Sim

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Eu ainda não havia soltado Cato, inalei profundamente seu perfume, não parecia realmente um perfume, era mais como algo dele próprio, ri.

- Do que você está rindo? – ele perguntou, apoiando o queixo no topo da minha cabeça.

- Você cheira engraçado.

- Isso é um elogio? – sua voz mostrava a curiosidade.

- Sim.

- E você cheira a bolo. – ele riu, enquanto passava os dedos pelo meu cabelo, me afastei dele, vendo o cabelo escorrer dos seus dedos.

- Culpe o café. – apontei para o Rose’s.

- Culpá-lo por deixar você com um cheiro delicioso? Nem a pau! – abri a boca, ele riu, fiz menção de correr para o café, ele me agarrou pela cintura – ahn-ahn, vamos sair.

Eu ainda ria como uma boba quando ele começou a me puxar pelas vielas de Eros, novamente eu estava presa por um braço protetor, eu me sentia bem, ele havia me desculpado e isso era a melhor coisa, quando chegamos bem mo centro de Eros, Cato me parou de repente.

- Feche os olhos. – fiz uma careta e por fim os fechei – Agora venha. – ele me puxou pelas mãos, depois de andar alguns passos eu o ouvi avisar – Vamos subir uma escada, mas não abra os olhos ainda!

Subimos 4 lances de escada e então paramos, eu esperei.

- Cato? – ele não respondeu. Abri os olhos e estava sozinha, na antiga instalação dos Pacificadores de Eros, um forte que ficava de frente para a Torre, bufei frustrada.

***

Olhei para Clove de longe, ela estava visivelmente irritada, se apoiou a mureta e ficou olhando a Torre, peguei o celular e mandei uma mensagem antes que ela começasse a planejar o modo mais rápido de me matar.

“Precisei atender minha mãe, vou ligar de volta pra ela, me espere um pouco.”, ela olhou o celular e revirou os olhos, sim, ela queria me matar nesse momento, mas era uma boa causa o que eu estava fazendo!

Enquanto ela olhava do celular para a torre irritada, eu respirei fundo e sai de onde estava, nas mãos um buquê e na mente a frase que eu diria, ela se virou e ergueu uma sobrancelha, eu estava esperando alguma frase sarcástica dela, mas ela apenas me olhava, por um minuto eu pensei em dar pra trás, mas o sorriso que ela deu quando me viu as flores foi maior que qualquer medo de uma possível nova rejeição, dessa vez eu estava fazendo certo, tenho certeza.

Ajoelhei na frente de Clove, levantei o buquê, que ela pegou prontamente, a olhei por um tempo e as palavras estavam sendo embaralhadas na minha cabeça, ela levantou ambas as sobrancelhas ainda sorrindo, esperando, respirei fundo uma última vez.

- Clove – eu parei, olhei para os lados, respirei fundo -, quer casar comigo? – ela me olhou como quem já esperasse aquilo, mas ainda não acreditasse, algumas meninas ao redor faziam caras apaixonadas, outras davam soquinhos nos namorados apontando pra nós – E... – ela me olhou num átimo – Se você disser que não, ou sair correndo, eu pulo daqui.

Ela riu, seu riso se misturou às lágrimas, enquanto ela me puxava pela mão me fazendo ficar de pé.

-Ok, ok! Eu aceito. – ela balançava a cabeça, então parou e olhou para mim, e disse calmante. – Eu aceito, porque o futuro não me assusta mais, contanto que você esteja nele. – eu sorri de modo bobo, antes de beijá-la, um beijo pra selar o momento mais feliz da minha vida, a garota que eu amo, me disse sim.

- Ich Liebe Dich.

- Hein? – Clove me olhou rindo, algum alemão na “nossa plateia”, gritou um ‘isso aí’ – Você está delirando já?

- Hey – a afastei um pouco, a olhando de cima -, isso é o que eu ganho por tentar falar ‘eu te amo’ em alemão?

- Eu prefiro inglês, mas esse ichí alguma coisa é fofo. – eu ri, por ela eu aprenderia mil línguas e viveria mil vidas, e tentaria ser digno de tê-la em todas, só pra ver aquele sorriso, o sorriso que era pra mim, e por mim.

***

Quando eu me virei e vi Cato com um buquê de flores eu já sabia o que significava, ele não teria vindo até Eros à toa, mas eu ainda não acreditava que ele ia fazer aquilo na frente de todos, senti um impulso de correr, sair dali e não olhar para trás, então me lembrei do que Céci me disse, sobre não ter medo do futuro, sobre deixaras coisas seguirem seu rumo sem ter medo de qual seja e esperei pela cena mais vergonhosa que eu participarei na vida, será vergonhoso, mas por um bom motivo, eu vou dizer sim.

Cartas para você - Cato e CloveOnde histórias criam vida. Descubra agora