Capitulo 25

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Kay

2 semanas depois

Faz uns dias que eu me sinto péssima, enjoos e tonturas que eu ando escondendo de todo mundo por medo de ser o que eu tô pensando que é.

Mateus continua me mandando mensagens, muitas mensagens todos os dias e eu ignoro todas.

Ouvi minha mãe falar com meu pai que ele está indo em um grupo de apoio, parou de beber, está lutando contra esse vício e isso me deixa orgulhosa.

Ninguém me fala nada dele, respeitaram meu pedido mas saber disso me deu uma pontinha de alegria.

Aproveito que hoje vou embora sozinha e passo na farmácia, compro um teste de gravidez morrendo de vergonha pelo olhar que recebo, enfio na mochila e vou para casa o mais rápido possível. Meus pais estão trabalhando e Noah está com os meninos, vou ter privacidade pra isso.

Faço o teste e espero pelo resultado sentada na minha cama. Uns minutos e... positivo.

Droga! Como eu sou burra! O que eu faço agora? Como vou contar isso para os meus pais? E pro Mateus?

Começo a chorar, não sei o que fazer, não sei como vão reagir.

Pego o celular e ligo pro Mat, ele atende no segundo toque.

- Kay?

- Oi...

- Tá tudo bem? Sua voz...

- Você pode vir aqui? Agora.

- Claro! Eu... Já tô indo, espera aí.

- Ok - desligo e espero, em menos de cinco minutos ele bate na porta. Abro quando o vejo meus olhos enchem de lágrimas.

Ele está mais magro, olheiras e... triste. Eu também estou triste. A diferença é que eu estou fingindo que ele nunca existiu e ele está sofrendo por isso, pela bebida e por eu o ignorar. Nós éramos melhores amigos, eu devia estar apoiando ele nesse momento mas não consigo.

- Você estava chorando - ele diz e afirmo. - O que aconteceu?

- Vem - fecho a porta quando ele entra e vou pro meu quarto ouvindo seus passos atrás de mim.

Pego o teste em cima da cama, respiro fundo e o entrego. Ele pega e fica olhando em silêncio por um tempo. E eu espero.

- Positivo...?

- Eu estou... grávida.

- Por isso estava chorando, né? - eu afirmo. - Kay, vamos dar um jeito. Não vou sair do seu lado.

- Somos muito jovens, Mat. Vão falar muitas coisas.

- Não somos os primeiros e também não seremos os últimos. Dane-se o que vão falar, nós sabemos da nossa vida.

- Nossos pais...

- Nossos pais também nos tiveram cedo, esqueceu? E conseguiram tantas coisas, vamos conseguir também.

- Acha que eles aceitam?

- Acho que são bons o bastante pra nos apoiar em qualquer situação.

Limpo as lágrimas que caíram e respiro fundo. Ele está certo, vamos conseguir e nossos pais vão apoiar. Eles sempre apoiam.

- Posso... - aproxima a mão da minha barriga, não falo nada e nem me mexo então ele toca.

- Isso é estranho - falo e ele balança a cabeça.

- Muito. Mas a gente acostuma.

Ficamos nos olhando por um tempo, queria tanto não me sentir tão magoada, queria que ele não tivesse que lidar com a bebida.

- Me desculpa.

Meus olhos enchem de lágrimas mais uma vez.

- Você pode ir embora? Por favor, quero ficar sozinha.

- Você não está passando mal? Acontece né? Tem sentido algo? - Acho fofo ele se preocupar com isso.

- Eu estou bem - mentira, mas não vou dizer. - Só quero ficar sozinha.

- Tudo bem... - ele afasta a mão e parece sem saber o que fazer por um momento - qualquer coisa me liga, ok? Venho na hora.

Balanço a cabeça mas não falo nada, ele suspira e sai do quarto, quando escuto a porta da frente bater eu deito e choro. Choro até pegar no sono.

***

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Amor conturbado- 1°  Livro Da série: Amizade colorida. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora