Quinto Ato

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Atualizar de madrugada é meu passatempo favorito
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Nos últimos dias, eu havia sido obrigado a trabalhar mais em troca de mais dinheiro. Eu nem precisava tanto de dinheiro, mas meu chefe não me dava outra escolha.
Consequentemente, eu andava cada vez mais cansado e isso me fazia dormir demais e começar o meu dia alguns minutos ― talvez horas ― mais tarde. Ou seja, eu me atrasava para o trabalho, era obrigado a ficar mais tempo lá para compensar o atraso, me atrasava para meus compromissos à tarde e me atrasava para a faculdade à noite.

Naquela segunda feira não foi nada diferente.

Eram duas horas da tarde quando eu finalmente cheguei em casa, nesse horário eu geralmente já estava a caminho da floricultura. Eu tive que comer, tomar banho e me arrumar o mais rápido que pude e mesmo assim, só sai de lá às duas e quarenta.

Nunca fui uma das pessoas mais pontuais do mundo, mas também não gostava de me atrasar.

Quando entrei na floricultura, Jimin, que estava regando umas plantinhas que ficavam perto da janela, me olhou surpreso.

― Eu achei que você não ia aparecer de novo ― ele falou deixando o regador em cima da mesa.

― Me atrasei um pouquinho ― sorri, indo até ele.

― O que vai querer hoje? ― perguntou voltando a olhar as flores ao nosso redor.

― Qualquer coisa, sabe que eu não ligo ― dei de ombros e sorri quando ele me olhou com aquele olhar de "você vai me fazer falar sobre isso outra vez?". ― Desculpe, mas eu não tenho todo esse amor por flores que você tem.

― Dá pra perceber isso de longe. Eu vou escolher as flores de hoje ― falou indo até o balcão para deixar as coisas que estava usando para cuidar das plantas. ― Segura isso pra mim?

Assenti pegando o celular de sua mão, coloquei ele em meu bolso e o segui pela loja.
Ele analisava as flores uma por uma, desde as que estavam nas mesas as que estavam em prateleiras. Como se procurasse uma perfeita.

Nunca me cansaria de admira-lo enquanto estava ali naquele lugar, que parecia ser o seu preferido. Nunca deixaria de pensar que Park Jimin era um ser maravilhoso que foi enviado para mim e eu não poderia deixá-lo escapar de jeito nenhum, afinal, um presente de Deus desses não tem como descartar.

Ele finalmente sorriu e pegou uma das flores com todo cuidado. Veio até mim e a colocou em minhas mãos.

― Tenha cuidado com ela, é muito delicada ― falou andando de volta ao balcão.

― Não vai me falar sobre ela? ― perguntei. Era natural ele me dar uma miniaula sobre elas todas as vezes que eu comprava agora que nos falávamos.

― Por que está me pedindo isso? Por que eu iria gastar meus conhecimentos sendo que você sequer presta atenção?

― Hm, eu gosto de ouvir a sua voz e te ver falar sobre isso ― respondi olhando para a florzinha de pétalas cor de rosa em minha mão. Se eu estivesse olhando para seu rosto, jamais conseguiria dizer algo assim.

― Não diga essas coisas ― pediu dando um sorriso. Seu rosto estava levemente avermelhado. ― Eu fico envergonhado e não sei o que fazer.

― Me desculpe, mas como eu vou te conquistar sem as minhas cantadas infalíveis? ― brinquei e ele riu.

― Então você quer me conquistar? ― seu tom malicioso me fez ficar tão envergonhado quanto ele estava antes.

Não o respondi e torci para meu rosto permanecer da cor normal. Peguei a minha carteira e lhe entreguei o pagamento pela flor.

* Vênus * Myg + Pjm *Onde histórias criam vida. Descubra agora