Coração Vingativo (RELEITURA)

Capítulo 13- Kill, Kill, Kill!

Imagens quebradas, vidas arruinadas, as mesmas pessoas e eu não me sinto feliz. Eu ando e volto. Eu faço as mesmas coisas todos os dias.  Pensei que traindo Carter e entrando para o grupo de Jesse me sentiria completa e feliz. No entanto, tudo que arranjei não chega nem perto do que eu tinha. Eu era feliz, eu tinha uma vida e deixei ela escorrer pelas minhas mãos.

Quem é mesmo Fawcett Nowel? Eu não sei te responder, porque eu não me conheço. Talvez vocês não saibam muito sobre mim, talvez nem eu mesma sei.

Eu me achava invisível antes, mas existia para mim mesma no espelho, hoje eu ainda sou invisível, mas deixei de existir… até pra mim mesma.

-Hey, Fawcett!

Brandon estava correndo até mim. Ele era jogador de basketball no colégio.

-Oi… Brandon?- sorrio.

-Eu sei que não nos falamos muito…

-Na verdade, nós nunca nos falamos.

Os dois rimos. Ele parou e me olhou um pouco. O sol de fim de tarde iluminava seu rosto e seus olhos ficavam extremamente claros.

-Topa tomar um café?

Eu mordi os lábios. Brandon foi o primeiro cara que chegou em mim sem apalpar a minha bunda e nem me chamar de gata como se eu fosse um chiclete que depois que o açúcar passa, é jogado fora.

-Topo. - rio. - Topo sim.

Ele cumpriu. Realmente tomamos café, fomos ao cinema logo em seguida e depois conversamos sobre qualquer coisa. Não vimos que o tempo se passava, e que àquelas alturas já era noite.

Eu achava que Brandon não seria como todos. -como Zac. - Achava que ele não queria apenas suprir uma necessidade de menino. Eu pensava que tinha encontrado alguém que gostasse de mim de verdade. Eu acreditei em tudo que ele me disse, nas verdades que ele dizia contar. Até que tudo aconteceu, e eu não fazia idéia de que tudo estava tão perto do fim.

-Frio aqui, né?

Ele parou o carro e olhou para mim de um jeito que me deu medo.

-Acho melhor irmos. É tarde e eu não quero ficar rodando a essas horas.

-Espera um pouco, a gente pode ficar mais um pouco…

Ele foi se aproximando de mim pouco a pouco.

-E quem sabe aproveitar esse momento, han? O que é que cê acha?

Brandon colocou as mãos entre minhas pernas e foi deslizando mais para cima. Eu tentava evitar, mas ele persistia.

-Brandon, não… Brandon… Brandon, pare agora!

Eu tiro suas mãos de mim e ele agarra meus braços com força.

-Acha que eu sou palhaço, é isso?- ele grita. - Fiz tudo o que quis esse tempo todo e agora é a sua vez de retribuir!

Eu grito. Ele beija meu pescoço. Eu estava com nojo dele. Eu o empurrou.

-Me solta!

Tento abrir a porta e sair, mas ele a tranca e agarra meu cabelo. Num ato feroz, rasga minha blusa e retira meu sutiã.  Eu choro desesperadamente e grito por socorro, mas sinto sua mão calar meu grito e a outra apalpava meus seios.

Ele estava dentro de mim, e eu tinha vontade de colocá-lo para fora, mas não podia, mesmo que eu lutasse, minhas forças tinham ido embora.

Estava doendo sim, a brutalidade acertou em cheio o que eu tinha por dentro e saiu devastando e corrompendo minha alma. Eu era uma lavagem, mais suja, mais vil. Eu estava morrendo aos pouquinhos  e não tinha ninguém para me salvar.