• Sexta, 20:30 da nøite.

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   Entrei em passos largos pela enorme igreja. Pude ver minha mãe e meu pai me esperando com sorrisos no rosto mais a frente.

   Abracei minha mãe, que me apertou forte, e em seguida meu pai. Fiquei esperando enquanto eles cumprimentavam algumas pessoas, e peguei meu celular que estava vibrando em meu bolso.

   Era uma mensagem de Jungkook...

Jungkook
Querido Jimin.
Estou agora sentado no lugar onde nos conhecemos pela primeira vez e estou pensando em você.
São quase 21:21. Eu quero dizer mil coisas para você. Desculpa por ter te assustado. Desculpa por ter te magoado. Me desculpa por não te contar que sou bipolar.
Eu estava com medo de te perder.
Eu tinha esquecido que não é possível perder alguém, já que todos os humanos estão sozinhos.
Em algum outro lugar no universo nós estaremos juntos até o fim dos tempos.
Te amo. Jungkook.


   Apertei os olhos para evitar chorar e manti o maxilar firme. Eu não estava esperando por uma mensagem de Jungkook. Não uma mensagem assim, com tantos sentimentos envolvidos em cada letra.

   Devolvi o celular ao bolso e sorri para minha mãe, que colocou seu braço ao redor do meu enquanto nos direcionamos ao banco para sentar.

   Uma bela moça, com aparência de estar na casa dos vinte anos, começou a cantar uma música, que logo reconheci ser "Amazing Grace". Fiquei hipnotizado por sua doce voz.

   Comecei a olhar em volta. Encarei o fogo das velas. A enorme cruz e os candelabros. As pessoas de olhos fechados enquanto suas bocas mexiam. Me virei para frente novamente e, no mesmo instante, momentos em que passei com Jungkook começaram a piscar como flashes em minha cabeça. O dia em que nos beijamos pela primeira vez na piscina. Quando passamos a tarde em sua casa fumando e conversando. O momento em que eu estava sentado no chão do teatro e ele me chamou para fora.

   Peguei o celular mais uma vez e reli a mensagem de Jungkook:

   "Estou agora sentado no lugar onde nos conhecemos pela primeira vez e estou pensando em você. [...] Eu tinha esquecido que não é possível perder alguém, já que todos os humanos estão sozinhos."

   Me levantei do banco para sair da igreja e comecei a correr.

   Corri como se a minha vida dependesse daquilo. Meu olhos se enchiam de lágrimas  enquanto continuava a pensar em tudo o que Jungkook e eu já passamos juntos. Como aquilo tudo podia ter sido uma invenção de sua cabeça? Foi real. Eu acreditava nisso, ou pelo menos queria. Mas agora não havia como voltar atrás. Escolhi correr até Jungkook e resolver isso de uma vez.

   Cheguei ao teatro Coulty, com a respiração ofegante, e olhei para o banco em que Jungkook e eu nos sentamos e conversamos pela primeira vez. Mas ele não estava lá. Olhei em volta para procurar por ele e o vi saindo de dentro do teatro.

   Sua expressão o entregava totalmente. Ele estava tão destruído por dentro quanto eu.

   Fui de encontro a Jungkook, que começou a andar em minha direção também. Nos aproximamos o suficiente para que eu pudesse tocar em seu rosto, que estava pálido e com bochechas rosadas por causa da noite gelada.

   — Você não está sozinho.

   Eu sussurrei para ele, que fechou os olhos ao me ouvir, como se aquilo o confortasse. Seu lábios vieram até os meus e me beijaram. Ficamos em silêncio apenas nos olhando por alguns segundos, e era como se seus olhos me dissessem tudo o que eu precisava ouvir; que não teríamos que fugir um do outro novamente.

   Puxei Jungkook e o abracei forte. Forte como nunca havia abraçado. E aos poucos, senti que tudo estava voltando a ficar bem.

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let it be love・jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora