Era algo desde a arena

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Dessa vez eu não empurrei Cato quando o senti dormindo perto de mim, me empurrei para cima para poder ver o rosto dele, ele dormia com uma cara tão despreocupada que eu me perguntava se ele realmente tinha alguma preocupação na vida. Fique o olhando por bastante tempo, até que ele começou a acordar.

- Boa tarde. – ele pareceu se assustar por um minuto e então se aproximou e me deu um beijo, eu fiquei surpresa.

- Opa, é de verdade. – e então ele terminou de acordar e me beijou de novo.

- O quê é de verdade? – ok, esse garoto é louco.

- Você, pensei que tava sonhando antes.

- Bem eu estava sonhando, vi a mensagem de novo. – Cato se apoiou no cotovelo e pôs a cabeça na mão.

- Aquela que você disse que queria me mostrar?

- Uhum.

- E qual era? – remexi no bolso do vestido e tirei um papel meio amassado, meio molhado.

- Isso aqui. – Cato pegou o papel e virou algumas vezes - Me dá.

Olhei e vi que estava borrado em alguns lugares e tinha também os lugares onde faltavam palavras.

- Tem papel? – Cato se levantou e pegou uma folha e uma caneta, me deu e esperou. – Hmm, aqui e aqui, pronto. Toma.

Clove! Eu podia ### #### #### rápido, ## desculpe, ## farei algo.

####, ## ### o matar!

## lembro de você, antes, ###### ####### ####### ##########, Adeus Clove

- Fui eu que disse isso?

- Não sei, nos sonhos isso aparece escrito em uma parede branca, e eu estou com uma dor de cabeça que parece que bateram em mim com algo, só isso. – ele pareceu pensar em pouco.

- Sim, fui eu quem disse isso, mas eu achei que você já estava morta e não tinha ouvido.

- É como eu disse Cato, não tenho certeza se realmente morri na arena, não tenho nem certeza se em algum momento eu morri de verdade, a Capital manipula demais as coisas.

***

Quando eu li aquela mensagem eu não me lembrei de nada, apenas um branco, quando ela falou “a Capital manipula demais as coisas.”, eu vi Clove caída na arena e eu correndo para perto e então eu sussurrei no ouvido dela.

- Clove. Eu podia ter sido mais rápido, me desculpe, eu farei algo. Mais, eu vou o matar. Eu lembro de você, antes, quando chutava garotos machucados, Adeus Clove.

- Foi isso que eu lhe disse na arena, e eu realmente fiz, eu matei Tresh por sua causa, não sei o que eu sentia naquela hora, mas de alguma forma eu sentia como se você fosse minha. – eu me senti meio idiota por falar aquilo, mas e daí, eu percebi que eu amava aquela garota, quem liga se eu for um idiota? Só quero estar com ela e ponto. – Já era algo desde a arena Clove.

***

Depois que Cato disse aquilo ele se aproximou de mim e me abraçou, eu não consegui pensar em nada, eu apenas me afastei e... Eu o beijei e o abracei de novo, e não queria mais soltar.

- Err... Clove, você pode me soltar?

- Hmm? – olhei para o rosto de Cato, ele estava... Pera, ele estava vermelho?

- Você devia me soltar sabe, senão eu não vou querer te soltar depois. – balancei a cabeça e o soltei. – Vou tomar banho, já volto.

Ele pegou uma roupa dentro do armário e saiu do quarto, ‘meninos são estranhos, eu hein’, depois que eu fiquei sozinha eu me perguntei o que diabos estávamos fazendo, ‘será que estamos namorando agora? Eu não quero ter que perguntar isso!’, levantei da cama e quase que eu caio de novo por causa do maldito peso que estava no chão, me abaixei e tirei aquela coisa do demônio do caminho, apensar que eu gostei de cada queda que eu levei desde ontem. Fiquei andando pelo quarto e parei vendo os carrinhos de brinquedo, os carreiristas geralmente não tinham brinquedos quando crianças, eles recebiam armas de presente e aprendiam a manuseá-las como diversão.

Eu estava parada lá quando alguém me abraçou por trás, gotas geladas pingaram em mim e eu vi a cabeça loira que estava se apoiando no meu ombro.

- Credo, você tomou banho frio, Cato?

- Yeah, e é culpa sua. – Mais hein? Meninos são realmente estranhos! (n/a: bem, entendedores entenderam)

- Oi? Minha culpa? Desculpa?

***

Meu Deus, Clove é realmente ingênua assim? Acho que desse jeito eu vou acabar estragando ela um pouco.

- Ok, eu te desculpo se você aceitar namorar comigo.

- Acho que isso é um desafio muito grande, você é chato, irritante, bonito... – quando eu falei bonito ele me virou para ele e me beijou, nossa quantos beijos nós já demos hoje?

- Isso é um ‘sim’, se você não falar nada e vou te beijar de novo. – falar? Como se faz isso mesmo? E ele me beijou de novo. – Ok, na-mo-ra-da vamos lá para sala que é mais seguro.

Sala, mais seguro, o quê é... Ahh, entendi, acho que estou vermelha até a ponta do pé.

Descemos para a sala e nos sentamos no sofá, bem, eu tentei sentar porque Cato se jogou deitado e me puxou junto, eu estava quase deitada no meio das suas pernas e ele ligou a TV onde estava passando um filme qualquer, senti meu celular vibrar no bolso e o peguei, na tela piscava: Céci, atendi.

- Alô?

- Hey Clove, um trecho... – antes de ela terminar eu completei.

- ...caiu e os trens estão presos na Capital, a mãe de Cato ligou para ele e falou.

- Hmmm, vocês estão sozinhos ai é? Hmm eu sabia que tinha algo entre... – o que eu fiz pra merecer essa enfermeira?

- Céci para! Eu hein.

- Me conte tudo depois, tu-di-nho!

- Céci pelo amor de Deus pare...

- O quê foi? – Cato perguntou do meu ombro.

- A louca da Céci me perguntando coisas.

- Tipo se a gente tá namorando? – assenti que sim, e me arrependo amargamente – SIM CÉCI! NÓS ESTAMOS NAMORANDO! – coloquei a mão na minha cara enquanto ouvia os gritos de Céci do outro lado, ela gritava: - Kriss você me deve 50 pratas!

- Mais o quê? Céci você e Kriss apostaram?

- HeHe sim, ela disse que ainda ia demorar muito pra acontecer algo.

- Elas apostaram? Cara essas enfermeiras são loucas! – Cato estava rindo e deu um beijo no meu pescoço, pelo amor não faça mais isso Cato. (n/a: de novo, vocês tem que entender o oculto)

- Ahh, Céci será quanto tempo até os trens voltarem a circular?

- Acho que uma semana.

- Tudo isso? Eu vou ter que ficar aqui uma semana?

- Legal. – Cato sussurrou atrás de mim.

- Ok Céci, tchau.

- Tchau minha mocinha, namore com responsabilidade e...

- Tchau Céci. – eu podia a ouvir rindo enquanto desligava, virei para Cato – Não sei o que você está pensando, mas nem pense que vai ficar grudado em mim durante essa semana.

- Quem disse que eu tô pensando nisso, eu já estou o fazendo. – e dito isso ele apertou o abraço e se direcionou a beijar o meu pescoço, Jesus desse jeito eu vou o pedir em casamento antes do fim de semana chegar!

Cartas para você - Cato e CloveOnde histórias criam vida. Descubra agora