Parte: 8

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Esperamos que Anny ultrapassasse os portões da escola e eu já abria a porta do carro para sair quando ele me falou:

_ Podemos conversar Alec, só me dá uma chance.

_ Não temos nada pra falar Oliver, acho que você falou tudo a dez anos atrás quando tomou a sua decisão, casou, teve filhos, e agora não sei o que quer ficando a noite toda naquele carro do lado de fora da minha casa.

_ Alec....

_ Não Oliver.... Você não tem esse direito de aparecer na minha vida depois de decidir não fazer parte dela.

_ Tudo o que eu quero é fazer parte da sua vida Alec.

_  Não! não, ouviu não.

Já estava pronto para ir embora quando mais uma vez ele me chamou:

_ Alec!

Me virei pronto para brigar mais ele estendia algo para mim:

_ Esse é para você. É igual ao da Anny e o meu.

_ Porque isso, o que você quer ganhar com isso?

_  Você Alec, eu quero você.

Olhei demoradamente:

_ Você só pensa em você mesmo, não é? _Você vem joga essas palavras e se esquece que sua mulher, sua família está lá na sua casa te esperando. Como você pode ser tão egoísta?

_ Eu não estou mais casado Alec, Cyntia e eu nós divorciamos.

Virei o rosto para frente para evitar olhá-lo, fechando os olhos até dizer:

_ Tenho que ir.

Eu andei o mais rápido que pude, tive que andar para longe dele para não ceder a minha vontade de tomar os lábios dele em um beijo, mas o fato dele ter se separado não mudava o fato do que havia acontecido.

Ele não me seguiu o que fez com que eu respirasse aliviado pois ele logo perceberia o quanto fiquei perturbado com aquela revelação.

Nas noites seguintes, eu olhava pela janela do quarto para ver se encontrava algum sinal do carro de Oliver, contudo ele não apareceu.
Ele havia finalmente desistido?

Algumas vezes eu me pegava olhando aquela fotografia no colar, e me pegava sorrindo com aquela lembrança, Anny era tão pequenina, naquela roupinha que Oliver havia comprado ela praticamente ficou ainda menor, lembro que nós dois olhávamos ela encantados fazendo planos para quando Anny viesse morar conosco. Esses planos haviam ficado no passado.

Khris apareceu colocando a cabeça para dentro do quarto dizendo:

_ Hei Alec, vamos no Ki Bocão, acho que depois que você acordou ainda não apareceu por lá.

_ Não, hoje não Khris.  Estou afim de ficar com a Anny assistindo pela milésima vez as dezenas filmagem da bárbie.

Acabamos rindo e ele saiu.

Meus pais me acordaram no meio do filme, Anny também havia adormecido nos meus braços:

_ Alec, você precisa ir na delegacia.

_ Delegacia?

_ Sim filho, o seu irmão Khris ele foi preso por drogas.

Minha mãe me informava já aos choros:

_ Como assim.... o Khris está metido com drogas?

Não dei tempo para uma resposta e já estava fechando a porta atrás de mim, andando rápido para ver se conseguia alguém pra me levar, foi então que o vi, Oliver estava do outro lado da rua.
Sem pensar eu me aproximei pedindo que ele me levasse a delegacia, ele sem hesitar concordava.
Ao chegarmos o delegado não permitiu que falássemos com meu irmão, mas fui informado de que ele havia sido preso como traficante.

Não era possível que aquilo estivesse acontecendo, meu irmão nunca se envolveria com drogas eu o conhecia bem pra saber disso, mas não adiantaria argumentar isso com o delegado, precisávamos de um advogado para defende-lo.

Não conseguimos falar com Khris naquela noite, e Oliver sugeriu que fossemos para casa, me sugeriu que fosse para a casa dele, dizendo que seria difícil explicar pra Anny se ela me visse abalado do jeito como estava, e que assustaria meus pais também por consequência do meu estado, de tanto insistir acabei por concordar, e lá fomos nós para a casa de Oliver, ele me deu passagem quando abriu a porta e me indicou o sofá para que eu fosse sentar.

_ Eu não deveria ter vindo para cá. Meus pais vão ficar preocupado.

Acabei por dizer quando ele retornava com um copo de água e uns comprimidos na outra:

_ Você está muito agitado, é bom ter uma noite de descanso, amanhã será um dia difícil.

_ O que é isso?

_ Um calmante, irá fazer você ficar calmo e descansar. _ Por favor confie em mim.

O olhar que ele me lançava era tão cheio de suplicas que acabei acatando e engolindo o comprimido tomando um gole de água em seguida.

_ Mas eu tenho que ir para casa, tenho que avisar os meus pa....

Não pude terminar a frase, pois ele levou a mão aos meus lábios em seguida deslizou-a sobre a pele de meu pescoço, aquilo me fez arrepiar-se.
Ele estaria se aproveitando da situação, já estava pronto para me afastar quando ele agiu primeiro dando um passo para trás:

_ Eu avisei aos seus pais que você irá dormir aqui, tranquilizei os dois dizendo que em breve tudo ficaria esclarecido e o Khris estaria com eles, quanto a você, eles disseram está aliviado de está comigo.

_ Não sei se é o mais sensato a ser feito, eu prefiro ir pra casa.

_ Se o medo de ficar perto de mim é o que te perturba Alec, não se preocupe eu irei dormir aqui no sofá e você poderá ficar com o quarto.
                                                                                                              ***

Oliver:

****

Como Alec era teimoso, dificultando as coisas para mim, percebia que ele não era imune a minha aproximação e muito menos eu a dele. Aquele dia na frente da escola, fiquei feliz em receber um sorriso dele, ah como eu amava aquele sorriso, mas da mesma forma como ele sorria o sorriso se desfez, deixei que Anny entrasse e notei ele fazer menção para sair do carro, disse a coisa mais plausível que poderia dizer:

_ Podemos conversar?

Ainda assim ele se foi, não antes de me falar algumas palavras reprováveis que pareciam estar engasgadas na garganta dele. E ali eu prometi a mim mesmo que não tentaria mais, que me afastaria de vez.

Fiquei em casa nas próximas noites remoendo os meus próprios pensamentos e me sentindo um lixo.

De fato eu não havia lutado pelo nosso amor, me acovardei na primeira ameaça do meu pai. Sim eu sabia que meu pai iria vir como um trator para cima de Alec, mas se eu estivesse com ele um daria força ao outro, mas não eu escolhi a parte mais fácil que foi fugir.
Ele tinha razão em dizer que eu era um egoísta, se minha enfadonha vida era hoje essa tristeza era porque eu nunca lutei pelo Alec.
Por isso resolvi deixar ele seguir a vida dele, mas porque isso era tão difícil, por que machucava tanto.

Resistir algumas noites, mas volta e meia me pegava ali parado na frente da casa dele, poderia bater na porta, poderia invadir a casa e tomar Alec em meus braços e amá-lo até que nossos corpos exausto não aguentasse mais, porém mais uma vez a covardia não me permitia agir.

A noite em que Khris me convidou para o Ki Bocão eu até havia me animado já que ele falou que chamaria o Alec também, aquele lugar nos traziam lembranças boas, mas também foi ali que aquele maldito término deu inicio ao que sucedia nos dias atuais.


Linha do tempo (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora