VII

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Depois de um certo período de tempo, minha obsessão por Verônica foi cada vez ficando maior, eu inconscientemente a seguia dentro das dependências da Phoenix High School. Eu evitava chegar muito perto de Verônica, pois eu não tinha segurança suficiente para ter uma conversa civilizada como qualquer pessoa, era bem provável que eu a assediasse sem culpa alguma, e a última coisa que eu queria era sair presa do colégio. Bom, não adiantou muita coisa, se eu soubesse que meu destino seria a prisão de todo jeito, quem sabe eu teria me arriscado.

Segunda-Feira 21/06, os alunos do último ano iriam apresentar um artigo, eles pareciam nervosos. Peter e Lauren também iram apresentar, eles eram meus amigos, mas não estudavam na mesma sala que eu. Peter era maravilhoso, lindo, sempre de bom humor, ele era tão afeminado que parecia uma bela travesti, e Lauren era sua companheira fiel, era morena de cabelos esticados, e com olhar de cinismo. Eles formavam uma bela dupla.

Eu estava empolgada para vê-los mais formais, a apresentação foi em um salão reservado, que ficava nas dependências do colégio, eu entrei, e sentei em uma cadeira da primeira fileira, eu queria ver tudo de perto, a primeiro instante, minha intenção era somente ver a apresentação do artigo, mas minha atenção toda foi para a banca ao lado, onde Verônica estava. Ela estava deslumbrante, eu nunca havia visto Verônica tão linda antes, seus cabelos estavam soltos, maquiagem bem leve, com um vestido longo, branco com flores cor-de-rosa, ela havia passado rímel nos cílios e realçado ainda mais aqueles olhos que eu tanto adorava, o vestido acentuava ainda mais a cintura perfeita que aquele corpo comportava, seus quadris ficaram ainda maiores, e o pequeno decote realçava seus seios de uma forma sutil e impecável.

Ela estava muito sorridente e com orgulho dos seus alunos, seus olhos ... aqueles belos olhos azuis, brilhavam como uma pedra turmalina, ela estava sem seus óculos, isso à deixava ainda mais atraente. Sinceramente não consegui desviar meus olhos de Verônica, ela estava do outro lado do salão, e as vezes eu tinha que me debruçar sobre minhas pernas para ter uma visão mais clara de seu rosto angelical. Eu tinha conhecimento de que havia uma pessoa levando agua para os professores da banca em que Verônica estava. "E se eu por acaso colocar um dos meus remédios para dormir na agua? " Era o que rondava na minha mente naquele momento, meus calmantes e antidepressivos permaneciam na minha mochila, a pessoa que estava servindo a agua era extremamente corruptível, e se Verônica se sentisse mal, eu estaria ali para socorre-la, era um plano perfeito, porém, isso não passou de uma bobagem passageira, até aquele momento eu não teria coragem de fazer mal algum a Verônica.

Sheron, era uma professora de pele morena, e cabelos cacheados, muito elegante, e muito arrogante, percebeu a forma que eu olhava Verônica, e isso a deixava irada, ela simplesmente queria que todos os olhos estivessem contemplando-a. Ela estava ao lado de Verônica e olhava para meu rosto de forma desconfiada, eu sei que lá no fundo, ela se perguntava o porquê eu olhava tanto para Verônica e não para ela. Sheron era o tipo de mulher que qualquer pessoa cobiçaria, invejaria, desejaria, bem diferente da Verônica, que apesar de ser uma mulher muito poderosa, não ostentava de muita elegância aos olhos dos outros, somente eu conseguia enxergar o quanto Verônica extremamente impecável.

Muitas pessoas justificavam a falta de interesse na beleza da Verônica por ela ser uma pessoa de seus 40 e tantos  anos, a maioria deduzia que ela deveria ser muito bonita quando jovem, ao contrário de Sheron, que mesmo tendo uma diferença de idade muito pequena em relação a Verônica, possuía uma aparência extremamente jovial. Era totalmente compreensível que Sheron estranhasse minha obsessão por uma mulher que não fosse ela, Sheron já estava acostumada a ser a mais desejada, até a própria Verônica percebeu que estava sendo observada por mim, mas ela não estava incomodada, ela ficou mais provocante, frequentemente ela colocava o dedo mindinho na boca, como se estivesse roendo a unha, seus olhos esbanjavam inocência, mas também incitava sensualidade, não tinha probabilidade alguma de prestar a atenção na apresentação, meus olhos castanhos continuavam fitando aquela mulher de pele macia e cheirosa como pétalas de Açucena.

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