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Emma P.O.V.

Eu – … como  já sabes eu e a Kate somos filhas de pais ricos. – Comecei a contar-lhe a longa história.

Ele acenou que sim com a cabeça.

Eu – Mas eles nem sempre foram. A minha mãe era estilista e o meu pai treinador de futebol, mas nada de mais. A mãe dela era farmacêutica e o pai dela empresário, mas mais uma vez, nada de mais.

Ele acenou outra vez com a cabeça para que eu pudesse continuar.

Eu – Então um dia as nossas mais tiveram a ideia de criar a Chanel. Investiram bastante nela e passado umas semanas já eram mundialmente famosas, ou seja, começamos a ser invadidos por paparazzi. Nessa altura eu e a Kate tínhamos apenas 10 anos, portanto não nos afetou muito.

Neste momento a Mary entrou com dois copos de sumo natural e poisou na mesinha do centro.

Eu – Obrigada.

Peguei no meu copo e o Cody no dele. Bebi um golo e continuei a falar.

Eu – Mais tarde, os nossos pais tentaram a sua sorte e candidataram-se ao emprego na Nike. Passados uns meses foram eleitos presidentes e fizeram uma parceria infalível. Desta vez os paparazzi quase que nos comiam. Nós as duas tínhamos na altura 13 anos e não nos importamos, na verdade até gostávamos, ter fama é giro.

Cody – Não compreendo, então o que aconteceu? – Ele bebeu dois golos do sumo.

Eu – Quando a Kate tinha 14 anos ela arranjou um namorado, o Tom. Eles amavam-se tanto que pareciam aqueles casais que só existem nos livros de fadas encantadas. Eles confiavam um no outro e faziam quase tudo juntos. Mas a imprensa quando soube disto, começou a persegui-los, para onde quer que eles fossem a imprensa lá estava. Tiravam-lhe imensas fotos e com elas vinha um monte de mentiras, numas diziam que ela era lésbica e que o ia deixar, noutras dizia que ele a traia e nas mais absurdas dizia que ela estava grávida. – Parei de falar e bebi do meu sumo, agora vinha a parte complicada.

Cody – Eles acabaram?

Eu – Pior, muito pior. – Bebi mais um golo. – Um dia, ele combinou com ela em casa dele para darem o último passo da relação deles como namorados.

Cody – A primeira vez?

Eu – Sim. – Fiz mais uma pausa. – Ela estava muito feliz, ela amava-o mais que tudo e quando chegou a casa dele foi para o quarto dele e viu-o no chão, cheio de sangue e com uma faca espetada no peito. Ao lado estava um bilhete com uma rosa, o bilhete dizia: Amor, eu amo-te tanto e não queria que passasses por isto mas eu não aguentei mais os comentários, as fotos e as mentiras. O meu coração será eternamente teu, beijos do Tom. Lembro-me perfeitamente de tudo porque ela ainda hoje guarda aquele bilhete e uma pétala da rosa. Desde esse dia que ela começou a odiar a imprensa e decidiu que vinha embora de Paris. Eu vim com ela, claro e os nossos pais encarregaram-se de comprar esta casa e enche-la de empregados para que nada nos faltasse. Escreveu-nos também numa escola privada para que ninguém lá pudesse vernos. E até hoje é assim. E nós adoramos a vida aqui, temos festas, nada de paparazzi, sossego e amigos.

Cody – Mas os paparazzi não vieram atrás de vocês?

Eu – Eles tentaram mas não sabiam o nosso paradeiro. Quando nos encontraram já não havia interesse nenhum em nós portanto nunca mais cá vieram.

Cody – Então a Kate odeia-me porque tem medo que a imprensa a persiga outra vez.

Eu – Exato. – Acabei de beber o meu sumo.

Cody – Credo, essa história toda… coitada. – Ele estava devastado, dava para ver no olhar dele. Bebeu o resto do sumo de empreitada para ver se conseguia esquecer.

Eu – O pior é que não é história, é realidade.

Cody – Eu devia ir falar com ela?

Eu – Não, nem pensar, ela ainda te mata. Eu mesma vou.

Cody – Sendo assim eu vou, mas volto, quero mesmo falar com ela. – Ele levantou-se.

Eu levantei-me também. – Que tal vires cá para a festa que vamos dar esta noite?

Cody – Adoraria.

Eu – Então aparece cá por volta das 21:00.

Cody – Combinado, mas agora vais ter de me acompanhar até à porta porque eu não faço ideia de onde seja. – Ele olhou em volta na esperança de ver a porta de saída e riu-se.

Eu – Claro. – Ri-me também e levei-o até à porta.

Despedi-me dele e abri a porta para ele sair. Lá fora estavam uma data de paparazzi que quase saltavam a cerca à volta da casa. Ele saiu e começaram as perguntas “Cody, está de caso com a Emma Million?” ou até “Pensam viver juntos?”. Eu podia tê-lo ajudado mas ele é que trouxe o paparazzi para aqui portanto ele que se desenrasque.

Bom, já me livrei de um “problema”, agora vou tratar do outro.

Eu – Mary, os copos estão em cima da mesa. – Disse ao passar pela sala, dirigindo-me ao jardim.

Ela não Gosta das Luzes ➵ c•sOnde histórias criam vida. Descubra agora