Parte 15

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Não demorou para que Anny se enturmasse com os meninos que já estavam em um bate papo no banco de trás:

_ Ela não via a hora de você chegar, estava animada para te mostrar o novo filme que ganhou da Sarah.

_ Tudo bem, nós iremos assistir depois do parque, os meninos vão adorar passar o dia com ela.

Oliver olhou para as crianças:

_ Já estão brincando, não precisa se preocupar Alec, ah ela pode passar o fim de semana comigo?

Não gostava da ideia de passar o final de semana sozinho, mas não podia negar um pedido dele, concordou com um balançar de cabeça:

_ Oliver....

Ele virou para saber o que eu queria o que me fez vacilar por um minuto, tive que pigarrear:

_ Acredito eu que, até amanhã eu já terei voltado a morar na casa dos meus pais e você poderá voltar para a sua casa.

_ Voltar para a minha casa?

Olhei novamente para ele que dessa vez me encarava de volta:

_ Essa casa é grande demais para mim viver aqui sozinho Alec, sem a Anny correndo e sem vo... por aqui a casa vai ficar vazia. Você poderia ficar com a Anny na casa.

_ Não Oliver, não posso ficar na sua casa e você ficar não sei onde. Quando eu vim morar aqui o Khris estava encrencado, mas agora tudo já está resolvido não tem mais motivos para que eu continue aqui na sua casa quando você nem volta para casa porque eu estou aqui.

Oliver não disse nada, permaneceu em silêncio.

Depois de uns dois minutos ele disse:

_ Você quem sabe.

Voltou-se para as crianças:

_ Prontos para irem?

Animados as crianças gritavam dentro do carro um sonoro:

_ Simmmmm!

E ele se foi e eu permaneci ali, ali sozinho, sem o Oliver, sem a Anny, simplesmente sozinho com minha solidão.
                                                                                                            ***

Oliver:


****
Alec queria ir embora, voltar para a casa dos pais, e apesar de querer muito que ele fique não posso impedir ele de ir, queria que ele desejasse ficar, mas ele quer partir. Me arrependia de ter dito tudo aquilo para ele, pois se as coisas já estavam ruins ficaram duas vezes piores.

Apesar de estar com os meninos naquele parque, onde eles corriam a se divertir minha mente estava longe, queria ter uma razão plausível para fazê-lo mudar de ideia, mas não sabia o que dizer. Então só tinha que aceitar isso.

Depois do parque as crianças ainda estavam eufóricas, e como eles tinham energias, era bom ter meus três filhos me fazendo correr de um lado a outro, isso me fazia feliz, mas tudo isso seria duplamente feliz se Alec estivesse conosco.

Levei as criança para almoçar e retornamos ao parque onde ficamos até o entardecer, exaustos eles chegaram no quarto do hotel onde eu estava passando uns dias e eles dominaram o local sofá, televisão eram totalmente deles, a briga era quem assistiria primeiro se Anny que queria assistir mais um filme da Barbie ou os meninos que queriam assistir um desenho de samurais, confesso que toda aquela algazarra das crianças me animaram e ficou decidido que os meninos ficariam com a televisão e Anny ficariam com o notebook para assistir o seu desenho.

A noite a opção foi pizza e salgados para alegria e enfim eles adormeceram, e no silêncio fiquei pensando, meus pensamentos mesmo naquele silêncio gritava, então não resistir e liguei para Alec, mas para minha surpresa quem atendeu foi uma voz feminina:

_ Oi, Oliver, o Alec não poderá te atender agora.

_ Sarah?

_ Sim sou eu!

A voz dela estava arrastada e ao fundo podia -se ouvir que Alec ria sem parar:

_ Sarah o que está acontecendo?

_ Ora Oliver, não está acontecendo nada, nós só bebemos um pouquinho só.

_ Alec tá bêbado?

_ Alec o Oliver tá perguntando se você está bêbado?

Novas risadas.

Não acreditava que aquilo fosse verdade, desliguei o telefone pensando em uma maneira de ir lá ver isso com os meus próprios olhos, mas não poderia deixar as crianças sozinhas, por essa razão demorei um pouco mais até lembrar-me de Mark pedindo que ele fosse me encontrar no hotel, expliquei o que estava acontecendo e ele se prontificou de ficar com as crianças enquanto eu iria lá ver como Alec estava. Quando abri a porta logo vi Alec jogado no chão, Sarah estava sobre o sofá ambos riam de algo que eu não sabia o motivo, totalmente alcoolizados, quando ele me viu tentou levantar, mas tropeçou e novamente estava deitado no chão, não disse nada, apenas o ajudei a levantar-se e levei para o banheiro onde liguei o chuveiro com a água fria e de roupa e tudo coloquei-o abaixo do chuveiro, ele tentava me beijar eu desviava o rosto, enquanto isso Sarah estava apagada no sofá.

Após o banho levei ele ao quarto e desci para preparar um café amargo para ele e para Sarah, coloquei ela na minha cama e me conduzi ao quarto onde Alec estava e sentei-me sobre uma poltrona, enquanto ele dormia ele dizia que me amava, que me queria por perto, depois vomitou, vomitou muito.

O dia estava quase amanhecendo quando adormeci, quando despertei Alec ainda estava adormecido, dei uma rápida olhada no quarto ao lado e Sarah também estava dormindo, desci as escadas, fui para a farmácia e comprei aspirinas, com certeza os dois iriam precisar.

Preparei o café após voltar da farmácia e fiquei esperando que eles despertassem, liguei pra Mark que disse estar tudo sob controle com as crianças, Sarah foi a primeira a descer, envergonhada me pedindo mil desculpas, nem chegou a tomar café preferindo somente a aspirina e foi embora. Alec desceu logo depois me olhando assustado:

_ Oliver o que faz por aqui?

_ Quem faz as perguntas hoje aqui sou eu Alec.

Fui logo dizendo com a voz elevada:

_ O que deu em você para beber como fez ontem, o que aconteceria se a Anny te visse naquele estado lastimável que você se encontrava?

Dessa vez Alec havia passado dos limites e não tinha como passar a mão sobre sua cabeça, ele tinha que ser chamado a realidade:

_ Oliver....

_ Nem venha com essa de Oliver.

Eu apontava o dedo na direção a ele extremamente irritado e ainda completei:

_ O que pensa que está fazendo, beber não é solução de nada Alec, beber só te afundará entendeu.

Quando o olhei, ele chorava e eu fraquejei, e o abracei forte, fechando os meus olhos mantendo ele nos meus braços, junto ao meu peito e ele chorava chegando a soluçar:

_ Me perdoa, me perdoa Oliver.

Ele dizia entre os soluços com a voz embargada:

Era uma cena triste de se ver, ele ali chorando como uma criança, pedindo-me perdão, levei ambas as mãos à cabeça passando os dedos sobre os fios de meus cabelos dizendo:

_ Claro que eu te perdoo Alec, claro que perdoo, mas me prometa que nunca mais fará algo semelhante.

_ Não farei eu prometo Oliver, mas fica aqui comigo, por favor fique comigo. Onde estão as crianças?

_ Mark está com elas.

_ Então fica comigo.

_ O que eu faço com você Alec me diz por favor porque isso tudo está me enlouquecendo vamos diga o que eu faço com você?

_ Me beija!

Essas foram as palavras que ele dizia, eu fiquei ali olhando para ele então ele circulou os braços em torno de meu pescoço se chegando para perto, ele sabia que essa aproximação eu não resistiria, eu tinha certeza de que ele sabia por que juntou nossos corpos e me beijou, um beijo lento porém cheio de tesão.

Linha do tempo (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora