mãe saiu, pois não há vejo, ela está aprontando algo com o pai de Júlia, depois vou perguntar ela. Outra vez a campainha toca  e percebi que não quero atender, seja quem for que esteja lá fora, está fazendo as batidas do meu coração acelerar.

Peter sorri ao me vê e eu fecho a cara ( golpe baixo Peter) ele tem algumas marcas de sol, mas continua bonito

- oi Alan

Demoro a responder, quero mandar ele sair daqui.

- oi - sussuro sentindo minha garganta secar.

- quero conversa com você - ele me olha nos olhos.

- não Peter, quero ficar sozinho - e o sorriso se desfaz, ele também não mente bem.

- eu também queria, mas eu preciso falar com você, por favor. - foi a vez dele de sussurar e nos encaramos por alguns momentos. Meus olhos vão pra sua boca, está tão carnuda ele percebe e se aproxima de mim, preciso me afastar dele.

- estreia hoje aquele filme da série que você ama - algo tão baixo, geralmente Peter não é assim, e descubro que estou certo quando ele entrelaça nossas mãos.

O empurro pra longe e fecho a porta na cara dele, quase tive um infarto, preciso resistir mais.

- você paga o lanche - falo pra Peter que me encara sem entender nada. Peguei um casaco e fui direto pro elevador e ele sorri.

O filme foi ótimo, mas não correspondeu as minhas expectativas, gostei do tempo que passei ao lado de Peter e me questiono, se teve alguma verdade.

A praça de alimentação está um pouco vazio e algumas pessoas me encaram, queria entender os pensamentos delas saber o que pensam sobre mim.

- eles te encaram, porque você é bonito Alan - Peter fala pra logo em seguida bebê um pouco de refrigerante. Não fico mais espantando com os elogios.

- acho que sim - não estou com fome mas, me obrigo a comer um pedaço de Big Mac.

- então Alan... - Peter está ficando vermelho. - você se lembra do que aconteceu hoje de manhã?

Se fosse fácil de esquecer né, percebo que está muito calor por sinal.

- me lembro sim - não o encaro. " É só sexo" lembro das palavras de Júlia como vidros se quebrando.

sexo a três : a necessidade de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora