Capítulo XVII

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Por Oliver

Ainda estou no apartamento da Beca, acabamos de assistir um filme, muito bom por sinal, era umas dessas comédias românticas, em que a mocinha se casa com o mocinho.
Não vi Luiza no apartamento.
- Aonde a Luiza está mesmo?- Pergunto
- Ela foi passar o natal com a família dela no sul da Califórnia.
- Ah sim.
Me lembro que minha mãe chega na terça feira para passar o natal junto comigo e minha irmã.
- E você, vai passar o natal com a sua?
Rebeca fica tensa ao meu lado, percebo que nunca falamos sobre família, nem da minha e nem da dela.
- Eu não tenho família, fui deixada em um orfanato quanto tinha um ano.
- Desculpa amor, se você não quiser falar sobre isso não precisa.- Ela ficou triste, seus olhos se encheram de lágrimas.
- Tudo bem, quero que você saiba tudo sobre mim. Eu já superei isso, as freiras do orfanato cuidaram muito bem de mim, se preocupam comigo até hoje. Nunca quis saber quem é minha mãe, se ela me abandonou devia ter seus motivos, não que eu não fique triste, eu apenas procuro imaginar pelo oque ela podia estar passando.
Aperto mais ela contra meu peito, eu não fazia idéia do seu passado.
- E sua família?- pergunta tentando parecer otimista.
- Bem eu tenho uma irmã mais nova, você já conversou com ela, a Patrícia.- ela sorri.- Oque foi baby?- Pergunto curioso.
- Eu achava que Patrícia era uma de suas ficantes.- Começo a rir alto.- Eu não fazia idéia que você tinha uma irmã.
- Devo te apresentar ela em breve, ela esta me deixando doido para te conhecer.- Minto, não falei da Rebeca para a Paty, não aguentaria tantas perguntas. Agora ela esta assustada, primeiro acha que minha irmã e uma de minhas namoradas, e depois se assusta só por eu mencionar um encontro com ela. Essa mulher é mesmo uma caixinha de surpresas.- Não precisa ter medo, ela não vai te morder.
- Eu espero mesmo.- Sorri aliviada.- Continua.
- Assim, meu pai faleceu quando eu tinha dezessete anos, minha mãe terminou de nos criar, ela é uma mulher maravilhosa, você vai gostar de conhecê-la e ela também vai adorar te conhecer.
- Eu sinto muito pelo seu pai.
- Tudo bem, foi a muito tempo.
Meu coração se aperta ao lembrar do meu velho, meu melhor amigo.
- Então eu irei conhece as outras duas mulheres da sua vida? Devo ficar preocupada?- Ela sorri e se alinha mais ao meu corpo.
- Não Precisa, eu sei que elas vão te adorar. Vocês já tem uma coisa em comum, todas odeiam a Penélope.- Caimos na risada.
- Já gostei delas, acho que vamos nós dar muito bem.
E vão mesmo.
Ficamos um tempo em silêncio, eu fazendo cafuné em seus cabelos.
- Você gostaria de passar o natal com minha família?- Pergunto e ela olha pra mim.
- Seria um prazer senhor Suster. Mas todo ano na manhã de natal eu vou ao orfanato em que cresci e levo alguns presentes para as crianças.- Fico admirado, essa mulher me surpreende todos os dias.
- Eu posso te acompanhar esse ano?- Pergunto mostrando toda a minha admiração e beijo sua testa.
- Seria um grande prazer. Mas vou avisando, a madre superiora é como se fosse minha mãe, ela pode ser um pouco dura as vezes.- Ela sorri, um sorriso lindo, que desperta meu coração.
- Devo ficar nervoso?
- Deve.- Agora estamos sorrindo juntos, ela é divertida.
Já são oito horas da noite, estou com fome, e preciso de roupas limpas.
- Baby Preciso ir em meu apartamento pegar umas roupas, você quer sair pra jantar?
- Vamos, eu to com fome, e muita fome só pra avisar.
- Você sempre está com fome.
- E você também, aonde vamos?
- Você escolhe hoje, estou a sua mercê.- Ela faz cara de quem esta planejando alguma coisa bem maléfica, oque me faz rir.
- Pode deixar senhor, vou surpreende lo.- Da uma risada alta e pisca diversas vezes.
