Eu senti a queda. Doeu mesmo quando cai com tudo na grama. Ainda estirada no chão, fiquei ali tentando processar os danos em meu corpo. Meu quadril doía, e meu tornozelo também. Só faltava ter quebrado alguma coisa. Ouvi Percy e Chapeleiro caindo também e fiquei com muita inveja com a destreza deles.
— Tudo bem, Anna? – Chapeleiro estendeu a mão para mim, me ajudando a levantar. Ótimo! Iria mancar por algum tempo.
— Vamos logo acabar com isso. Quero ir para casa. – A verdade é que eu já estava de saco cheio daquele lugar. Irritada com as coisas estranhas que aconteciam naquele lugar e o quanto estava me afetando.
Estávamos novamente no castelo da Rainha Vermelha. Aquele lugar me dava arrepios. Eu ainda não conseguia entender a lógica daquele lugar, mas como nada ali era exatamente normal, então simplesmente ignorei.
Seguimos, por entre os enormes corredores daquele local, que parecia calmo e desprotegido demais. Fazia tempos que tínhamos entrado no castelo, e não tínhamos visto nenhum valete.
— Percy, tem alguma coisa errada. Não esbarramos em nenhum guarda ainda.
— Sabem que estamos aqui.
— Isso não é bom... – Chapeleiro murmurou. E ele tinha razão. Isso realmente não era bom, se a Rainha já sabia que estávamos ali, significava que nosso plano não ia ser bem-sucedido.
— Venham, por aqui. – Não me surpreendi quando entramos naquela grande sala e vimos a Rainha Vermelha, ali, com guardas e a Duquesa. Rapidamente analisei as opções disponíveis para a fuga. Eu ainda estava com a Pedra do País das Maravilhas, e não podia de nenhuma maneira deixar que ela, ou qualquer outra pessoa pegasse.
— Muito bem, querido. Você nos trouxe a garota, como disse que faria. – A Rainha se pronunciou sorrindo e caminhando até Percy.
Aquilo me chamou a atenção.
— Bem, Annabeth, a Pedra. – A Rainha, com as mãos estendida olhava para mim. — Sei que está com você. Me entregue. Agora.
Olhei para Percy, mas sua expressão estava fria. O Chapeleiro ao meu lado olhava tudo aquilo horrorizado. Pois é, também não estava acreditando que Percy tinha nos traído.
Eu tinha duas opções: correr até a porta que tínhamos entrado, ou ir em direção a porta lateral que ficava a minha direita. Não ia mesmo entregar a Pedra do País das Maravilhas para ela. Era minha única saída para casa.
Corri para a porta lateral.
— Se eu fosse você não faria isso, minha querida. A Pedra, ou seu amiguinho aqui vai sofrer as consequências. – O Chapeleiro também foi preso por dois Valetes. E um cassetete foi estendido.
Peguei a Pedra. Chapeleiro balançava a cabeça freneticamente para mim. Mas eu já tinha tomado minha decisão. Jamais deixaria que um amigo meu se machucasse. Entreguei-a a Rainha.
—Boa garota. Sabia que faria a escolha certa. – Ela guardou a Pedra em uma caixinha e colocou dentro do decote do vestido ridículo e bufante. —Levem-nos daqui.
Fui pega por dois Valetes e levada na direção oposta do Chapeleiro. Ainda dentro da sala olhei uma última vez para Percy. Ele nem ao menos se dignou a levantar o olhar. Aquele infeliz!
Seguimos pelo corredor. Nenhum barulho era ouvido além de nossas passadas, até virarmos e então vozes baixas e uma música suave ser ouvida ao longe. O Cassino! Ele estava perto.
Os dois Valetes pareciam entediados e já não seguravam o meu braço com tanta força. Se fosse rápida poderia correr, e despista-los. Com um empurrão no guarda da esquerda, consegui me livrar deles, e o que Valete que foi empurrado acabou caindo no chão com o susto.
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No País das Maravilhas
Fanfiction[CONCLUÍDA] O que você faria se os contos de fadas que sua avó te contava se tornasse realidade? Com Annabeth foi assim. Ela sempre foi uma garota que gostava de ler, e é lógico que ela amava o conto de Lewis Carroll "Alice no País das Maravilhas"...