19-A VERDADEIRA ALCATÉIA

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BY KHALID SHALL

Khalid Shall bate na mesa pela segunda vez, nem toda a noite de amor com Anne abrandaram o ódio crescente em seu coração:

-QUEM É HÉLIO JÚNIOR??? - ele esbraveja.

-Filho do Hélio Bittencourt, sobrinho do senador Aldo Bittencourt! - Larissa Leal responde, enquanto o delegado apenas mexe na gola da camisa, como se sentisse sufocando.

-ALIÁS POR QUÊ DIABOS ESSA JORNALISTA AINDA ESTÁ NA MINHA CASA???

-O hotel que ela estava hospedada foi explodido, e ela tem informações que podem ser úteis... e também achei que seria gentil lhe dar abrigo!

-Olha só, esse seu lado gentil eu não conhecia Sr Rocha... - sorrio e me viro para a jornalista - Não se iluda querida...

A moça cora por segundos, mas é rápida em disfarçar que está caidinha pelo delegado.

-Temos assuntos muito mais importante a tratar aqui!!! Mas, se a minha presença incomoda posso voltar para o Brasil e redigir uma matéria incrível, sobre a parceria do Delegado Antônio Rocha com o famoso TERRORISTA Khalid Shall!

-Gostei do famoso, mas daqui você não vai sai!

-Obrigada pela cortesia de me ceder um quarto na sua mansão Sr Shall!!!

O delegado apenas sorri, enquanto eu tenho vontade de mandá-lo para a puta que pariu com aquela mulherzinha petulante.

O delegado respira fundo e finalmente abre o bico sobre quem é o desgraçado que machucou a minha pequena.

-Hélio Júnior era vizinho no condomínio em que eu morava em Brasília, cheguei em casa e o peguei no flagra tentando arrancar o shorts da Anne a força, eu perdi a cabeça, bati tanto no moleque enfim, mas ainda não foi suficiente, contratei alguns homens pra ficarem de olho nele, e o pegaram rodeando a escola que Anne estudava, pedi para que dessem uma lição de uma vez por todas no moleque pra que nunca mais ele fosse atrás da minha filha, eles se mudaram de lá, mas eu recebi a foto de que ele estava numa cadeira de rodas, confesso que eu fiquei realmente satisfeito, não poderia imaginar que ele iria pensar em vingança... Eu já nem me lembrava mais dele.

Eu apertava a minha mandíbula com tanta força, que só percebi que fazia isso quando o delegado terminou com o relato, porque resolvi tomar um gole de whisky para digerir toda aquela história.

-Devia ter matado ele! - falei baixo.

-Concordo! Mas, Anne que começou com tudo isso...

-Como? - mais um gole de whisky.

-Ela incentivou o rapaz, convidou ele para entrar na nossa casa, não sei direito qual era a relação dos dois... - o delegado suspira fundo.

-Mas, o passado não importa - Larissa interviu, acho que preveu que eu estava a ponto de ter um surto, mas mais tarde Anne vai me explicar tudo isso, detalhe por detalhe.

-Fala o que você sabe! - preciso urgentemente tirar a imagem de outro homem tocando a minha mulher.

-Bom, vamos começar do início, quando teve todas aquelas mortes de pessoas famosas no Brasil, até que o último foi o deputado Juarez, o Antônio foi acusado, porque acharam o carro dele com uma maleta de dinheiro, e uma lista enfim...

-Isso tudo eu já sei! - tento parecer calmo, mas tá difícil.

-Calma Khalid, tem muito mais coisa nessa história toda do que você imagina, eu peguei esse caso para investigar, nunca acreditei que o Antônio teria matado todas aquelas pessoas, no entanto na delegacia o deram como culpado e pronto, e a ordem veio lá de cima!

-Olha só Delegado você tem uma fã, aliás pensei que ela era jornalista, não detetive - sorrio mesmo sem vontade alguma.

-DÊ UMA CHANCE PARA ELA SEU ESTÚPIDO! - o Delegado toma as dores da moça petulante.

Ela me encara como se realmente pudesse acabar comigo com um olhar, também se serve de uma dose de whisky e prossegue:

-Eu não estou aqui por você Khalid Shall, por mim você já estaria atrás das grades, eu estou aqui pelo Antônio, porque eu sei que ele é inocente, assim como eu sei que você é o culpado!

-Achei que ele era meu cúmplice, já mudou de opinião Larissa?

-Olha só, ou você para com as provocações ou eu me retiro dessa casa nesse minuto, aliás não faltam hotéis por toda essa ilha!

-Você fica! - o delegado fala para ela. - Ele é um imbecil, mas pensa na minha filha, ela não tem culpa de nada disso.

-Se tem a vê com Anne eu escuto, e peço perdão pela minha grosseria - agora sim a moça tem toda a minha atenção.

-Eu entrevistei o senador Aldo Bittencourt na época por um escândalo de lavagem de dinheiro envolvendo o nome dele, a entrevista foi no escritório dele mesmo, ele recebeu uma ligação urgente e saiu do escritório para atender, eu aproveitei para dar uma olhada nos papéis em cima da mesa e fiquei surpresa ao encontrar uma lista com nomes, achei estranho porque alguns nomes da lista já estavam mortos, por isso peguei o papel e levei comigo, vi um por um dos nomes da lista sendo mortos, mas tinha dois nomes acrescentados com caneta com a grafia do próprio senador, que era o nome do Antônio e da Anne.

-Mas, para isso ele teria que ter uma grande influência com a Al...com o grupo, mas por que ele teria a lista? - tento montar o quebra-cabeça.

-Por que ele era o mandante, com certeza! Eu queria provar que o senador estava por trás daquelas mortes, mas o homem é liso. Então queria entender o que ligavam aquelas pessoas da lista, mas o Antônio e a filha não se encaixavam no padrão.
Todos que estavam sendo mortos foram todas as pessoas que se manifestaram a favor do Brasil e os EUA se unirem para revidarem o atentado simultâneo que teve nos dois países, lembram vários famosos gravaram vídeos a favor de atacar o Irã?

-Que é aonde fica a base da Alcatéia! - agora sim eu entendi, não se trata de limpar o mundo de pessoas ruins que não merecem viver, é apenas política, demonstração de poder. E o conselheiro me dizia que era a missão que o ser supremo me havia dado, mentira sobre mentira! Quanto sangue inocente eu havia derramado, quantas famílias eu destruí achando que era por um bem maior...

-Khalid...

-Eu já ouvi o suficiente Larissa!















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