três;

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for him

O loiro queria sair de sua casa gritando, não, ele queria simplesmente ficar invisível, sumir da visão do moreno que ainda o encarava esperando uma resposta.

ー Merda ー Murmurou baixo o suficiente para Thomas pedir que o mesmo repetisse ー Eu disse merda ー Repetiu o loiro. ー Merda! ー Gritou Newt jogando o celular do menor na cama.

Definitivamente a opção de ficar invisível era a melhor para o menino.

Newt desceu as escadas de sua casa correndo, deixando o moreno em seus aposentos, antes que o menor tivesse qualquer reação o loiro já estava em direção as ruas, ignorando completamente o fato de estar usando a mesma roupa que havia dormido.

O vento batia em seus cabelos dourados, ele queria e não possuía forças para isso, tentou olhar para atrás, mas optou por não fazer, não queria ter de encarar Thomas, o loiro não queria ter de olhar para ninguém no momento.

Tudo estava em câmera lenta, seus passos, as crianças brincando na calçada, as vozes, as risadas, os pássaros.

Seu nome ecoou em seu ouvido e Newt sabia que era Thomas lhe chamando, havia uma pequena esperança dos ventos jogarem a voz do menor para longe, o problema é que Thomas insistia em continuar gritando e como se não bastasse o loiro pedia sentir os olhares de alguns vizinhos em sua direção e ainda assim ele não parou de correr.

Arriscou-se olhando para atras, Thomas não estava mais em sua vista.

Estava sendo impulsionado por uma força sobrenatural, esquivou por ruas e becos sem dar uma trégua a suas pernas, que pediam por isso, da mesma forma que seus pulmões, no qual faziam seu peito subir e descer de forma acelerada. Ele estava mais cansado do que imaginaria estar.

Virou-se pela última vez e encarou o velho parque.

Ele não tinha noção do tempo naquele momento, mas tinha certeza que já fazia no mínimo cinco minutos que corria sem saber para onde ir – ou melhor, ele deduzia não saber onde estar indo, mas ao se deparar com os brinquedos velhos, desbotando Newt tinha certeza que estava indo para o lugar certo. O velho banco azul ainda estava no lugar do mesmo jeito que ele lembrava, talvez um pouco mais desbotado, Newt aproximou do local sentando-se na lateral, no qual ele poderia jurar ter o seu nome cravado ali.

Fechou seus olhos, aquilo o ajudava a manter-se focado e naquele momento ele gostaria daquilo. O barulho das ondas se chocando contra as pedras era uma excelente música para os ouvidos do loiro. Newt abriu seus olhos e encarou o oceano em sua frente, sem se importar em deixar as lagrimas queimarem em suas bochechas.

Junto suas pernas em seu próprio corpo, pensando nas possíveis desculpas que teria de usar para explicar aquilo tudo. O que ele faria?

Suas mãos tremiam, e as lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto molhando sua blusa.

ー Se esse vídeo chegar no meu pai eu estou morto. ー O loiro disse antes mesmo que Thomas pudesse falar algo.

Newt sentia a presença do menor, sempre sentia.

ー Me desculpe Newt, eu-

O moreno jogou a frase no ar e ambos ali sabiam que não havia algo certo para se dizer, principalmente quando desculpas não seriam suficientes. Thomas tentou se aproximar de Newt, mas tudo que o loiro fez foi recuar fazendo com que o mais novo se sentar na outra lateral do banco, apoiando seus braços em seus joelhos encarando o mar em sua frente. Thomas escutava a respiração pesada do maior em seu lado.

You love him, don't you? *∘✧ EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora