Fui sacudido na cama e senti alguém se deitar na ponta dela.
— Bom dia, filho! Hoje é seu aniversário.
— Quê? Huh? Ah, oi, mamãe. — respondi de olhos fechados.
— Tá pronto pro seu dia hoje?
— Quê?
— Seu aniversário.
— Meu...? Ai, não.
— Que bom que você já sabe. Fora da cama em cinco minutos. E feliz aniversário, filho. — deu leve tapinha no meu corpo e saiu do meu quarto.
— Lá vem o maldito dia mais cansativo do ano... — botei minha cabeça de baixo do meu travesseiro.
Levantei. Tomei banho, escovei os dentes, botei uma roupa qualquer e desci as escadas. Apenas cinco da manhã. O papai deu uma pausa em ajudar a mamãe na limpeza de casa e me abraçou.
— Feliz aniversário, filhão! Nem acredito que já se foram treze anos!
— Papai, eu só tive uma hora de sono. Por favor, me deixa dormir.
— Nem pensar! Eu tenho medo da sua mãe.
— Eu também...
É costume aqui em casa que limpemos a casa toda até tudo ficar brilhando, arrumemos tudo direitinho e deixemos as mesas fartas de salgadinhos para os convidados, quando há um aniversário. Isso pela mamãe ser a mamãe. Mas como se já não bastasse, ela quer competir com a mãe de certo alguém todo ano.
— O que eu tenho que fazer, papai? — perguntei, com um ar de servo sofrido.
— Sua mãe quer que você corte a grama de ambos os quintais.
— Eu tô morrendo de sono e ela quer que eu faça algo com a palavra "cortar"?
— É. Comece lá por trás. Ah, não esqueça de deixar a horta toda bonitinha, também.
— Certo... — comecei a andar. Ou melhor, me arrastar até a porta.
— Ah, o seu quarto tá arrumado, né? Não queremos outro chilique.
— Na medida do possível...
— Isso não me deixa confortável de que não teremos problemas.
— Tá melhor que os anos passados. Isso eu te garanto.
— Ao menos já é alguma coisa!
Enquanto cortava a grama, acabei me machucando diversas vezes. Não por culpa minha, mas por ter que acordar o Bowser e tirá-lo do quintal para poder cortar a grama. A Baunilha e o Dráuzio saíram sem problemas, mas o desgraçado deixou as minhas pernas todas cheias de arranhões e mordidas.
Fui para o quintal da frente e o desgraçado de novo me machucou todo. Terminei de cortar novamente, com muito sono. E de novo, fui mordido pelo desgraçado que havia tentado mudar seu local de descanso, mas eu tinha que seguir as minhas ordens dadas.
— Terminei a grama, papai! — exclamei, apoitado no cortador, com dor e sono.
— Que bom! — ouvi sua voz vindo de dentro de casa e a porta da frente se abriu. — Agora, preciso da sua ajuda com— viu minhas pernas um tanto ensanguentadas. — O que houve filho?!
— Ah, o Dráuzio—
— Você não pode entrar assim! Vai sujar o chão! Pera que vou pegar alguma coisa pra fazer curativo. — voltou pra dentro de casa.
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A Flor Que Nos Uniu
RomansNo final de dezembro de 1996, sob um Sol infernal e o canto das cigarras, dois jovens - Marcos e Maria - se encontram. Com esse fatídico encontro em uma calma tarde, grandes tremores viriam. Felizes céus azuis, tempestades de prantos, confusões...