Acordei tarde num dia chuvoso. Os pingos de chuva faziam um ótimo som. Como estava chovendo, percebi que eu não precisaria sair.
Me levantei, envolto pelo meu cobertor e liguei o computador, estando sonolento. Depois de alguns minutos e de eu quase ter dormido sentado, abri o ICQ. Maria não estava online, como esperado. Então, mandei uma mensagem:
"Tá chovendo, mas vai ficar tudo bem."
Com isso, me levantei da cadeira, saí do meu quarto e desci as escadas. Fui até a cozinha e já estava tendo confusão em casa.
— Pai, eu tô pedindo com SEIS MESES de antecedência. Por que você não deixa?
— Porque eu tenho medo dessas suas festas, Rebeca.
— Não terá nada demais! Só que todo mundo da escola vai a essa festa!
— E você precisa ir por isso?
— Eu quero me divertir!
— Eu não teria problema, se você já não tivesse histórico...
— Por favor! Eu vou me comportar até lá e depois também! Confia em mim!
— Não, filha. É pro seu próprio bem.
— Por que você me odeia tanto?!
Suspirei e fui até a sala de estar, onde os dois discutiam.
— Papai... — os interrompi. — Se eu for com ela, você deixa?
— Por que você quer, Marcos?
— Porque ela é minha irmã e realmente não é justo eu sair toda hora e ela não poder. Eu cuido dela.
— Pirralho... — ela disse, olhando pra mim.
— Marcos, você também não é a face da responsabilidade...
— Então eu vou com o Dan e com a Maria junto! Pode confiar em nós! Por favor, ao menos pensa.
— Bom... — ele bufou. — São seis meses de antecedência. Posso pensar até lá...
— Obrigado, papai.
— "Pensar"?! Mas—
— Rebeca! — a adverti.
— C-certo.
Voltei até a cozinha e ela me seguiu.
— Por que você fez isso?
— Eu 'tava sendo honesto, sabe? Não acho que é justo. E eu quero diminuir um pouco o estresse daqui de casa. — respondi, calmamente fazendo um mingau de farinha láctea.
— Sério? Bom, obrigada...
— Você ainda é minha irmã, idiota.
— E você tá estranho hoje...
— Acho que é a chuva.
— Como?
— Nada. Onde tá a mamãe?
— Foi ao mercado. Mas, sério, obrigada... pirralho.
— De nada.
Ao terminar de preparar meu café da manhã, levei a tigela em minhas mãos em direção à escada. Ela me parou.
— Você... tá diferente.
— Tô?
— Sim. De um jeito bom, pirralho. E você parece mais feliz.
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A Flor Que Nos Uniu
Lãng mạnNo final de dezembro de 1996, sob um Sol infernal e o canto das cigarras, dois jovens - Marcos e Maria - se encontram. Com esse fatídico encontro em uma calma tarde, grandes tremores viriam. Felizes céus azuis, tempestades de prantos, confusões...