Capítulo 28

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Kay

...2 meses depois...

- Literatura? - Noah pergunta e assinto. - É a sua cara - sorrimos.

- Medicina? É bom ter um irmão gênio.

- Nem tão gênio - ele faz careta e rio. É um gênio sim.

- Olha só que legal, você e a Isa vão morar juntos.

- É... Só porque vai fazer nutrição e é na mesma faculdade que eu. Nem sei como vai ser isso mas o tio tá certo de que vou proteger a garotinha dele. Mal sabe que ela é toda independente.

- E você todo apaixonado.

- Que? Claro que não!

- Não pode me enganar, sou sua gêmea, isso é pecado.

Ele suspira.

- Steve passou pra direito.

- Tá mudando de assunto mas tudo bem. Fiquei feliz por ele, queria tanto. O James vai fazer educação física, a cara dele também.

- Mat passou pra publicidade. - Ele diz e eu balanço a cabeça.

- Eu soube, ele vai se dar bem, é criativo.

Minha mãe entra na sala e senta com a gente.

- O que estão fazendo? - ela pergunta.

- Falando da faculdade.

- Fico tão feliz que meus bebês vão ser universitários.

Nós rimos. Então, ela fica séria.

- Filha, precisamos conversar.

- O que houve?

- O parto. Você precisa decidir quem vai entrar com você. Eu, o Mat...

- Se quiser eu vou com você.

Penso um pouco, provavelmente vou estar apavorada demais e querer minha mãe, Noah seria ótimo comigo, meu pai não, eu morreria de vergonha. Mas o Mat é o pai, ele tem o direito e se quiser vai entrar comigo.

- Eu vou no Mat - levanto e vejo minha mãe sorrir.

- Tudo bem - ela diz e eu vou. Bato na porta e tia Manu abre, me olha surpresa e sorri.

- Oi, querida.

- Oi, tia - dou um abraço nela. - Mat tá aí?

- No quarto, vai lá.

Subo e bato na porta do quarto dele, ouço um "entra" e abro a porta. Ele me olha e paralisa por um momento, depois pisca e levanta.

- Oi, é... tudo bem?

- Sim, podemos conversar?

- Claro, senta. - Eu sento na cadeira e ele na beira da cama, ficamos um de frente pro outro.

- Minha mãe perguntou quem eu queria que entrasse comigo na sala de parto, eu não tinha pensado nisso ainda mas eu quero que você vá comigo. Se você quiser, claro. Nem todos os pais querem.

- Quero! Quero sim, eu entro com você.

- Você não tá participando muito da gravidez... desculpa por isso.

- Eu não culpo você, Kay. Tudo o que tem acontecido é culpa minha, eu fui idiota, eu fiz a burrice, mereço tudo isso.

Eu suspiro.

- Mas você merecia participar mais.

- Eu participo de longe.

- Não de perto - eu falo e ele suspira.

- Está tudo bem, só de você me querer ao seu lado quando nosso filho nascer me faz feliz.

Isso mexe comigo.

Me encosto na cadeira.

- Como você está?

Mat

É impressionante como a presença dela mexe comigo, fico quase emocionado quando ela pergunta de mim, a meses que ela não fala comigo e agora... Quer saber como eu estou? E eu conheço a Kay, ela tá perguntando de verdade, não dá boca pra fora.

-Eu tô bem, animado com a faculdade, começa semana que vem

-Eu também, vou fazer a distância-ela me fala

-Legal, eu vi que no segundo período da pra arrumar um estágio remunerado, mas já estou procurando algum emprego temporário

-Por quê?-Ela me pergunta

-Por causa do bebê, eu sei que eu fiz merda e eu sinto muito mas... Eu sou pai-sorrio-E eu quero ser um bom pai-seguro minha vontade de tocar a barriga dela

-Eu... Decide não trabalhar esse ano, quero dar atenção a ele quando nascer e com a faculdade já vai ser complicado, decide aceitar a ajuda dos meus pais-ela comunica e concordo com a cabeça

-Eu... Posso ir na próxima ultra?-decido peruntar, ela suspira, olha para o chão, para a parede, barriga, janela, teto. Menos pra mim-Tudo bem se não puder

-Não, eu...-Ela suspira e me olha-Pode, pode sim-sorrio

-Obrigado

-Nada... Acredita que a Isa tá me enchendo com chá de bebê?-rio, é a cara dela-Não quero nada disso

-Então diz não-falo de forma simples-Nem acredito que já está com 7 meses, passou tão rápido

Ela concorda com um movimento de cabeça, bota a mão na barriga, sorri e faz movimentos circulares

-Eu... Odeie o jeito que me senti e como você me tratou mas... Obrigada-ela fala para o meu espanto

-Pelo que? Eu só fiz merda

-Por me der um pedacinho de luz-ela me sorri e é linda sorrindo, sorrio de volta

-Por nada... É a única coisa da qual não me arrependo-comunico para ela-Posso... Encostar na sua barriga

-Sim

Me levanto e ajoelho perto da cadeira, coloca a mão em seu ventre e meus olhos enchem de lágrimas, meu bebê.

***

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Amor conturbado- 1°  Livro Da série: Amizade colorida. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora