Acordei com Kaela batendo na porta do meu quarto, bem na verdade ela estava quase pondo a porta abaixo.
- Anda Cato! Preciso que você vá à cidade comigo agora! – agora? Olhei no relógio, 8: 30, pelo.amor.de.deus agora?
- Ahhh, me deixa dormir...
- Catoooooo, por favor, você prometeu! – Maldita! Irritante! Mimada! Sonsa! Te odeio Kaela! Levante e abri a porta.
- Pare de tentar quebrar minha porta e me espere lá embaixo!
Ela me olhou de cima a baixo com a cara mais inocente do mundo: - Belos shorts Ca-to.
- HÁ-HÁ, depois não quer que eu faça trocadilhos com seu nome né?
- Okay – levantou as mãos se rendendo -, estou lá embaixo, gos-to-so! – ela deu língua e desceu.
Clove tem uma maldita sorte de não precisar conhecer Kaela. Me vesti e desci, Kaela estava como sempre sentada no balcão, tomei café rápido e sai, ela me seguiu pra fora.
Como sempre, durante a descida Kaela se jogou nas minhas costas e me fez levá-la até a cidade nas costas, fazendo piadas no meu ouvido, nós riamos, eu falava algo e ela me dava tapas na nuca, aquela menina tinha um gênio horrível. Carreguei-a até a praça, onde ela apontou para uma loja de vestido, ninguém merece.
- Preciso entrar aqui.
- Você me fez vir até a cidade para comprar um vestido? – eu não tava crendo no que tava acontecendo.
- Poxa Cato, você já esteve na Capital, você deve ter ideia de um bom presente para minha mãe né?
- Se eu escolher baseado no que vi na Capital sua mãe vai ficar igual uma palhaça, já aviso logo. Mas tudo bem, eu ajudo.
Enquanto eu olhava a vitrine da loja, Kaela olhou ao redor da praça, deu um sorrir e segurou minhas bochechas, o que ela tava tramando hein?
- Obrigado Cato! – ela me puxou e me deu um beijo, foi um beijo rápido, já tive melhores no meu distrito.
- Hey! Você não pode me beijar quando quiser, tem que marcar hora garota! – rimos e eu a puxei para entrarmos logo na loja.
Lá dentro meu celular tocou no meu bolso, no visor apareceu ‘Clove’ , abri a mensagem e li:
‘Sua namorada é mto bonita, será que você vai sair da loja e me apresentá-la agora?’
‘Ohhh merda, porque você não me avisou que vinha hoje!’, fui para fora da loja, corri meus olhos na praça, Clove estava em pé na estação, corri para ela e ela simplesmente se virou e correu na direção oposta. Ouvi Kaela me chamando da loja, ‘ahhh foda-se Kaela!’, continuei correndo sem dar ouvidos a nada, Clove corria rápido demais!
Ela passou por Céci, que tentou a segurar, mas sem sucesso, Céci me olhou nervosa enquanto eu passava correndo por ela, Clove estava correndo em campo aberto, tinha muitos desníveis nesse campo, droga!
- Cloveeee! – gritei uma vez e ela correu ainda mais rápido, meninas tem modo turbo? Ela desapareceu da minha vista, peguei o celular e liguei para ela, valeu Atenas pela sua tecnologia que pega-no-meio-do-mato, mas como esperado ela não atendeu, droga será que ela me viu com Kaela? ‘Cato, acorda pra ela ter saído correndo cheia de raiva só pode ter visto né? Merda!’.
- Cloveee! Clove aparece! – ela realmente não queria ver minha cara né? - Ahhh cara, por favor apareça, eu quero conversar. – eu andei um pouco e ia me virar e voltar pra cidade quando ouvi um “Aiii” em um dos desníveis mais próximo, olhei por cima e Clove estava agachada dentro dele, pulei na frente dela.
- Te achei, vamos, levanta e vamos voltar!
- Não posso! – ahh tá, corre feito uma louca e agora não pode volta? HÁ-HA
- Ahh, para de gracinha, você correu e pode sim, levanta! – a puxei de pé e ela caiu em direção ao meu peito, ergueu a cabeça e me olhou algum tempo antes de cuspir as palavras, vish, ela tava com raiva mesmo!
- Com um tornozelo torcido eu acho que não vou dar muitos passos! – ‘aé gracinha? Se você tivesse falado eu não tinha lhe puxado do nada, poxa Clove facilita pra mim’
- Podia ter falando antes, eu podia ter machucado ele mais! Vem, suba nas minhas costas. – me virei de costas pra ela e me abaixei.
- Não. – olhei e ela tinha se virado para o lado oposto.
- Ok Clove, o que foi hein? – tava no limite já, poxa você virou uma menininha chata mesmo hein!
- Sua na-mo-ra-da, não vai gostar. – Jesus! Era isso? Ela achava que Kaela era minha namorada? Não dá, não deu, não vai dar pra segurar nunca, comecei a rir.
- Kaela? – eu tentava ficar sério, mas não dava, era muito cômico pensar em Kaela como minha namorada – Ela não é minha namorada nem nunca será.
- Aé? Então beijos são dados por qualquer um agora? – se fosse eu... ‘Foca Cato, foca! Ela tá machucada, leva ela pra casa pra cuidar disso!’
- Bem, isso é outra história, agora vem que eu vou te levar pra minha casa – ela levantou a sobrancelha, encolhi os ombros -, sério, precisamos cuidar do seu tornozelo.
- Eu não quero ir... – antes de ela voltar a tagarelar eu a peguei no colo de uma vez e sai andando.
- Sabe, esse era o campo que eu falei nas cartas, mas eu imaginava a gente correndo por diversão e não por um jogo de pega-pega infantil. – ela fechou a cara, pois é, eu a chamei de criança e fechando a cara ela fica ainda mais parecida com uma, sorri com aquele pensamento.
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Cartas para você - Cato e Clove
Hayran KurguE se você pudesse consertar as coisas com aquela pessoa? Pudesse ordenar seus sentimentos e descobrir o que realmente estava sentindo antes de tudo desabar? Cato e Clove terão essa chance. "Depois da 74ª edição dos Jogos Vorazes, os tributos não mor...