20-JOGANDO PESADO

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By Anne Rocha

Os dias que se seguiram foram de muito frio e tristeza, teve o enterro do Filipe e eu simplesmente não sabia mesmo como encarar aquilo, chorei muito, tentei me conformar, me culpei, chorei de novo…

O meu pai e o Khalid estavam super preocupados comigo, até aquela moça que parecia gostar do meu pai tentava me consolar.

Khalid resolveu que voltariamos todos para o Brasil, eu achei que seria uma boa mudar de ambiente, e o Khalid ficou surpreso de eu concordar de cara.

Com os preparativos para voltar ao Brasil, eu voltei a me animar, e parece que o luto e toda aquela tristeza foi se afastando de mim.

Brinquei na praia com o Khalid, enquanto o meu pai e a Larissa trocavam provocações:

-Não sei porque eles não ficam juntos de vez… - comentei com o Khal.

-Uma hora eles se acertam, o seu pai é meio estranho com esse negócio de mulher…

-Verdade! - sorrio e o Khalid me encara pensativo.

-Vamos voltar pra casa!

-É uma ordem? - dou risada do tom mandão dele.

-Sim Anne, é uma ordem!

-Devo me preocupar?

-Depende… Chega de perguntas.

Entramos na mansão Shall, os gêmeos não estão, e só se ouve o barulho da dona Gina na cozinha.

-Acho que vou beliscar algo na cozinha, tô cheia de fome… - resmungo.

-Depois!

Droga acho que por algum motivo que eu ainda não sei estou encrencada, esse olhar apertado do Khalid me assusta as vezes.

Entro no quarto desconfiada, e sento na beirada da cama.

-Preocupada?

-Sim, você está estranho Khalid!

Ele que estava apenas de bermuda veste uma camiseta, então eu me levanto para por algo já que estou de biquíni e enrolada numa toalha, além do mais estou molhando a cama toda.

Antes que eu alcance o guarda roupa, ele me arranca a toalha.

-Te quero sem nada!

Tento fazer minha melhor cara de safada para ele, mas ele está naquele momento ilegível, não dá pra saber o que está planejando e isso me deixa super tensa.

-Khal… Eu preciso vestir algo seco, estou molhando o quarto todo - tento sorrir pra ele, mas ele está implacável.

Ele se aproxima de mim e desamarra o laço fino do biquíni me expondo a parte de cima, e em seguida desamarra os dois lacinhos que esconde a minha intimidade, ele pega uma toalha seca e me seca, o que me deixa um pouco mais calma.

-Senta! - ele aponta o puff, enquanto se senta confortavelmente no sofá, o olho de soslaio e ele parece ainda maior do que já é quando age assim, mandão e misterioso.

Procuro pelo meu equilíbrio emocional, mas está difícil, ali sentada pelada esperando pelo que ele pretende com tudo isso.

Ele acaricia a sua ereção por cima da bermuda:

-Quer fazer amor Anne, com carinho, do jeito princesa que você tanto gosta?

Torno a fazer a minha melhor cara de safada, e respondo um sim que já soa quase como um gemido, vê ele assim duro tem esse poder sobre mim.

-Hmmmm… Então nós vamos jogar, se você responder certo, você me terá do seu jeitinho, meigo, carinhoso, cheio de amor, daquele jeito que você me pede pra fazer, mas…se eu não gostar da resposta, eu vou tê-la do meu jeito. Aquele jeito Anne que eu gosto, eu vou dominar cada parte de você, inclusive o seu prazer, não vale mentir querida, você topa?

A diabinha que existe em mim está louca pra jogar, perder e ser usada, mesmo sabendo que as vezes ele pega pesado, agora a minha anjinha me alerta que eu não devo topar, Khalid nunca joga pra perder, mas independente, nos dois casos eu ganho, então topei sem pestanejar.

-Eu topo! - mas o sorrisão na cara vai embora quando ouço do que se trata o jogo.

-Quem foi Hélio Júnior pra você?

-Eu...eu não sei o que exatamente... você quer...saber - eu juro que tento não gaguejar, mas eu não consigo.

-Resposta errada! Mas, vou te dar outra chance, quem foi Hélio Júnior pra você?

-Nada! - procuro firmar a voz -Ele foi um cara babaca, era meu vizinho, tentou...me agarrar...a força...ele é louco! Você viu... olha o que eles fizeram com o meu braço... - sinto me desculpando por algo que eu nem sei.

-Por que ele estava na sua casa Anne? Não minta pra mim querida, estou louco pra te dar umas palmadas! - Khalid dá um meio sorriso e eu me tremo toda.

Eu me lembro direitinho daquele maldito dia, eu sei que por causa daquele dia o Filipe morreu, por causa daquele dia, eu tenho um braço engessado agora, tudo por causa daquele maldito dia!!!

Os pensamentos disparam na minha mente, imagens se sobrepõe uma sobre a outra, tragédia sobre tragédia.

-Eu não quero mais jogar essa droga, o que importa Khalid? Por que essa droga toda te importa? Mexer com a ferida alheia te deixa feliz, se você quer uma resposta para essa pergunta eu te dou, eu o convidei para entrar na minha casa!

Os olhos do Khalid escurecem, tipo quando está com muito ódio, mas não é um privilégio só dele, eu também sinto ódio nesse momento.

-Eu sinto ciúmes só de imaginar você querendo ser tocada por outro homem!

-Foi antes de você - disparo.

-Você colocou um louco pra dentro da sua casa... - a voz do Khalid soa fria.

Respiro fundo.

-Minhas mãos estão inquietas Anne, precisa saber que tudo em você me pertence, passado, presente, futuro, tudo é meu...

-Se te conforta, eu apanhei do meu pai por isso!

-Foi merecido, agora é comigo, seja boazinha Anne, apenas seja boazinha e você vai sentir tanto prazer, que a dor do castigo será apenas o condutor para um tesão sem limite, confie em mim!

(CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO)



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