Kay
2 semanas depois
Faz uns dias que eu me sinto péssima, enjoos e tonturas que eu ando escondendo de todo mundo por medo de ser o que eu tô pensando que é.
Mateus continua me mandando mensagens, muitas mensagens todos os dias e eu ignoro todas.
Ouvi minha mãe falar com meu pai que ele está indo em um grupo de apoio, parou de beber, está lutando contra esse vício e isso me deixa orgulhosa.
Ninguém me fala nada dele, respeitaram meu pedido mas saber disso me deu uma pontinha de alegria.
Aproveito que hoje vou embora sozinha e passo na farmácia, compro um teste de gravidez morrendo de vergonha pelo olhar que recebo, enfio na mochila e vou para casa o mais rápido possível. Meus pais estão trabalhando e Noah está com os meninos, vou ter privacidade pra isso.
Faço o teste e espero pelo resultado sentada na minha cama. Uns minutos e... positivo.
Droga! Como eu sou burra! O que eu faço agora? Como vou contar isso para os meus pais? E pro Mateus?
Começo a chorar, não sei o que fazer, não sei como vão reagir.
Pego o celular e ligo pro Mat, ele atende no segundo toque.
- Kay?
- Oi...
- Tá tudo bem? Sua voz...
- Você pode vir aqui? Agora.
- Claro! Eu... Já tô indo, espera aí.
- Ok - desligo e espero, em menos de cinco minutos ele bate na porta. Abro quando o vejo meus olhos enchem de lágrimas.
Ele está mais magro, olheiras e... triste. Eu também estou triste. A diferença é que eu estou fingindo que ele nunca existiu e ele está sofrendo por isso, pela bebida e por eu o ignorar. Nós éramos melhores amigos, eu devia estar apoiando ele nesse momento mas não consigo.
- Você estava chorando - ele diz e afirmo. - O que aconteceu?
- Vem - fecho a porta quando ele entra e vou pro meu quarto ouvindo seus passos atrás de mim.
Pego o teste em cima da cama, respiro fundo e o entrego. Ele pega e fica olhando em silêncio por um tempo. E eu espero.
- Positivo...?
- Eu estou... grávida.
- Por isso estava chorando, né? - eu afirmo. - Kay, vamos dar um jeito. Não vou sair do seu lado.
- Somos muito jovens, Mat. Vão falar muitas coisas.
- Não somos os primeiros e também não seremos os últimos. Dane-se o que vão falar, nós sabemos da nossa vida.
- Nossos pais...
- Nossos pais também nos tiveram cedo, esqueceu? E conseguiram tantas coisas, vamos conseguir também.
- Acha que eles aceitam?
- Acho que são bons o bastante pra nos apoiar em qualquer situação.
Limpo as lágrimas que caíram e respiro fundo. Ele está certo, vamos conseguir e nossos pais vão apoiar. Eles sempre apoiam.
- Posso... - aproxima a mão da minha barriga, não falo nada e nem me mexo então ele toca.
- Isso é estranho - falo e ele balança a cabeça.
- Muito. Mas a gente acostuma.
Ficamos nos olhando por um tempo, queria tanto não me sentir tão magoada, queria que ele não tivesse que lidar com a bebida.
- Me desculpa.
Meus olhos enchem de lágrimas mais uma vez.
- Você pode ir embora? Por favor, quero ficar sozinha.
- Você não está passando mal? Acontece né? Tem sentido algo? - Acho fofo ele se preocupar com isso.
- Eu estou bem - mentira, mas não vou dizer. - Só quero ficar sozinha.
- Tudo bem... - ele afasta a mão e parece sem saber o que fazer por um momento - qualquer coisa me liga, ok? Venho na hora.
Balanço a cabeça mas não falo nada, ele suspira e sai do quarto, quando escuto a porta da frente bater eu deito e choro. Choro até pegar no sono.***
Não esqueçam de votar e comentar!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor conturbado- 1° Livro Da série: Amizade colorida. CONCLUÍDO
RomanceMateus Smith, 17 anos, capitão do time de basquete da escola, bonito, o menino dos sonhos. Porém, nem tudo é o que parece. Mateus se envolve com bebidas para tentar ignorar a capa que coloca em si, a capa que esconde quem ele é, a capa que esconde d...