Capítulo 19: Do branco ao azul

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Fui sacudido na cama e senti alguém se deitar na ponta dela.

— Bom dia, filho! Hoje é seu aniversário.

— Quê? Huh? Ah, oi, mamãe. — respondi de olhos fechados.

— Tá pronto pro seu dia hoje?

— Quê?

— Seu aniversário.

— Meu...? Ai, não.

— Que bom que você já sabe. Fora da cama em cinco minutos. E feliz aniversário, filho. — deu leve tapinha no meu corpo e saiu do meu quarto.

— Lá vem o maldito dia mais cansativo do ano... — botei minha cabeça de baixo do meu travesseiro.

Levantei. Tomei banho, escovei os dentes, botei uma roupa qualquer e desci as escadas. Apenas cinco da manhã. O papai deu uma pausa em ajudar a mamãe na limpeza de casa e me abraçou.

— Feliz aniversário, filhão! Nem acredito que já se foram treze anos!

— Papai, eu só tive uma hora de sono. Por favor, me deixa dormir.

— Nem pensar! Eu tenho medo da sua mãe.

— Eu também...

É costume aqui em casa que limpemos a casa toda até tudo ficar brilhando, arrumemos tudo direitinho e deixemos as mesas fartas de salgadinhos para os convidados, quando há um aniversário. Isso pela mamãe ser a mamãe. Mas como se já não bastasse, ela quer competir com a mãe de certo alguém todo ano.

— O que eu tenho que fazer, papai? — perguntei, com um ar de servo sofrido.

— Sua mãe quer que você corte a grama de ambos os quintais.

— Eu tô morrendo de sono e ela quer que eu faça algo com a palavra "cortar"?

— É. Comece lá por trás. Ah, não esqueça de deixar a horta toda bonitinha, também.

— Certo... — comecei a andar. Ou melhor, me arrastar até a porta.

— Ah, o seu quarto tá arrumado, né? Não queremos outro chilique.

— Na medida do possível...

— Isso não me deixa confortável de que não teremos problemas.

— Tá melhor que os anos passados. Isso eu te garanto.

— Ao menos já é alguma coisa!

Enquanto cortava a grama, acabei me machucando diversas vezes. Não por culpa minha, mas por ter que acordar o Bowser e tirá-lo do quintal para poder cortar a grama. A Baunilha e o Dráuzio saíram sem problemas, mas o desgraçado deixou as minhas pernas todas cheias de arranhões e mordidas.

Fui para o quintal da frente e o desgraçado de novo me machucou todo. Terminei de cortar novamente, com muito sono. E de novo, fui mordido pelo desgraçado que havia tentado mudar seu local de descanso, mas eu tinha que seguir as minhas ordens dadas.

— Terminei a grama, papai! — exclamei, apoitado no cortador, com dor e sono.

— Que bom! — ouvi sua voz vindo de dentro de casa e a porta da frente se abriu. — Agora, preciso da sua ajuda com— viu minhas pernas um tanto ensanguentadas. — O que houve filho?!

— Ah, o Dráuzio—

— Você não pode entrar assim! Vai sujar o chão! Pera que vou pegar alguma coisa pra fazer curativo. — voltou pra dentro de casa.

A Flor Que Nos UniuOnde histórias criam vida. Descubra agora