O Anel do Espelho

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Eu não fazia idéia de como ativar aquela pedra. A única vez que ela brilhou foi quando a segurei pela primeira vez e nada mais.

Se isso era um problema? Talvez, mas sabe, naquela altura do campeonato, nem mesmo pressa para descobrir eu tive.

Eu e Percy ficamos um tempão olhando para a pedra sem saber o que fazer.

-Talvez se a gente sacudir? - sugeri já balançando a mão que segurava a pedra mágica. -Vem cá, como é que você não sabe como usar a Pedra?

-E porque eu saberia? Você é a primeira a conseguir acha-la em milênios, desde os Cavaleiros de Prata. -Percy pegou a pedra e ficou girando ela, como se procurasse por algo. Não é como se houvesse um manual de instruções.

-O que disse?

-O que? Que você é a primeira a acha-la? Isso é verdade.

-Mas não faz o menor sentido. Você e o Chapeleiro sabiam onde ela estava. Sabiam dos desafios, como posso ser a primeira a achar a Pedra?

-Anna, o fato de sabermos não significa muito, porque sempre houve histórias, lendas sobre a Era de Ouro dos Cavaleiros de Prata, sobre a sua queda e como o lider deles o sir Vairys lançou uma magia para proteger a Pedra e o Anel. Sabe porque você é a primeira? Porque apesar de sabermos de tudo isso somente uma descendente dos Cavaleiros seria capaz de vencer a magia e conseguir os dois itens mágicos.

Fiquei um tempo pra entender o que ele disse, e a verdade é que acho que aquele foi a gota da água pra eu surtar de vez, e eu até surtei, mas não da maneira que achei que seria. Eu não gritei, puxei os cabelos e nem nada desse tipo.

Eu tive um ataque de riso.
Simplesmente comecei a rir desesperadamente.

-E eu estava mesmo achando que não tinha como ficar pior. Quer mesmo que eu acredite que sou descendente de um cavalheiro? Sério, Percy?

-Sim, Anna. Você é. - Ele estava sério.

-Como pode ter tanta certeza? - falei ficando seria também.

-Sua avó. Ela é neta de um cavalheiro. Você é neta dela, tem descendência direta.

-Mas como? Como isso é possível?

-Quando a Rainha de Copas declarou guerra a Cidade de Prata, muitos foram mortos e os poucos que sobreviveram, depois de esconder o Anel e a Pedra, fugiram para o mundo comum, afim de se esconder da rainha por uns tempos. Eles tinham planos de voltar, mas os tempos entre os mundos não funcionam da mesma maneira, e no fim, tivemos que esperar por anos e anos até você.

-Mas se tinha todos esses problemas, porque quando minha avó veio isso não foi resolvido?

-Porque esse não era o objetivo naquela época. Ainda não existia o Cassino, nem mesmo humanos comuns aqui.

Eu ainda tinha perguntas, mas resolvi ignorar porque naquele momento tinhamos una coisa mais importante a fazer.

Peguei a Pedra e fiquei olhando fixamente para ela e então simplesmente disse "me leve ao Anel" e, olha, funcionou!

Devia ter pensado nisso antes.

A Pedra começou a brilhar e depois foi fácil de entender como ela funcionava. Seguimos floresta a dentro, e se seguiamos a trilha ela brilhava mais forte, mas se deviassemos do caminho, ela perdia seu brilho.

Não conversamos durante o caminho. Seguiamos lado a lado, eu com o brilho da pedra e ele com a mão sempre na espada, pronto para tira-la da bainha a qualquer momento.

Não sei exatamente por quanto tempo caminhamos, mas de repente começo a reconhecer o lugar a minha frente.

Era a Cidade de Prata.

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