A Flor Que Nos Uniu

Capítulo 24: Não-Me-Esqueças

— Marcos — fui sacudido na cama. — Marcos! Filho!

— Só mais uns cinco minutinhos, mamãe... — respondi, sem abrir os olhos.

— Não tem mais cinco minutinhos, você vai se atrasar pra escola! Você perdeu seu alarme!

— Eu... — levantei meu corpo um pouco — eu o quê? Hã?

— Levanta da cama e vai se arrumar, AGORA!

— Tá bem, tá bem... — levantei drogue de sono.

— Lava esse seu rosto.

— Tô indo, tô indo.

— Não acredito nisso. Você deve ter ficado até tarde no computador de novo.

— Eu... — lavei meu rosto e acordei — eu não fiquei!

— Na próxima, vai ficar sem computador por uma semana. Seu café tá pronto, se arruma e desce correndo. O Daniel tá te esperando do lado de fora de casa. — saiu do meu quarto em direção às escadas.

— Por quê? — fui até o corredor e perguntei enquanto escovava os dentes. — Por que ele não foi sem mim?

— Seu pai e o pai dele saíram às cinco da manhã por causa do trabalho. Ele tá esperando pra vocês irem de bicicleta. Chega de enrolação e desce logo!

Me arrumei correndo. E reclamei enquanto botava o uniforme.

— Aquele idiota vai reclamar que se atrasou por minha causa, sendo que eu não pedi pra ele esperar. Já tô vendo...

Desci as escadas feito um cavalo, de tanto barulho. Quando eu ia correndo em direção à porta, ouvi um grito vindo da copa.

—Mocinho, seu café da manhã!

— Mas eu tô atrasado!

— É a refeição mais importante do dia, você venha aqui e coma!

Fui até a mesa, tomei o suco de laranja por inteiro de uma vez só, pus o sanduíche na boca e disse um

— Tchau, mamãe! Até de tarde — com a boca cheia e segurando pro sanduíche não cair.

Saí correndo de casa, peguei a bicicleta no quintal e saí varado pra escola. Passei pelo Dan no caminho, que gritou

— ESPERA AÍ! EU TE ESPEREI ATÉ AGORA E VOCÊ... AAAAAA — pegou a bicicleta dele e começou a correr atrás de mim.

— Escuta aqui, seu ingrato! Eu tava te esperando esse tempo todo e —

Tentei responder, mas não dava pra responder direito enquanto eu comia o sanduíche e manuseava a bicicleta.

— A gente resolve isso na escola... — ele disse, percebendo que eu não ia conseguir responder.

Chegamos, colocamos nossas bicicletas em seus devidos lugares no bicicletário e começamos a correr.

— Dan, cuidado porque seus óculos podem cair!

— CALA A BOCA E CORRE!

Deixamos a caderneta no lugar de sempre e subimos as escadas correndo. Entramos logo depois do professor ter entrado.

O Dan reclamou comigo por alguns minutos, até eu começar a dar uma soneca, por conta da noite mal dormida.

— Marcos... acorda.

— Eu dormi mal, me deixa.

— Já é hora do recreio. Anda — me puxou pelo braço.

— Drogaaaaa