capítulo 14

8K 229 5
                                    

Peter

Uma vez minha mãe me disse, que quem está ferido que ferir. E, Alan foi um exemplo forte da sua teoria.

Duas semanas se passaram tão rápido que, quase esqueci de não esquecer. Alan ainda não está falando comigo além do necessário. Sinto um friozinho na barriga toda vez que ele passa perto de mim, é como se meu coração se partisse em mil pedaços vendo ele triste. Talvez seja melhor assim. Eu acho.

Novembro se acelera em um passe de mágica e minhas mãos treme ao abraça Alan, ele está perto de mim ha alguns centímetros de distância. Sua respiração é fraca e seu sorriso quase não aparece.

- oi - ele disse desviando o seu olhar do meu.

- oi - respondo com a voz um pouco rouca.

Ele se aproxima de mim e busca a minha mão. Estamos tão perto mais o sinto tão longe. Sei que ele evita ao máximo não chorar e todos ao redor da escola parecem terem sumidos.

- você está bem, Alan? - pergunto

- não sei... acho que sim- ele fala meio perdido em suas palavras.

Me coração se aperta mais ainda, não quero ir. Preciso ficar, por você por Júlia.

- Eu...

- não. Não fale, apenas me olhe - então o olho e me assusto ele está chorando sem chorar. Está gritando sem falar. Esta me amando sem me tocar.

- promete?

- o que você quiser

- promete? - ele insiste e eu fico sem entender.

- o que Alan?

- ele solta a minha mão e me dá as costas. Seus passos são falhos como se tivessem pesados. Assim como eu ele tenta não olhar para trás.

- promete? - ele fala uma última vez. E eu enfim, entendo sua pergunta.

" Prometo. Eu prometo mais que tudo Alan.

O inverno estava partindo assim como eu. Quando abri meus olhos aquela multidão de pessoas prontas para seguir o seu talvez me causou um pouco de medo. Meu sonho sendo realizado e, meu coração sendo esmagado. Por isso que eu não gosto de me apegar as pessoas, elas sempre partem, mesmo por motivos sinceros.

Meu tio e a mãe de Alan me olham tristes. Júlia está ao meu lado meio pensativa é estranho ver ela assim, sempre foi a quem mais falou. Meus olhos procuram alguém. Mas, em vão sei que ele não vem.

- ele esta ocupado - ela mente. E eu concordo com a cabeça.  Queria ele aqui uma última vez antes de ir. Não será para sempre, mas as vezes, o amor nos pega algumas peças. Não posso prever o futuro. Preciso dele aqui.

- se cuidem os dois - meu tio diz com os olhos brilhando ele não quer chorar. - Júlia não seja tão forte assim e Peter cuide bem dela.

Quando chamaram o nosso vôo meu coração disparou. " Ele não vem"

- é hora de ir - digo pro nada como se minhas palavras pudessem o alcançar de algum jeito.

Nós quatros se abraçamos e sinto algo molhado em meu rosto. Percebo que são lágrimas do meu tio. Ele não conseguiu se forte.

Estico a mão para Júlia e ela pega sem hesitar. Viramos de costas e andamos rumo ao nosso talvez. Talvez pra mim, o mundo não é novo pra ela. Um vento fresco passa como uma linha em meu pescoço me deixando todo arrepiado, Derrepente olho para trás e meu coração salta de meu peito.

" Ele veio"

sexo a três : a necessidade de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora