Chuva, maldita chuva

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Cato estava me carregando para sua casa, ele tinha me chamado de criança! Eu estava calada e emburrada, meu pé já tinha parado de doer, mas ele merecia me carregar, afinal eu não sou uma criança? Então. Percebi que tinha corrido para muito longe, a cidade estava lá em baixo em tamanho minúsculo, onde será que a casa dele deve ficar?

- Err... Cato se você estiver cansado nós podemos parar um pouco para... – Não consegui terminar a frase antes de ele escorregar e me levar junto ao chão. Quando abri os olhos ele estava em cima de mim com uma cara hilária.

- Clove, desculpa, eu... er... Seu pé! Será que eu machuquei mais? – eu tentei segurar o riso, e ele me olhou com cara de quem diz “tá louca garota?”, mas pareceu ter esquecido que estava em cima de mim, por que não moveu um músculo pra se levantar, e vocês sabem, músculos ele tem de sobra! Não que eu fique reparando ok.

- Você tá bem? Bateu com a cabeça ou o quê? – eu agora estava rindo mesmo, rindo muito.

- Meu pé tá legal, acho que já consigo correr outra maratona, só que crianças, devem ser carregadas no colo, não é? – olhei para ele.

- Aê? Crianças também merecem cosquinhas quando são irônicas. – ele começou a me fazer cosquinhas, muitas cosquinhas, Cato nunca faria isso no 2, mas não estamos mais lá, nem somos mais os mesmos.

- Para... para.. hahahaha... para Cato. – eu estava meio rindo, meio chorando, Deus como cosquinhas são, ai ai!

Então ele parou e ficou me encarando por um tempo, nossos rostos estavam extremamente perto, eu podia sentir a respiração dele na ponta do meu nariz, e então... E então, CABUM!, um raio cortou o céu e uma chuva pesada começou a cair em cima de nós, Cato olhou a chuva e murmurou um ‘Beleza!’de forma irritada eu comecei a rir.

- Acho que agora nós temos realmente que ir para minha casa! – ele falou por cima da chuva, já se levantando e estendeu a mão. Eu sorri e peguei a mão dele, ele segurou minha mão para me manter estável durante o caminho lamacento já que eu mancava por conta do tornozelo, ‘ok, acho que não posso correr uma maratona, talvez uma maratona de mancos?

Chegamos a uma fileira de casas verdes, entramos em uma delas e Cato me soltou para olhar pela casa.

- Mãe? – o ouvi chamando na cozinha, ele voltou com um papel na mão. – Ótimo, tô sozinho até depois de amanhã, meus pais foram para o Lux e depois vão para a Capital resolver negócios do meu pai. Acho que você devia se secar e vestir algo seco até seu vestido seca? – impressão minha ou ele se enrolou com as palavras?

- Ok, onde fica o banheiro?

- Lá em cima, vem – ele foi para as escadas -, vou te mostrar e ter emprestar algo meu para vestir. – Ai meu Deus eu vou vestir algo dele? Achei que só namorados fizessem isso, sim, eu ando lendo histórias antigas no PC de novo.

- Tá. – ainda mancando um pouco eu subi as escadas atrás dele, Cato pegou uma blusa azul e uma bermuda e me entregou, ‘acho que essa bermuda está fora de cogitação!’, tirei meu vestido encharcado e coloquei na pia e vesti a blusa, deu um ótimo vestido já que eu sou quase anã.

 – Aqui. – disse jogando a bermuda em Cato que estava estendido na sua cama mexendo no celular. Ele pareceu nem ligar e começou a falar.

- Falei com Céci, ela disse que precisou ir em Lux e perguntou se você podia voltar sozinha para Atlanta e... Para, você vestiu só a blusa? – ele estava com os olhos escancarados.

- É, essa bermuda ia cair mesmo, alem do mais essa blusa tá um vestido, olha. – falei enquanto puxava a blusa que ia até meus joelhos.

- Er... Tá bom. – Venci! – Você pode dormir no quarto de Kriss, ela não usa mais ele. – oi? Como assim Kriss não está aqui?

Cartas para você - Cato e CloveOnde histórias criam vida. Descubra agora