A Toca do Coelho

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Capítulo 1 – por Annabeth

Não, não é legal cair num buraco sem fundo depois de ter o pé enganchado numa arvore por estar seguindo um coelho branco, vestindo terno, e por mais estranho que pareça ele fale, onde pela primeira vez você vê seus pais presentes comemorando junto com toda a sua família o aniversario da empresa. Mas você não deve estar entendendo nada, né? Tudo bem eu volto desde o inicio.

Antes de qualquer coisa devo dizer que minha vida é muito estranha, por assim dizer. Sou filha de uma grande arquiteta e de um grande historiador, mas isso não é nada. O problema é que eu fui criada pela minha avó em Londres e bem... Ela é meia lelé... Se é que me entende. O legal é que ela sempre contava histórias antes de eu dormir, e minha favorita é a de quando ela conta das aventuras do País das Maravilhas. Entenda, sou muito fã de Lewis Carroll, e amo seu livro "Alice no País das Maravilhas", mas minha vó diz que já visitou o país do livro. Sim, o nome da minha avó é Alice. É claro que eu nunca acreditei, sempre fui muito realista, muito pé no chão, mas gostava de como minha vó falava das aventuras, de como ela derrotou a Rainha Vermelha (ou de Copas, para mim tanto faz) e conseguiu a vitória para a Rainha Branca. Sempre me surpreendi em como minha vó contava a história. Parecia tão real...

Mas sério! Ela dizia que aquele lugar existe!! 

Certeza que minha avó era louca! 

Era.

Antes de chegar à parte em que eu caio, vou te contar um pouquinho da minha história só para você não se perder.

Como eu disse, eu vivo com minha vó em Londres, mas meu país de origem é a América, nasci em Nova Iorque. Todo ano no meu aniversário eu ia para a casa de meus pais e ficava lá por três dias e depois voltava para Londres por causa do colégio.

Não sou uma pessoa extremamente sociável, mas tenho duas amigas, a Thalia e a Silena. Somo o típico trio. A nerd, a roqueira e a patricinha. Mas por mais que nossa diferença fosse notável nos dávamos tão bem, que elas quase não existiam entre nós. Namorei por cerca de oito meses, foi um primeiro namoro memorável. Eu estava no primeiro ano e ele estava no último. Eu era a nerd do laboratório de química e ele o popular do time de basquete. Foi lindo, mas ele teve que voltar para seu país, por causa de seu pai que faleceu, e eu nunca mais o vi.

Bom, depois disso eu não namorei mais ninguém, sei lá, não tinha mais a mesma magia. Isso foi há dois anos. Era último ano, e no recesso das aulas e meu aniversario, lá estava eu arrumando minhas coisas para ir para a América.

−Tenta se entrosar dessa vez okay? – Thalia me pediu.

−Está bem, Thalia, e você também trate de se divertir okay? Fiquei sabendo que o Nico vai dar uma festa... – provoquei.

Thalia me fuzilou com os olhos, mas não respondeu nada, o que me levou a crer que ela iria mesmo aproveitar essa festa.

−Não se esquece de usar protetor, está calor por lá e não é nada legal, ficar queimada de sol. – Silena me avisou.

−Tudo bem, Si. Mais alguma coisa que eu deva saber? – perguntei.

−Não. Agora vá antes que você perca o avião.

Entenda, quando eu disse que eu não era extremamente sociável, eu estava falando serio. Em Nova Iorque eu mal saia de casa por não conhecer ninguém. Minha mãe e meu pai só me viam duas vezes no tempo em que eu ficava lá. A primeira era no aeroporto quando eles vinham me buscar e a segunda é quando eles estavam me levando para o aeroporto para voltar para Londres. Triste, mas verdade. Ai você se pergunta, mas então porque você vai? Sou obrigada. É uma parte do trato. Quando minha vó exigiu minha guarda porque eles não estavam me educando de maneira correta, e os advogados dos meus pais acharam por bem exigir minha presença com meus pais pelo menos uma vez no ano, pelo bem da "imagem familiar da empresa". No começo funcionou, mas depois eles voltaram a sumir novamente, o que para mim hoje já não faz tanta diferença. Eu chego, vejo a família louca da minha mãe, conto como anda as coisas em Londres, volto para casa, durmo, acordo, assisto televisão e espero eternamente os três dias passarem para eu voltar para Londres. Meio cansativo às vezes.

No País das MaravilhasOnde histórias criam vida. Descubra agora