- Nao sei porque, mas estou com medo de você agora.
Ela me puxa para um beijo simples, mas cheio de promessas.
Saio do seu apartamento e vou em direção ao meu, chego em meia hora, vou para o banheiro tomar meu banho e me arrumar, coloco uma calça jeans escura, um sapatênis cinza, e uma camiseta gola pólo branca, deixo meus cabelos bagunçados.
Volto para o seu apartamento, ela esta me esperando em frente ao prédio, calça jeans com uns rasgados, uma blusa curta vermelha com desenhos do Mickey mouse estampados mostrando a barriga, seu cabelo está preso em um rabo de cavalo, ela está maravilhosa.
- Eu dirijo.- Fala ela rodeando e abrindo a porta do motorista, ela deve ter percebido minha cara de espanto, pois sorri divertida.- Não se preocupe, não irei bater em nada.
- Não que eu não confie em você, é que esse carro é meu xodó, cuida bem dele.
- Oliver você vai estar do meu lado o tempo todo, para de drama ok?!- Agora é minha vez de sorrir.
- Tudo bem.- Levanto minhas mãos em forma de rendição.
Eu não faço a mínima idéia de onde estamos indo, só sei que não é perto, estamos a quarenta minutos dentro do carro, minha curiosidade me mata.
- Vai me diz aonde estamos indo?- Pergunto pela milésima vez.
- Eu já te disse que você so vai saber quando chegarmos.- Faz cara de brava. Balanço a cabeça e volto a olhar para a estrada.
Depois de vinte minutos estamos parados em frente a uma praça lotada de pessoas, carros vendendo comidas, ela me olha e sorri.
- Bem vindo ao mundo dos foods truck senhor Oliver.
- Então essa era a surpresa? Gorduras e açúcares?- Pergunto olhando ao redor.- Eu adorei.
- Agora vamos pois minha fome aumentou.- Fala e me puxa.
Paramos no primeiro carro, diversos hamburguês, escolho um de picanha e ela de alcatra, o cheiro é delicioso, meu estômago ronca, pedimos duas cervejas e nos sentamos.
Conversamos sobre tudo enquanto esperávamos os lanches, sobre a infância, acredita que ela nunca ganhou presente no natal, isso me parte o coração, deve ser por isso que ela leva para as crianças do orfanato. Falamos sobre sua faculdade quê começa daqui a três semanas, ela esta ansiosa para começar logo, pelo menos assim, ela vai fazer estágio comigo, vou ficar mais perto dela do que nunca. Falamos sobre minha mãe, suas viagens, e em como ela pega no meu pé por um neto, essa parte a deixou tensa, logo tenho que explicar o motivo, eu sou o único com chance de dar isso há ela, já que minha irmã deixou bem claro que não vai engravidar, e ainda mais por ser lésbica, minha mãe ja desistiu de tentar pedir pra ela, nem inseminação artificial ela quis, diz que não nasceu com o gene materno. Nossos hamburguês chegam, pedimos mais uma cerveja. Voltamos a conversar, ela está se abrindo comigo, me contando seus sonhos e medos, eu faço o mesmo, não quero mais segredos entre nós. Uma hora depois e dois lanches, um taco e um milkshanke depois estamos pronto para voltarmos para seu apartamento.
Pego minha pequena bolsa que trouxe minhas roupas e alguns produtos de higiene e subimos para seu apartamento, vou para o banheiro escovar os dentes, ela entra logo depois com um pijama que me fez rir, ela estava adorável.
- Não tire sarro, ele é muito confortável, é so ignorar os arcos íris.
- Você esta muito sexy senhorita.
- E você mente muito mal para um advogado.- Sorrimos juntos.
Vamos para a cama, ela se deita em meu peito, e gostoso ficar com ela assim, pego no sono, antes dela, estou cansado demais.

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Oie meus amores
Voltei, apedido muito insistente de uma certa leitora rsrs
Hoje ainda postarei mais dois capítulos, pois provavelmente ficarei uns dias sem internet...
Chato isso ne... Bjooos
😍😘😘😘😘

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