Vida Nova - Livro 2 O Recomeço.

De volta á terra natal.

Se passaram dias, e nenhum sinal de Tara, Lucy e muito menos de Felipe. Fiquei surpresa ao saber que ele ainda sente algo por mim, não tivemos nada de especial no passado. Será que é por causa do dinheiro? Duvido, os pais dele tem dinheiro. Mas tenho certeza que ele foi deserdado pela besteira que fez com a própria irmã.

Estou no aeroporto da França com o Henry. Ele está apreensivo. Tem vezes que olha ao redor e as pessoas para saber se há algo errado, tenho que apertar a sua mão para tranquilizá-lo, mas as vezes é em vão. Conversei com Jenna tem uns dias explicando que tenho um compromisso inadiável nessa semana, ela foi muito compreensiva, mas avisou que quando eu voltasse as coisas estariam em minha mesa, e terei que me virar para colocar em dia.

- Calma Henry. - avisei pela vigésima vez.

- Desculpa. 

- Tem seguranças por toda parte, nada vai acontecer. 

- Não sei como eles irão agir, então quero ficar em alerta. - explicou. Virei-me de frente para ele e coloquei as mãos em seu rosto.

- Tudo dará certo. Estarei longe deles, irei no casamento da minha amiga, e você estará gravando o filme do ano, então vamos nos acalmar, ok? - pedi. Henry assentiu e me deu um selinho.

- Não quero deixar você sozinha. - murmurou.

- Não estarei sozinha. Você colocou três seguranças na minha cola, amor. - falei. Me lembro do choque que levei ao saber que terei três gigantes de preto tomando conta de mim.

- É por precaução. 

- Eles não irão comigo ao banheiro, né? - perguntei fazendo bico. Henry riu e me abraçou.

- Já conversei com eles. Isso não irá acontecer, pois o serviço deles é ficar de vigia no ambiente. - comentou. Assenti e inspirei o seu perfume amadeirado.

- Adoro esse perfume. 

- É a primeira vez que uso. Fico feliz que tenha gostado. 

- Embarque para Los Angeles, EUA. Portão 8. - avisou a voz.

- Essa é a minha deixa. - sussurrou em meu ouvido.

- Embarque para São Paulo, Brasil. Portão 7. - a voz anunciou.

- Vamos lá. - disse.

Andamos de mãos dadas até os portões. Ao chegar, Henry demorou para soltar a minha mão, e vi em seus olhos que ele está inseguro e com medo. Lhe dei um sorriso, para ele entender que tudo ficará bem, e no mesmo instante ele puxou-me colando nossos lábios. O beijo foi apaixonado, cheio de significados, e um deles é que Henry me ama e estará sempre em contato para saber se estou bem. 

- Amo você. - sussurrei após separar nossas bocas.

- Te amo mais. Se cuida, por favor. - pediu.

- Digo o mesmo, amor. - demos um abraço forte e entramos em nossos aviões.

Ficar dias longe de Henry será um tormento. Cris e Vic ficaram desconfiadas quando disse que iria dias antes do casamento, me encheram de perguntas achando que eu e Henry brigamos, mas assegurei que eu só queria ficar mais próxima a elas e ajudar nos vestidos.

Depois de 4 horas e meia de viagem, desembarquei no aeroporto de São Paulo. Os seguranças me levaram para uma carro e partimos para o litoral. Senti em minha pele a brisa do outono e logo lembrei-me de poucos momentos bons que tive na minha terra natal. Peguei o celular e mandei uma mensagem para as minhas amigas.

"Mozonas, cheguei. Preparem as gordices e os filmes de romance, pois teremos a noite de choradeira."

Cris: "Netflix está liberada para nós. Estou tão feliz por você estar de volta."